… não existe.
Este feriado acompanhei pela Fintwitt uma discussão interessante sobre qual seria o indicador correto para medir se a bolsa está cara ou barata.
Os defensores de ver a bolsa em dólar argumentam que devemos observar a bolsa por uma métrica que mede tal “ativo” bolsa com base em uma medida sólida “dólar”, que é utilizada para medir a capacidade de compra de tudo, desde o Big Mac.
Ao medir a bolsa em dólar, de certa forma, estaríamos desinflacionando esta, tomando como parâmetro uma moeda forte.
Por esta medida, segundo eles, nossa bolsa está barata. Mas, em minha opinião, fica outra pergunta: Seria a bolsa barata ou o real barato neste caso?
Eu acho complexo adicionar mais uma variável para tentar explicar um fato.
Os que se contrapõe a medir se a bolsa está barata ou cara por meio do índice em dólares argumentam que o importante é medir o índice por uma métrica relativa do quanto estamos tendo de rentabilidade.
Eu tendo a preferir esta forma, afinal, quando quero saber se um investimento está atrativo, eu quero saber o quanto de retorno terei para tal montante que dispenderei para comprá-lo
Neste caso, você teria que medir o quando pode esperar de retorno comprando o índice, o que pode ser feito comparando o preço do índice com métricas tais como o lucro que as empresas que compõem o índice pagarão, o fluxo de caixa que gerarão ou ainda estes retornos comparativamente ao que você teria ao comprar ativos de menor risco, como títulos de dívida, por exemplo.
Para mim, esta abordagem faz mais sentido pois, como investidora, o que me interessa é o retorno que vou obter em cima do dinheiro que investir, e métricas relativas podem ser medidas em qualquer moeda.
Você pode me dizer percentualmente o quanto eu devo esperar ganhar em um investimento em dólares, euros ou yens – o percentual de retorno é o que interessa, e não a moeda.
O que me chama atenção nesta discussão, portanto, é menos as argumentações, e mais a temática.
Em minha opinião, mais importante neste caso do que estabelecer qual das duas métricas está definitivamente correta ou não, é interessante observar que o reaparecimento deste tipo de questionamento é sintomático.
O aparecimento da questão é sintoma de que o nível que atingimos no Ibovespa - que já supera o patamar pré-pandemia - está incomodando alguns entes de mercado, que começam a procurar métricas diferentes para justificar suas posições.
O quanto mais poderá subir o Ibovespa que já supera a pontuação antes do coronavírus derrubar a bolsa?
Eu tenho uma métrica de que gosto muito, que é a comparação do P/L da bolsa com o P/L da renda fixa.
Neste caso, a bolsa, na minha opinião, começa a ficar bem precificada nestes níveis, o que torna deveras importante um excelente stock picking (escolha das empresas e ações em que você vai investir), que pode vir inclusive acompanhado de um short em índice (aposta na queda do índice Ibovespa), procurando ganhar, mais uma vez , no relativo.
Pois muito mais importante que o ganho absoluto é o ganho relativo.