O feriado de ontem nos EUA e a proximidade do nosso feriadão estendido estão sendo responsáveis por uma desejada janela de calmaria no noticiário.
Ontem, Joaquim Levy foi confirmado como futuro presidente do BNDES no governo de Bolsonaro, o que deu um novo ânimo para o mercado. Segundo os jornais, ele deve focar em projetos de infraestrutura.
É mais um nome técnico e de peso, vindo para aumentar o otimismo com a nova gestão.
Além disso, boatos de mercado dizem que Ilan também está dentro desse time, e irá permanecer do comando do Banco Central. Seria outra excelente notícia para a curva de juros, que confia no seu trabalho.
Enquanto o time é formado apenas com camisas 10, a interlocução com o Congresso mostra sinais de que a bola está murcha, e vai atrapalhar esse jogo. Eunício Oliveira, o presidente do Senado que não conseguiu se reeleger, coloca pautas-bomba em votação, como o reajuste do STF, para mostrar quem é que manda no pedaço.
Bolsonaro irá precisar mais do que nunca de um bom interlocutor político. Eu diria até que alguém como Temer, com anos de política e bom trânsito entre os partidos. Paulo Guedes está se mostrando um elefante em uma loja de cristais. Para resolver um problema pequeno acaba fazendo uma série de inimigos, com declarações soberbas e nada diplomáticas.
Dizem que ele não dura muito tempo na Fazenda. Eu tendo a achar que com essa postura, ele não vai durar mesmo. A repartição de poderes no Brasil faz com que o Presidente tenha que se entender com o Legislativo para conseguir uma boa governabilidade.
Essa falta de tato do nosso futuro ministro pode ser o principal fator de preocupação do mercado, e pode inclusive fazer com que o tão esperado “rali de final de ano” não venha.
A lógica é a seguinte: a ação mais importante do novo governo é a reforma da Previdência, que é também o projeto mais impopular. Sem trânsito no Congresso, o novo governo, mesmo que com boa vontade, não vai conseguir passar as alterações. Logo, estaremos com um time de ponta, em uma economia fiscalmente explosiva.
Bolsonaro terá que encontrar uma solução rápida para isso. Talvez isso signifique nomear um ou dois ministros da velha guarda dos partidões. Será que ele será pragmático a esse ponto?
Vamos a ver ...
Até o mercado sentir alguma luz no fim do túnel dessa novela, acho difícil pensarem em comprar muito a bolsa por aqui. Foram anos de pessimismo e surpresas negativas. Vão querer ver para crer.
Independentemente de se vai ter rali ou não, temos excelentes empresas a excelentes preços que certamente serão fonte de retorno no médio prazo, dada a melhora econômica já contratada pra 2019. Se você pegar as empresas que o Bruce Barbosa escolheu no Investidor de Valor, verá que estamos falando de múltiplos deprimidos em relação ao histórico, e balanços redondos, que significarão lucro na veia a qualquer sinal de retomada do crescimento.
Mas se você não quer tomar esse risco, e também está preocupado com Paulo Guedes, pode preferir montar uma carteira de ações que não necessariamente irá te gerar valor pela alta forte de seus preços, mas sim pelo pagamento de gordos dividendos. Se em 2017, com crise econômica, as empresas já distribuíram mais de 80 bilhões de reais em dividendos, imagine você neste ano, e seguindo a recuperação, quanto será pago agora? Eu gosto muito dessa estratégia do Nord Dividendos. Até porque me lembra muito da renda fixa. Dinheiro periódico no bolso! Nada melhor ...
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