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Petróleo: enquanto Arábia Saudita corta produção, BCs sobem juros; quem vencerá?

Publicado 28.06.2023, 11:49
Atualizado 02.09.2020, 03:05
  • Enquanto Arábia Saudita defende mais cortes, bancos centrais seguem na direção contrária, aumentando juros.
  • É difícil fazer um prognóstico de preços para o petróleo, com as economias ocidentais ainda crescendo, apesar do mantra da recessão.
  • No final, pode ser que os sauditas inundem o mercado com petróleo se todo o esforço para alçar os preços falhar.
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  • Em um mundo perfeito, o preço do barril de Brent estaria em torno de US$ 80 neste momento, chegando a US$ 90 em julho e a US$ 100 em agosto. Mas sabemos que esse mundo perfeito não existe. Sei que não há nada de profundo nessa afirmação, tampouco me sinto o cara mais esperto da sala falando isso.

    É importante, contudo, refletir melhor sobre dois aspectos.

    O primeiro é que a Arábia Saudita se comprometeu a reduzir sua produção em um milhão de barris por dia em julho e continuará fazendo cortes até atingir o preço desejado do barril ou alcançar o "equilíbrio do mercado", com a ressalva de que esses anúncios nem sempre refletem a realidade e podem ser uma estratégia para aparentarem ser mais flexíveis nos preços.

    O segundo ponto a ser considerado é a postura do Federal Reserve (Fed), do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) em relação ao combate à inflação, na medida em que estão dispostos a elevar os juros o quanto for necessário para mitigar as pressões de preços. E não podemos perder de vista que o petróleo mais caro também contribui para a inflação.

    Agora, vamos juntar esses dois pontos: enquanto a Arábia Saudita reduz a produção para conseguir os preços desejados, os bancos centrais respondem, ainda que com algum atraso, com aumentos de juros sempre que a inflação representa uma ameaça. Essa dinâmica pode afetar a demanda petrolífera e impactar o crescimento econômico, aumentando o risco de desaceleração e recessão.

    Daí vem a pergunta: quem você acha que vai ganhar esse jogo?

    Sintam-se à vontade para apresentar seus argumentos nos comentários, mas minha resposta é: nenhum dos lados conseguirá atingir plenamente seus objetivos.

    Diz a teoria popular que a inflação básica acompanhada pelos bancos centrais não leva em consideração os preços voláteis dos alimentos e de energia. A realidade é que os preços mais altos do barril de petróleo já teriam impactado a economia mais ampla, antes mesmo de considerar o componente de energia. Dessa forma, não importa se estamos falando de inflação geral ou básica, o fato é que ambas sobem quando o petróleo fica mais caro.

    Pode ser que os sauditas consigam a tão almejada cotação de US$ 80 por barril no mês que vem e até mesmo US$ 90, em caso de grandes interrupções no fornecimento em alguma parte do mundo ou de excesso de demanda, especialmente durante a temporada de férias de meio de ano.

    Petróleo deve registrar mínimas mais baixas

    Se isso acontecer, é bem provável que a inflação decorrente desses preços mais altos do petróleo faça com que o Fed, o BCE e o BoE adotem medidas mais restritivas. Assim, qualquer alta na cotação do barril deve ter vida curta no futuro próximo, sendo mais provável que vejamos mínimas mais baixas, em vez de máximas maiores.

    Simplificando, não há uma maneira fácil de prever o mercado neste momento, devido às dinâmicas reais das economias ocidentais, que ainda estão registrando crescimento, apesar do mantra de recessão de Wall Street. A última previsão nesse sentido, feita pelo HSBC, espera uma desaceleração dos EUA e da Europa a partir do quarto trimestre.

    Na terça-feira, Phil Flynn, analista de energia do Price Futures Group de Chicago, um dos mais fervorosos defensores do petróleo, lamentou o destino daqueles que ainda estão apostando na alta do barril:

    "A guerra contra a inflação está levando o mercado a olhar além dos fundamentos atuais do petróleo, pois acredita que haverá uma recessão para equilibrar a oferta. Mais bancos [de Wall Street] estão pedindo que o Fed seja mais agressivo.

    O Morgan Stanley (NYSE:MS) prevê que o Fed aumentará as taxas em 25 pontos-base em julho, elevando a taxa terminal para 5,375%, em comparação com 5,1% previsto anteriormente. A especulação de que o Fed havia encerrado o aperto parece estar fora de cogitação no momento. Em vez de assumir o papel de liderança, o Federal Reserve parece estar indo a reboque da presidente do BCE, Christine Lagarde, de volta à fase agressiva de aumento de juros."

    Enquanto isso, a demanda petrolífera nos EUA atingiu seu nível mais alto na semana passada, desde dezembro de 2020, observou Flynn.

