Crise Ministerial, Estados e Dólar no Panorama Semanal

Publicado 25.11.2016, 11:29
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As negociações políticas dominaram a semana. A crise ministerial, o pacto da União com os estados e a discussão do pacote de medidas contra a corrupção foram alguns dos fatos em destaque. Nos mercados, imperou a volatilidade do câmbio, com a cotação da moeda americana também influenciada por decisões políticas nos Estados Unidos, como a definição de nomes do governo Trump.

Iniciada no fim da semana passada com a saída do então ministro da Cultura, Marcelo Calero, a crise ministerial se avolumou com a decisão pela permanência do ministro Geddel Vieira na Secretaria de Governo. Geddel é acusado por Calero de tentativa de tráfico de influência na liberação de uma obra na Bahia.

Em reuniões com os governadores, o Palácio do Planalto fechou um pacto nacional pelo equilíbrio das contas públicas. Os estados se comprometem a apoiar o ajuste fiscal da União, incluindo a Reforma da Previdência. Ajustes regionais também foram definidos. As economias com situações mais graves terão atenção especial. O Rio Grande do Sul, por exemplo, decretou calamidade financeira.

Já o Rio de Janeiro negocia com a União a antecipação de receitas para conseguir fechar as contas estaduais deste ano. Além do quadro fiscal crítico, enfrentou ainda nesta semana problemas de segurança pública, com a queda de um helicóptero da PM e mortes na Cidade de Deus. O ex-governador Garotinho, que estava preso, teve sua liberdade determinada pelo TSE, mediante pagamento de fiança.

No âmbito da Lava-Jato “regional”, foram divulgados detalhes do esquema envolvendo o nome do ex-governador Sérgio Cabral, como o uso de telefones em nome de terceiros. Mas a grande tensão da semana ficou mesmo por conta do início das delações de executivos da Odebrecht, que podem envolver nomes de dezenas de políticos do país.

Na Câmara dos Deputados, não houve acordo no texto do projeto das medidas de combate à corrupção, e a votação foi adiada. Uma das emendas mais polêmicas é a do “caixa dois” cometido no passado. A ideia é manter a criminalização do “caixa dois”, mas sem retroatividade. O pacote de medidas contra a corrupção foi inicialmente apresentado pelo Ministério Público, com base na Lava-Jato.

Já o projeto que reabre o prazo para a repatriação de recursos do exterior teve incluída, no Senado, uma brecha polêmica para que parentes de políticos possam se beneficiar dessa lei.

Na esfera econômica, a inflação medida pelo IPCA-15 ficou em 0,26%, a menor taxa para novembro desde o ano de 2007. E o mercado formal de trabalho teve saldo negativo de mais de 74 mil vagas em outubro, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.

Lá fora, destaque para fortes altas do petróleo e do minério de ferro ao longo da semana. Já a ata do Fed (banco central americano) revelou que seus integrantes estão confiantes quanto à economia americana, o que indica o início da alta nos juros agora em dezembro, segundo especialistas. No mercado de câmbio brasileiro, houve atuação do Banco Central em vários dias para segurar a cotação do dólar, que superou os R$ 3,40.

No pregão desta quinta-feira, com poucos negócios devido ao feriado de Ação de Graças nos EUA, a principal influência foi justamente a tensão interna que ronda os acontecimentos políticos de Brasília. O dólar fechou cotado a R$ 3,39, quase estável. O Ibovespa, após altas consecutivas, registrou desvalorização de 0,95% na quinta-feira, com recuo de bancos, Vale (SA:VALE5) e Petrobras (SA:PETR4).
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

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