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Precisa Haver Uma Alternativa

Publicado 11.12.2018, 11:52
Atualizado 14.05.2017, 07:45

Papai começou a vida profissional como vendedor de macarrão de porta em porta. Eu nem sei muito bem como seria isso hoje em dia.

Depois, passou a feirante. Vendia batatas numa pequena barraca de rua, ainda pré-adolescente, acompanhando meu avô português. Sempre se disse um bom negociador, o que, a julgar pelo histórico posterior, compõe ao menos uma narrativa crível.

Um pouco mais velho, virou office boy num banco. Trabalhava de dia, estudava economia à noite na FMU. Conseguiu trabalho no Credireal, onde cresceu um pouco na carreira e depois virou chefe da mamãe – não era bobo nem nada e… cá estamos!

Segredo só entre nós cinco aqui, sem que a patrulha do politicamente correto já ligue a sirene: quando a turma vem reclamar da pegação na Empiricus , eu apenas penso: “Bicho, se não tivesse pegação no trabalho, eu não estaria aqui”. Dou de ombros e faço cara de paisagem – austero e sereno.

Será que não seria mais fácil apenas cobrar eficiência e produtividade das pessoas? Quando li Ray Dalio falando da Bridgewater como uma extensão da família, com laços profundos entre as pessoas e não apenas um envolvimento frio e protocolar, eu pensei: “Acho que esse cara entendeu a matrix”. Aí está a verdadeira meritocracia.

Retorno da digressão.

Daí o Ramiro foi para o Banco Safra, ficando 25 anos por lá. Exemplo de estabilidade. Virou diretor, manteve alguma proximidade com a família controladora (em particular com o Ezão – é assim que escreve isso?) e viveu a época de cowboy do mercado financeiro brasileiro. Via todo aquele bangue-bangue e contava em casa. Falava muito do Garantia, negociando direto com o pessoal da segunda geração (ele morria de medo do Tom), e também, mas em menor medida, do Pactual. Depois, saiu do Safra e virou sócio numa corretora, no que talvez tenha sido sua maior frustração profissional. Quebrou amizades e as finanças da família. Acabou saindo da Bônus (fique claro: antes dos escândalos que o Google (NASDAQ:GOOGL) vai contar para você) e virou trader de ações (sempre alavancado) de casa. Ficou rico e pobre várias vezes.

Nos vales da montanha-russa, a coisa ficava muito pior ali no Alto de Pinheiros. Ele mesmo não se desculpava pelos erros financeiros e criava um ciclo vicioso e etílico, na concepção mais literal da parada. Se o dinheiro não entra pela porta, o amor voa pela janela – o ano de 2000 explodiu a Nasdaq e parte da paixão do casal lá em casa.

Já acometido pela miastenia, em uma das vezes em que ficou pobre, afastado dos amigos e de conexões mais profundas no mercado, não conseguiu se reerguer. Terminou como agente autônomo, pulando de uma corretora para outra atrás de migalhas que os supostos amigos deixavam esparramadas como esmola pelos “good old times” – registre-se: o Marcelo Elaiuy é exceção, tendo ajudado o papai (e também a mamãe, mesmo quando viúva) em todos os momentos.

Por que estou contando essa história? Porque o mercado financeiro, pra mim, não é meu trabalho. Esse negócio faz parte da minha própria constituição. “I've got you under my skin.” Ouço sobre Open Market e Bolsa de Valores desde o berço. Sou nascido e criado nesse ambiente. É uma questão de ser, não de estar. “You are what you are”, como resume Michael Jordan.

Conheço o sistema por dentro e posso lhe dizer: o sistema é foda. Como falam por aí, “eu não conto para a minha mãe que trabalho no mercado financeiro; prefiro dizer que toco piano num bordel” – alguns dizem que a frase original é do Michael Milken, mas não tenho certeza.

Eu sempre soube que precisávamos de uma alternativa. Quase posso ouvir a Maria Bethânia recitando: “Eu sei que atrás deste universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada”.

É isso que me traz ao texto de hoje.

Tenho insistido de que é algo realmente transformador para o investidor de varejo no Brasil e hoje gostaria de explicar exatamente a razão disso e o porquê de eu ter estado à frente dessa parceria – mas não vou entrar na questão previdenciária em si; o foco hoje está no estratégico e, na ausência de uma palavra melhor, no ontológico da parceria. Amanhã falo das barbaridades que existem por aí, especificamente na previdência.

O investidor pessoa física hoje no Brasil está de certa forma amaldiçoado, condenado ao espectro de um sistema financeiro oligopolizado, corrompido por conflitos de interesse, falta de informação de qualidade e taxas muito altas.

