Morte de Teori, Trump e Crise Penitenciária no Panorama Semanal

Publicado 20.01.2017, 12:00
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A semana “prometia”, com a posse de Donald Trump na presidência dos EUA e a crise penitenciária no Brasil. Mas o fato de maior impacto no noticiário talvez tenha sido a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki na noite de quinta-feira. Zavascki era o relator da Lava-Jato no Supremo e morreu na queda de um bimotor no mar de Paraty.

Nos Estados Unidos, Trump toma posse nesta sexta-feira, e os investidores estão bastante apreensivos. Ao longo da semana, ele foi alvo de protestos e registrou popularidade em torno de 40%.

O americano se envolveu, por exemplo, em polêmica com Angela Merkel, criticando a líder alemã na conduta da questão dos refugiados, além de afirmar que outros países optarão pela saída do bloco europeu, a exemplo do Brexit. Merkel disse que a Europa é dona do seu destino.

No cenário global, o destaque foi o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O presidente chinês, Xi Jinping, criticou o protecionismo, implicitamente rebatendo as ideias nacionalistas de Trump.

O Brasil também foi notícia em Davos. Os representantes brasileiros tentam fechar acordos comerciais, ao mesmo tempo que buscam mostrar avanços estruturais do país. O procurador geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a Lava-Jato melhora o ambiente de negócios no Brasil, com mais segurança jurídica. Por outro lado, em ranking de negócios divulgado no Fórum, o país caiu da 3ª para a 7ª posição entre os mercados que atraem executivos.

Ainda na Europa, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou em seu aguardado discurso sobre o Brexit que a saída do Reino Unido da União Europeia significa que o país não continuará no mercado comum, mas ela levantou a possibilidade de um novo acordo de livre comércio com o bloco. Segundo ela, o acordo final sobre o Brexit será votado no Parlamento.

No cenário local, a continuidade das rebeliões em presídios e a intervenção das Forças Armadas dão uma dimensão da crise penitenciária pelo país. Esta semana, o problema maior ocorreu no Rio Grande do Norte.

No Rio de Janeiro, devido a atrasos no pagamento dos servidores, agentes penitenciários e policiais civis decidiram entrar em greve.

Na esfera econômica nacional, os juros estiveram no centro das discussões. Em ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou uma “antecipação do ciclo de distensão da política monetária”, com o ritmo lento da economia e menor pressão da inflação. Em Davos, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a redução de 0,75 ponto percentual, ocorrida na última reunião, é o novo ritmo da trajetória da Selic, a taxa básica de juros.

Em janeiro, a inflação medida pelo IPCA-15 acelerou para 0,31%, mas é a menor taxa para este mês desde 1994. Em doze meses, acumula 5,94%, abaixo dos 6,58% registrados em dezembro.

E o FMI divulgou suas previsões para este ano, que pioraram no caso do Brasil. O Fundo prevê 0,2% de crescimento para o país, abaixo do 0,5% previsto anteriormente.

Os mercados foram afetados pelo dólar e pela expectativa da política monetária do Fed, o banco central americano. No início da semana, Trump afirmou que a moeda americana já está “muito forte”. Já a presidente do Fed, Janet Yellen, disse que, com a economia dos EUA atingindo o pleno emprego e a inflação controlada, faz sentido subir os juros de forma gradual, sem esperar muito tempo.

Nesta quinta-feira, no Brasil, apesar da alta do dólar lá fora, a moeda americana fechou cotada a R$ 3,20, em queda de 0,46%, devido à atuação do Banco Central. O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,30%.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

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