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Prévia da Cúpula da Opep: Não Há Garantia de Consenso para os Cortes

Publicado 06.12.2018, 07:35
Atualizado 09.07.2023, 07:31

Artigo publicado originalmente em inglês no dia 06/12/2018

Os ministros do petróleo se reunirão hoje em Viena, Áustria, para as reuniões semestrais da Opep e Opep+. Os países exportadores de petróleo devem discutir um possível corte de produção para o próximo ano. Aparentemente existe um consenso para um corte, mas os números exatos ainda estão em negociação, variando entre 1 milhão de barris por dia (bpd) a 1,3 milhão bpd.

Breve recapitulação

Em novembro de 2016, a Opep decidiu que exigiria cortes de todos os membros – inclusive da Rússia e de qualquer outro país exportador de petróleo não membro do cartel que quisesse participar do plano – totalizando 1,8 milhão de barris por dia. Os preços do petróleo estavam reagindo lentamente, mas, com o tempo, houve uma redução do petróleo armazenado, e a oferta e a demanda começaram a convergir. A implementação nem sempre foi perfeita. A Arábia Saudita cortou mais do que sua alocação previa, enquanto o Iraque e o Cazaquistão reduziram levemente a produção, mas sem alcançar o nível estabelecido por suas alocações. Outros produtores, no entanto, compensaram o excesso de produção com quedas naturais. A produção da Venezuela, Angola e agora Irã caiu involuntariamente. Somente as reduções da Venezuela e Iran retiraram 1,3 milhão bpd do mercado.

Na reunião da Opep e Opep+ de maio de 2018, o grupo decidiu manter o teto da sua produção geral, mas incentivou os produtores com capacidade ociosa a exceder suas alocações a fim de garantir que o mercado estivesse bem abastecido quando as novas sanções ao petróleo iraniano entrassem em vigor em novembro. Os preços do petróleo subiram durante todo o verão e atingiram uma máxima no início de outubro, com o Brent alcançando um pouco mais de US$ 85 por barril.

Brent Gráfico Diário

Desde então, os preços do petróleo caíram significativamente, com o Brent ficando um pouco acima de US$ 62 por barril. Isso se deveu a uma confluência de fatores, como o aumento da oferta nos EUA, bancos de investimento encerrando posições compradas, tuítes do presidente norte-americano, Donald Trump, isenções de última hora às exportações petrolíferas do Irã e maior produção de determinados membros da Opep. A Arábia Saudita produziu algo em torno de 11,2 milhões bpd no mês de novembro (de acordo com a Platts), uma quantidade muito superior à sua alocação de 10,06 milhões bpd.

Posições da Opep

Isso nos traz à reunião desta semana, em que o comitê técnico recomendou que o grupo cortasse 1,3 milhão bpd da produção. Apesar dos preços baixos, é possível garantir qualquer coisa, menos consenso. Abaixo está uma lista das diversas posições dos países.

  • Arábia Saudita: o ministro do petróleo, Khalid al Falih, apoia um corte, mas sem o amplo apoio de outros produtores. Ele afirmou que a Arábia Saudita não suportará o impacto dos cortes sozinha. Isso significa que EAU, Kuwait, Iraque, Rússia e possivelmente Cazaquistão precisam concordar com um corte e cumpri-lo de fato.
  • Rússia: o presidente Vladimir Putin concordou em ampliar a participação da Rússia no pacto da Opep+, mas isso não garante qualquer corte. A Rússia não garantiu completamente a cooperação de várias empresas petrolíferas russas em um corte. Isso traz enormes dificuldades, uma vez que essas empresas se prepararam para aumentar a produção. A produção russa, no entanto, geralmente cai nos meses de inverno, e isso pode motivar o país a aceitar um corte pelo menos no curto prazo.
  • Irã: os delegados do Irã na Opep têm expressado seu descontentamento com a forma como as reuniões da Opep vêm sendo conduzidas recentemente. O Irã alega que a Arábia Saudita e a Rússia têm tomado decisões e definido políticas para o resto do grupo sem consultar os outros membros. Há algo de verdade nisso, diante da recente decisão do Catar de deixar a Opep em 2019. O Irã gostaria de ver cortes principalmente dos membros da Opep que estão excedendo sua produção. A produção do próprio país caiu significativamente em novembro, produzindo apenas 2,98 milhões bpd no último mês, uma queda de 310.000 bpd, de acordo com a Platts.
  • Iraque: a produção iraquiana permaneceu constantemente acima das suas alocações, com 4,76 milhões bpd em outubro, embora tenha havido um leve declínio em novembro, em razão do clima severo no Golfo Pérsico. O Iraque quer aumentar a produção, principalmente em seus campos do Norte. O ministro do petróleo da Arábia Saudita já visitou Bagdá diversas vezes nos últimos tempos, e provavelmente o endosso do Iraque para um corte será essencial para um acordo, considerando particularmente a superprodução habitual do país.

As cartas do jogo

Enquanto isso, nem o Canadá nem os Estados Unidos estão envolvidos na Opep ou Opep+, mas ambos os países fizeram com que sua presença fosse sentida em Viena. A decisão da governadora de Alberta, Rachel Notley, de cortar a produção petrolífera da província a partir de janeiro agora é um fator-chave que não era esperado nos mercados mundiais de petróleo. O presidente Trump deixou sua opinião clara em um tuíte enquanto os ministros do petróleo da Arábia Saudita e da Rússia se reuniam em privado. Ele reiterou seu desejo de preços baixos para o petróleo ao declarar:

“Espero que a Opep mantenha os fluxos de petróleo como estão, sem restrição. O mundo não precisa nem quer ver preços mais altos para o petróleo!”

Entretanto, a real presença americana na reunião da Opep veio na pessoa do Representante Especial para o Irã, Brian Hook. Hook teria se reunido com o ministro do petróleo da Arábia Saudita na quarta-feira, provavelmente para discutir as sanções ao Irã. A quantidade de petróleo que as sanções retirarão do mercado e o prazo dessas imposições são fatores importantes nos cálculos da Opep. O ministro do petróleo iraniano ainda não havia chegado a Viena no momento dessa reunião.

Além da Opep, os analistas de mercado também devem voltar suas atenções às previsões semanais de petróleo da EIA, que serão divulgadas hoje.

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