A sinalização dovish que os indicadores econômicos brasileiros dão neste momento correm o risco de não surtirem efeito na decisão do COPOM, por conta da questão política ainda em voga.
A piora observada na coleta de impostos observada ontem teria exatamente o efeito de pronunciar o corte de juros, mesmo com a elevação do saldo de criação de postos de trabalho. Entretanto, tal efeito novamente se contrapõe à volatilidade dos ativos.
Havia muita dúvida se o BC poderia reverter o sinal menos propenso ao afrouxamento da ata da última reunião do COPOM no relatório de inflação amanhã, porém fatos novos podem confirmar o contexto de 75 bp, ao menos no curto prazo, até que surja alguma solução à ausência das reformas trabalhista e previdenciária.
A propensão ao maior risco com a queda nos juros, principalmente com o cenário global relativamente estável já se reverte e a tentativa da bolsa de SP de romper os parâmetros de resistência técnica se tornam cada vez mais desafiadores.
CENÁRIO POLÍTICO
Como citamos recentemente, o mercado financeiro se mantem pragmático em relação à questão política, evitando reagira àquilo que não é fato novo. Porém, as ocorrências de ontem foram sim fatos novos e de grande relevância.
O obvio destaque é a derrota de Temer no CAS (Comissão de Assuntos Sociais), a qual não “federia, nem cheiraria” em momentos de maior calma política, pois não tem poder de veto, de alteração de textos, servindo somente como algo que pode gerar sugestões.
Foi da base aliada que saiu o veto decisivo e mostrou que esta falta de unidade pode influenciar não somente os rumos do governo, fadado a um fim melancólico em relativa brevidade. Todavia, atinge as importantes reformas que dão espaço ao corte de juros, tão necessários aos rumos da economia brasileira.
Acreditamos que a reforma trabalhista deva passar no senado e a da previdência possa até avançar em uma versão “lego”, a ser remontada no futuro, porém a perspectiva de manutenção do ritmo de corte da Selic, por conta dos indicadores econômicos volta a perder força.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é negativa, puxada por ações de bancos, com os futuros em NY na mesma linha. O fechamento na Ásia foi na maioria negativo por conta do petróleo, apesar do sucesso da inclusão de ações A da China continental no índice MSCI.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas desde a abertura, enquanto os Treasuries operam com queda no rendimento a partir dos 3 anos.
Entre as commodities metálicas, o ouro mantém a alta, nos temores políticos globais e o minério de ferro retoma a realização de lucros. O petróleo opera em queda em NY e Londres, com o grande aumento da oferta global.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,3274 / 1,34 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / 0,099%
Dólar / Yen : ¥ 111,16 / -0,260%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / 0,040%
Dólar Fut. (1 m) : 3339,92 / 1,24 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 18: 9,07 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 19: 9,07 % aa (1,00%)
DI - Janeiro 21: 10,14 % aa (1,50%)
DI - Janeiro 25: 10,74 % aa (1,42%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,01% / 60.766 pontos
Dow Jones: -0,29% / 21.467 pontos
Nasdaq: -0,82% / 6.188 pontos
Nikkei: -0,45% / 20.139 pontos
Hang Seng: -0,57% / 25.695 pontos
ASX 200: -1,59% / 5.666 pontos
ABERTURA
DAX: -0,575% / 12741,05 pontos
CAC 40: -0,878% / 5247,17 pontos
FTSE: -0,346% / 7446,84 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 61513,00 pontos
S&P Fut.: -0,185% / 2433,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,266% / 5717,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,08% / 80,20 ptos
Petróleo WTI: -0,25% / $43,40
Petróleo Brent:-0,46% / $45,81
Ouro: 0,35% / $1.247,32
Minério de Ferro: -0,16% / $54,71
Soja: -0,68% / $17,87
Milho: 0,47% / $371,75
Café: -0,29% / $121,60
Açúcar: -0,15% / $13,59