📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

O que está em jogo no julgamento do STF sobre o FGTS?

Publicado 12.06.2024, 10:03

As discussões sobre a substituição da Taxa Referencial (TR) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como critério de correção do FGTS voltam a ganhar destaque esta semana com o julgamento do processo pelo STF. O apelo do tema se dá, principalmente, pelos desdobramentos que a decisão pode causar aos titulares das contas, além dos que utilizam o Fundo como fonte de recursos como, por exemplo, a construção civil. O impacto é amplo: em 2022 eram R$ 649 bilhões empregados no financiamento de imóveis, saneamento básico entre outros.

A regra atual é muito ruim para os titulares de conta, pois a rentabilidade do fundo quase sempre perde para a caderneta de poupança e, algumas vezes, também para a inflação.

Para atenuar este efeito, optou-se pela distribuição de resultados a partir de 2017, referente à 2016. Desde então, até 2022, segundo dados do próprio Fundo, a remuneração dos saldos superou a caderneta de poupança e a inflação acumulada medida pelo IPCA nesse período.

A mudança no critério de correção gera uma remuneração acima do que é atualmente, já considerando a distribuição de resultados e, portanto, superior à Caderneta de Poupança e à inflação. Trata-se de um progresso, mas que segue aquém dos mais de 6% acima do IPCA oferecidos pelos títulos do governo.

Outro efeito dessa mudança é o aumento nos custos de financiamento de imóveis e outras obras com recursos do FGTS. Ao elevar o custo de captação dos recursos, mantendo-se o spread cobrado, os recursos serão fornecidos a um custo superior aos tomadores finais, alguns dos quais cotistas do próprio fundo.

Por outro lado, o modelo atual distorce preços relativos no mercado de crédito e seguirá distorcendo em menor escala se houver mudança. Apenas uma parcela da população tem acesso aos benefícios do dinheiro barato e este nem sempre é destinado à população de baixa renda.

É possível verificar isso ao comparar a renda média de quem tem registro em carteira. O valor é de R$ 2,9mil, segundo a PNAD no primeiro trimestre de 2024, com as regras de financiamento imobiliário pelo FGTS (pró-cotista), que permitem a compra de imóveis até R$ 1,5 milhão. Não é difícil perceber que a população de alta renda pode pleitear esse tipo de financiamento e ainda conseguir taxas de juros menores, já que apresentam menor risco de inadimplência.

Portanto, se aprovada, a mudança será benéfica do ponto de vista do trabalhador de baixa renda, a maioria portanto. Eles terão sua poupança compulsória mais bem remunerada e não irão arcar com os custos mais elevados de financiamento, pois seguem com acesso a programas como o Minha Casa, Minha Vida. Do ponto de vista do mercado de crédito, isso também representa uma melhoria, já que reduzirá um pouco a distorção de preços relativos.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.