Os preços do ouro atingiram novas máximas históricas à medida que investidores buscam proteção em ativos considerados porto seguro, diante do agravamento das disputas comerciais entre Estados Unidos e China. A recente decisão do governo Trump de elevar as tarifas sobre produtos chineses para 125% impulsionou ganhos expressivos para o metal precioso no pregão de ontem.
O movimento ocorre após o que analistas classificaram como “o maior ganho diário desde outubro de 2023” na sessão anterior. A liquidez no mercado segue elevada, com volume robusto e contínuo interesse por parte de investidores que buscam segurança em meio à elevada volatilidade.
O principal vetor dessa alta do ouro é o recrudescimento das tensões comerciais entre Washington e Pequim. O presidente Trump elevou as tarifas sobre importações chinesas de 104% para 125%, enquanto a China respondeu com uma alíquota de 84% sobre produtos dos EUA. Apesar de um anúncio paralelo de suspensão temporária de tarifas (por 90 dias) para outros países, o embate entre as duas maiores economias do mundo segue alimentando incertezas sobre o crescimento global.
Além disso, a ata da última reunião do Federal Reserve revelou preocupações entre os dirigentes sobre “riscos simultâneos de inflação mais alta e desaceleração econômica”, com menções explícitas a possíveis “dilemas de política monetária” no curto prazo. O mercado precifica atualmente 84 pontos-base de cortes na taxa de juros até o fim de 2025 — um ambiente historicamente favorável à performance do ouro.
Especialistas do setor mantêm uma visão amplamente otimista quanto à trajetória do metal. Com alta acumulada de mais de 18% no ano, o ouro segue sendo considerado um componente estratégico nos portfólios diante do cenário global de instabilidade.