Ainda que, felizmente, tenha havido algum desenvolvimento das corretoras independentes nos últimos anos (e há de se apontar nominalmente a excelente revolução promovida pela XP ao trazer para cá o conceito de plataforma aberta), o grosso da grana ainda está quase todo dentro dos bancos. E banco, claro, tem meta pra bater.

Os produtos mais caros, evidentemente, são melhores para aquela instituição financeira, não necessariamente para o investidor. O gerente do banco, que também precisa correr atrás do leitinho das crianças, se vê obrigado a enfiar no cliente coisas que podem não ser as melhores para ele. Não é culpa do gerente, claro, mas da estrutura de incentivos. Ainda não superei aquele primeiro capítulo do livro do Mankiw: “As pessoas obedecem a incentivos”.

A raposa no galinheiro: sempre que um vendedor, mesmo que esteja nessa condição apenas tacitamente, sem o rótulo formal, estiver em contato com o investidor para a definição de sua alocação, haverá um explícito problema de conflito de interesse.

Bom, daí o investidor, que também não é bobo, percebe o mau atendimento dos bancos e decide investir seu dinheiro por meio das corretoras independentes. Eu acho ótimo que o faça, sinceramente.

Mas o ponto central aqui é que o problema não se resolve. Há um avanço, sem dúvida. E jamais pretendo contestar essa conquista. Mas a questão, na sua essência, continua lá, azucrinando a vida do cidadão por uma estrutura de incentivos sub-reptícia, com conflitos de interesses disfarçados e taxas escondidas definhando a transparência daquela relação.

Há basicamente dois tipos de corretoras hoje no mercado. De um lado, aquelas em que há uma relação muito próxima e profunda dos agentes autônomos (devo insistir: meu pai foi agente autônomo e eu sei exatamente como isso funciona) com os clientes. E outra em que as plataformas são quase integralmente digitais, sem agente autônomo, em que o investidor está ali quase tendo que decidir sozinho o que fazer.

Ambas são problemáticas. No primeiro caso, é, de novo, em termos práticos (e aqui não me refiro às cartilhas regulatórias), o investidor falando com o vendedor sobre alocação. O agente autônomo recebe remunerações diferentes a partir desse ou daquele produto. Então, há um claro incentivo para sugestionar ao cliente (ainda que apenas tacitamente) alternativas de aplicação que rendam ao agente autônomo maiores taxas e comissões, na maior parte das vezes ocultas ao investidor, como no caso dos rebates dos fundos. Também aqui não é um problema do agente autônomo, mas da estrutura de incentivos.

No segundo bloco, o investidor chega àquela plataforma digital e, sem acesso à boa informação e sem qualquer direcionamento, fica sem saber direito o que fazer.

Será que não poderia haver um canal em que o investidor pudesse instrumentalizar indicações de investimento de alta qualidade, sem conflito de interesse, em que nada estivesse oculto? Será que não pode haver uma convergência entre o interesse do investidor e o da plataforma?

Há de se construir um caminho nesse sentido. A solução definitiva para sua Previdência cumpre exatamente esse papel. Os melhores fundos de Previdência disponíveis, com a melhor alocação possível, sem que a Empiricus ou a Vitreo recebam um real a mais deste ou daquele produto, garantindo a isonomia em favor do investidor.

Depois de muita persistência e fé, nasce uma alternativa a tudo que se vê por aí, sem conflito de interesse e com o devido assessoramento ao investidor.

Antes de prosseguir para as questões mais cotidianas, gostaria de recomendar a leitura da excelente matéria feita pela Luciana Seabra para o Seu Dinheiro com a história do mais que brilhante (e humilde!) Rogério Xavier. Fonte real de inspiração. Não deixe de ler.

Mercados tentam se recuperar após o forte tombo da véspera, escorados num exterior mais tranquilo. A preocupação com a guerra comercial entre EUA e China, associada a bastante preocupação em torno das negociações sobre o Brexit, pesou bastante sobre ativos emergentes hoje. Agora, investidores voltam às compras atrás de barganhas e sob alguma percepção de exagero.

Libra se fortalece, o que indica menor tensão em torno do Brexit, fonte de temor ontem. Outra rodada de negociação entre EUA e China traz alguma esperança, embora variações sejam modestas e possa se perceber ainda certa aversão ao risco no ar.

Relatório do DoE com perspectivas para o setor de petróleo eleva expectativas, bem como inflação ao produtor norte-americano.

Por aqui, Banco Central chamou dois leilões de linha, com oferta total de 1 bilhão de dólares, provendo liquidez diante da sazonalidade ruim (remessas de fim de ano) e de um desempenho do real pior de que seus pares emergentes nos últimos dias.

Ibovespa Futuro registra alta de 1 por cento, dólar e juros futuros recuam.

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Chamava Ezão porque tinha o Ezinha, que não era da captação. Saudades do Ezra.
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