    "O que estamos vendo, na verdade, é que o consumo de petróleo está longe de níveis recessivos. O JPMorgan (NYSE:JPM) divulgou recentemente um relatório mostrando que houve um crescimento global na demanda de gasolina, de 365.000 barris por dia, em relação ao ano anterior, com destaque para os EUA. Agora, com o consumo atingindo a máxima de 8 semanas de 9,4 milhões de barris por dia e previsões de que teremos um feriado de 4 de julho recorde, seria de se esperar que esses números de demanda possam superar pelo menos 10 milhões de barris por dia durante o feriado."

    Considero que grande parte do extraordinário crescimento do mercado de trabalho dos EUA se deva ao fato de que as empresas estão usando suas reservas acumuladas durante os três anos de subsídios da pandemia para contratar pessoal. Temos um mercado de trabalho que não recuará facilmente. Juntamente com a força desse mercado, a economia está trazendo consigo o poder de precificação.

    Opep e bancos centrais só têm um instrumento para influenciar os mercados

    Essa é exatamente a força que as autoridades do Fed não querem ver na economia americana neste momento. Elas querem a melhor parte do boom econômico – o crescimento –, mas não a parte ruim, isto é, a inflação. Os bancos centrais estão na mesma situação da Opep. Assim como o cartel tem apenas uma ferramenta à disposição – o controle da oferta – para calibrar a demanda e os preços, os bancos centrais só têm um recurso para influenciar a economia: os juros.

    Ambos os lados vão tentar usar a única ferramenta de que dispõem para obter máxima vantagem.

    A Opep pode argumentar que o problema inflacionário atual é um excesso da era da pandemia, causado pelos gastos dos Estados Unidos de trilhões de dólares em programas de auxílio que foram estendidos além do necessário.

    Também pode acusar o Fed de ser negligente, de dormir ao volante e tentar se recuperar culpando o cartel e o petróleo caro pela situação. Vou aceitar esse argumento. O que não muda é que, se os preços do petróleo norte-americano subirem de US$70 para US$90, isso não vai tornar a situação mais fácil para os bancos centrais.

    Como a demanda da China está aquém do esperado, a única forma de os sauditas alçarem os preços do petróleo será continuar reduzindo a produção, enquanto o Fed e seus pares aumentam os juros para tentar controlar o monstro da inflação.

    Então, qual dos dois lados é o mais forte?

    Por mais que a demanda por petróleo seja considerada inelástica, é preciso lembrar que o consumidor não tem um bolso sem fundo, nem um limiar infinito de tolerância para a inflação.

    Se os sauditas se mostram satisfeitos em vender menos barris por preços mais altos, a questão é saber quem está disposto a pagar, digamos, US$ 100 por barril? Podem ser menos pessoas do que imaginam. Não resta dúvidas de que a demanda vai cair.

    Se tudo der errado, os sauditas provavelmente inundarão o mercado com petróleo, como sempre fazem quando o mundo insiste em seguir um caminho distinto. Foi justamente o que fizeram há três, quando a Rússia se recusou a aumentar os cortes de produção um pouco antes da pandemia. O resultado foi um preço do WTI que chegou a menos US$40 por barril.

    O grande empecilho para os sauditas desta vez é que o shale oil norte-americano não está mais nas mãos de pequenas empresas independentes e instáveis, incapazes de resistir a quedas acentuadas de preços, mas nas mãos de empresas do porte de ExxonMobil (NYSE:XOM) e Chevron (NYSE:CVX).

    Três anos de reviravoltas nos preços e necessidade de conservação de caixa fizeram com que as empresas de shale oil se tornassem muito mais resilientes financeiramente e capazes de resistir a uma guerra de preços. E o aumento da produtividade, evidenciado pela queda do número de sondas em operação nos EUA e pela produção em alta, reduziram o custo por barril do produtor para a região inferior de US$30 neste momento.

    John Kilduff, sócio do fundo de hedge de energia Again Capital, de Nova York, afirmou:

    "Os sauditas realmente precisam de preços mais altos para continuar investindo centenas de bilhões de dólares em sua diversificação econômica fora do petróleo. Mas agora já não é tão fácil, como na década de 1970, provocar uma crise no petróleo e fazer o mundo implorar pelo óleo que você pode produzir."

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    Aviso: O conteúdo deste artigo é puramente educativo e não representa qualquer recomendação de compra ou venda de qualquer ativo tratado. O autor Barani Krishnan não possui posições nas commodities ou investimentos sobre os quais escreve. Ele geralmente utiliza uma variedade de visões além da sua para promover a diversidade da análise de qualquer mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias.

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Últimos comentários

se não conseguir aumentar o preço do petróleo pelos paises produtores ai vem o segundo plano...frio e macabro a GUERRA!!!
belo artigo
Realmente 👏
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