Por que não 3% aa? Esta é agora uma pergunta de enorme pertinência, dadas as divulgações de novas projeções do mercado para a Selic.
Analistas parecem muitas vezes estar em uma “sincronia atrasada” com suas tesourarias, quando iniciam o processo de alterações de suas projeções.
É daí que vemos um movimento forte de achatamento da curva longa de juros, o que de certa maneira já satisfaria a autoridade monetária na condução de sua política, ou seja, poderia levar a uma pausa estratégica no ciclo de afrouxamento.
Isso foi o que fez o Federal Reserve com o Quantitative Easing (QE) após a crise das hipotecas, um achatamento dos vértices mais longos da curva de forma a impactar os custos de financiamento de longo prazo e dar espaço para reativar a economia.
O problema aqui é que dado o posicionamento fortemente vendido na ponta longa da curva, uma pausa nos cortes não é interessante ao mercado, por isso também o achatamento dos vértices mais curtos, de forma a “pressionar” o Banco Central a manter intacto a política monetária francamente dovish, como se reagindo às “ancoragens de expectativas”.
Novamente, não estamos advogando por juros altos, pois se considerarmos os aspectos da economia brasileira e a série de fatores que necessitam avançar para que os cortes se reflitam mais rapidamente na economia real, o ideal seria que o ciclo terminasse em 5% aa.
Contam-se ainda com os efeitos defasados das decisões de política monetária na economia real, possivelmente de 6 a 9 meses.
Agora o ponto importante é que não ocorreram mudanças substanciais no arcabouço da inflação brasileira para acreditar que o atual cenário de preços não é meramente conjuntural e sim estrutural, coisa da qual duvidamos.
Estamos longe do que se pode considerar como o ideal em termos de atividade econômica e o Brasil pode observar uma reação inflacionária com o retorno de um crescimento mais robusto, dado o achatamento de margens de lucros em diversos setores, como observado claramente nos índices de preços ao atacado.
Daí surgem também as defesas da continuidade do corte de juros, pois para alguns, o Banco Central não poderia “frustrar as expectativas do mercado” e gerar uma confusão na curva. Então, por que não 3% aa.
Na Europa, aparentemente houve um acordo para o Brexit, que já anima a abertura.
Hoje inicia o julgamento da prisão em segunda instância, com resultado nos próximos dias.
Atenção hoje nos EUA à produção industrial, mercado imobiliário e aos resultados de Verizon, Philip Morris, Vivendi (PA:VIV), Blackstone e Ericsson.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o avanço do Brexit.
Na Ásia, o fechamento foi misto, com expectativa pelo Brexit e medidas do mercado imobiliário em Hong Kong.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, ouro, platina e minério de ferro caem.
O petróleo abre em queda, após a elevação maciça dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,95%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1537 / -0,63 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / 0,506%
Dólar / Yen : ¥ 108,78 / -0,101%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / 0,803%
Dólar Fut. (1 m) : 4165,83 / 0,03 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,48 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,52 % aa (-1,95%)
DI - Janeiro 23: 5,50 % aa (-2,31%)
DI - Janeiro 25: 6,21 % aa (-1,74%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,8931% / 105.423 pontos
Dow Jones: -0,0844% / 27.002 pontos
Nasdaq: -0,3009% / 8.124 pontos
Nikkei: -0,09% / 22.452 pontos
Hang Seng: 0,69% / 26.848 pontos
ASX 200: -0,77% / 6.685 pontos
ABERTURA
DAX: 0,572% / 12742,55 pontos
CAC 40: 0,216% / 5709,22 pontos