O romance “Um Conto de Duas Cidades” de Charles Dickens inicia com a famosa frase: "Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos." Essa citação reflete bem o mercado recentemente: há duas semanas, vivemos a pior semana do ano para as bolsas, seguida pela melhor semana do ano.
Em 28 de julho, previmos no Quicktakes:
"Nossa análise indica que o mercado de ações continuará oscilando próximo aos níveis atuais, alternando setores em destaque, mas permanecendo abaixo de seu recorde de 16 de julho de 5.667,20 pontos até a eleição presidencial. Prevemos um forte rali no fim do ano, levando a um novo recorde."
Esperávamos volatilidade no mercado, embora não tão intensa quanto a observada nas últimas duas semanas (vide gráfico).O S&P 500 está a poucos pontos de sua máxima histórica de 16 de julho.
O que poderia impedir o S&P 500 de atingir um novo recorde esta semana?
Poucos fatores, especialmente se o Federal Reserve (Fed) reduzir a taxa básica de juros em 25 ou 50 pontos-base na quarta-feira, com o presidente do Fed, Jerome Powell, adotando um tom acomodatício na coletiva de imprensa. Contudo, considerando que seu discurso em 23 de agosto em Jackson Hole foi muito dovish, ele pode querer moderar as expectativas dos mercados quanto a uma série de cortes nas taxas.
É possível que o afrouxamento monetário do Fed na quarta-feira, junto com projeções econômicas favoráveis do FOMC, possa desencadear uma terceira onda de desmonte de operações de carry trade - o que seria negativo para as ações, como ocorreu no início de agosto e setembro - mas consideramos improvável. Acreditamos que essas operações já foram em grande parte desfeitas ou protegidas. O iene japonês mostrou força na semana passada, mas o Nasdaq 100 apresentou alta consistente (conforme gráfico).O único indicador econômico relevante a ser divulgado antes da coletiva de Powell será o relatório de vendas no varejo de agosto, na terça-feira, que prevemos ser mais forte que o esperado.
Isso pode influenciar o FOMC a optar por um corte de 25 pontos-base em vez de 50, potencialmente decepcionando investidores do mercado de renda fixa. Entretanto, para os investidores em ações, essa boa notícia econômica deve ser interpretada positivamente.
Enquanto isso, os últimos indicadores de sentimento semanal disponíveis estão relativamente baixos (vide gráfico). Como indicadores contrários, eles sugerem uma continuação da alta do mercado de ações da semana passada. No mercado acionário, os períodos favoráveis tendem a durar significativamente mais que os desfavoráveis.Solicitamos a opinião de Michael Brush sobre a atividade dos insiders (executivos e grandes acionistas):
"Observamos um volume moderado de compras por insiders na semana passada, com forte ênfase em ações do setor de energia. Os insiders estão sinalizando claramente que o setor energético é uma oportunidade de compra."
Agradecemos a contribuição de Michael.