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JBS e a Crise Política no Panorama Semanal

Publicado 19.05.2017, 13:54
Atualizado 14.05.2017, 07:45

A semana atual já entrou para a história do Brasil, aconteça o que acontecer. O país foi atropelado por novas denúncias de corrupção, desta vez envolvendo diretamente o nome do presidente Michel Temer, que teve uma conversa gravada com Joesley Batista, dono do grupo JBS (SA:JBSS3). Temer é, agora, formalmente investigado no âmbito da Lava-Jato. Foi aberto um inquérito contra ele, por obstrução da Justiça.

A volatilidade imperou. Os mercados tiveram um dia de “pânico”. A Bolsa despencou e o dólar disparou. O Brasil foi notícia negativa nos principais jornais do mundo. Na tarde de quinta-feira, Temer afirmou, em pronunciamento, que não renunciaria, mas não há quaisquer certezas no horizonte. Protestos tomaram as ruas das grandes cidades.

A tsunami política que varre o país é consequência da delação premiada de Joesley. Na conversa com Temer, cujo áudio vazou na quinta-feira, o empresário relata, entre diversos atos de corrupção, sua relação atual com Eduardo Cunha – ex-presidente da Câmara, que estaria tendo seu silêncio comprado com o aval do presidente da República.

Temer negou qualquer envolvimento ilícito e pediu investigação rápida dos fatos. No pronunciamento, lamentou que esses acontecimentos estejam vindo à tona justamente no momento em que a economia dava sinais de melhoras e as reformas avançavam no Legislativo.

Sim, a economia deu sinais positivos no início da semana. A começar, foi divulgado o indicador de atividade do Banco Central (IBC-Br), que avançou 1,1% no primeiro trimestre, interrompendo oito quedas e marcando o fim da recessão no país. O emprego formal também deu sinais de recuperação.

Enquanto o Planalto tenta uma saída para a governabilidade, pedidos para impeachment do presidente se avolumam na Câmara. Na eventual vacância do chefe do Executivo, a Constituição prevê que o presidente da Câmara conduza o processo de eleições indiretas. Eleições diretas, só se houver mudança constitucional.

Com tudo isso, as reformas que estavam em andamento, como a da Previdência, ficam paralisadas.

A equipe econômica tenta tranquilizar os investidores e acalmar os ânimos, com autonomia e credibilidade. Segundo boatos que circularam, o presidente Temer teria adiantado a Joesley o corte da Taxa Selic, pelo Banco Central. A autoridade monetária, porém, rebateu essa possibilidade e afirmou, por meio de um comunicado, que “as decisões do Copom são tomadas apenas durante as suas reuniões e são divulgadas imediatamente após seu término por meio de Comunicado no sítio do Banco Central da internet”.

O nome do senador tucano Aécio Neves, entre o de outros políticos, também foi alvo da delação de Joesley. Ele e membros de sua família são acusados de receber dinheiro da JBS. O senador foi afastado das atividades legislativas, mas não perdeu o cargo. A Procuradoria Geral da República pediu sua prisão, negada pelo ministro Edson Fachin, do STF. Aécio deixou a presidência do PSDB. Como consequência da delação, sua irmã foi presa, bem como um procurador da República.

Guido Mantega, ex-ministro de Lula, também estaria envolvido em esquemas de recebimento de dinheiro, de acordo com delação de Joesley.

A JBS, por sua vez, divulgou um comunicado à sociedade brasileira, desculpando-se. Joesley está em Nova York porque estaria sofrendo ameaças no Brasil. A empresa, que estava prestes a abrir seu capital no mercado americano, comprou dólares no Brasil antes da disparada da moeda, beneficiando-se de uma menor cotação. Está sendo investigada pela CVM.

As próximas semanas serão, ainda, bastante voláteis. A delação de Joesley ainda não foi totalmente divulgada. Em paralelo, gera apreensão a delação do ex-ministro Antonio Palocci.

No exterior, aventa-se o impeachment do presidente americano, Donald Trump, por causa de supostas ligações com Rússia, o que teria culminado na demissão de diretor do FBI, com acusações de obstrução da Justiça por parte de Trump.

Outro importante destaque desta semana foi o cyber ataque mundial, com indícios de envolvimento da Coreia do Norte, que também frequentou o noticiário por conta do lançamento de mais um míssil.

Em São Paulo, no pregão desta quinta-feira, quando o circuit breaker foi acionado logo após a abertura, o Ibovespa fechou em queda de 8,8%, a maior desvalorização desde a crise de 2008, em outubro daquele ano. O dólar, por sua vez, registrou a maior alta desde 1999 e subiu 8%, cotado a R$ 3,38, mesmo com o BC vendendo a moeda americana e anunciando intervenções de US$ 6 bilhões no mercado.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até o dia 19/5, às 7h.

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