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O Risco-País Já Voltou ao Patamar de Grau de Investimento. E Agora?

Publicado 10.01.2018, 10:47
ITUB4
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Como é de conhecimento geral, desde setembro de 2015 o Brasil perdeu seu grau de investimento, este que, grosso modo, é uma sinalização de bom pagador de dívidas. Como alguns devem se lembrar, a justificativa da perda de grau era a deterioração fiscal.

Desde então ocorreram troca de governo, de equipe econômica, reformas foram feitas, medidas foram tomadas e a recessão chegou ao fim. Algumas medidas, como a PEC do Teto de Gastos, foram muito importantes para a retomada da credibilidade do país perante os credores, embora não tenhamos avançado mais nessa missão (fato que só aconteceria com a Reforma da Previdência).

O ano de 2018 chegou e uma coisa muito curiosa aconteceu: o Risco-País brasileiro está inferior ao risco médio apresentado em todo período que tivemos grau de investimento, ou seja, menor do que era entre 2008 e 2015.

Bom, mas como mensurar esse risco? Existem diversas formas, mas uma mais usual é verificar alguns índices como o EMBI, que significa Emerging Markets Bond Index (Índice de Títulos da Dívida de Mercados Emergentes).

Conforme o site do IPEADATA nos resume, “o EMBI surgiu para auxiliar os investidores em suas decisões e mostra a diferença do retorno médio diário dos preços desses papéis em comparação ao retorno de títulos semelhantes do Tesouro dos Estados Unidos (referência para o mercado de papéis de baixíssimo risco). Quanto maior essa diferença, mais aguda é a percepção de risco dos investidores em relação a determinado tipo de papel. ”

Evolução do Risco Brasil

Abaixo podemos avaliar a evolução recente do índice e verificamos que, após a forte elevação de risco no período pré-Impeachment (próximo dos 600 pontos), o indicador foi diminuindo até chegar em 221 agora no início de janeiro, ficando abaixo da média de 239 pontos do período com grau de investimento.

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Muito legal, então quer dizer que os problemas acabaram? Que agora o Brasil vai voltar a ter grau de investimento?

Nada disso: a trajetória fiscal ainda é muito perigosa e nada está muito claro para o cenário da Reforma da Previdência. Além disso, a experiência internacional nos conta que a retomada do grau de investimento por países que perderam é um pouco mais demorada.

Segundo um estudo feito em 2015 pelo Itaú (SA:ITUB4) (“Quando os países recuperam o grau de investimento?” ), usando uma amostra de experiências do passado, o tempo necessário para as economias recuperarem a classificação de grau de investimento é de, em média, 7,2 anos.

Perda e recuperação do grau de investimento
Fonte: Itaú

Outro ponto que nos traz preocupação é que, os países que exibiram uma recuperação mais rápida de seu grau de investimento (Coreia, Eslováquia e Romênia), possuíam uma taxa de poupança mais elevada. O Brasil, como é de conhecimento de todos, possui uma baixa taxa de poupança (tanto setor público como o privado).

Vale ressaltar também que alguns países que perderam o grau de investimento depois de 2010 já recuperaram esse selo, como é o caso de Grécia, Hungria, Portugal, Tunísia, Croácia, Chipre e Rússia.

Outro ponto importante destacar é que o Risco-País recuou em grande parcela dos nossos pares emergentes, sinalizando que houve um movimento exógeno de maior apetite ao risco por parte dos investidores para com esses países. O gráfico abaixo mostra como o EMBI de alguns países selecionados vem mostrando recuo no mesmo período que o Brasileiro.

Risco país de emergentes

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Assim, é pouco provável que, mesmo com essa significativa queda do nosso Risco-País, sejamos capazes de recuperar o grau de investimento pelas principais agências de risco do mundo brevemente. Somente uma boa reforma de previdência e um novo presidente responsável poderiam mudar esse cenário.

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