BALANÇO SEMANAL — 02 a 06/03/2015
MERCADO – Em contato com representantes das demais nações produtoras em Londres, duas das expressões que mais ouvimos foram “insatisfação” e “sofrimento” no que diz respeito aos preços praticados atualmente no mercado. Apesar disso, voltamos a observar, nesta semana, que as cotações futuras do café voltaram a cair, ainda sob influência do dólar fortalecido, principalmente no Brasil, e da ocorrência de chuvas em parte do cinturão produtor nacional. O clima especulativo é forte no mercado, alimentado pelas incertezas quanto ao volume e à qualidade da colheita brasileira que se iniciará dentro de dois meses.
A Somar Meteorologia informou a ocorrência de chuvas sobre a parte norte da região Sudeste nesta semana, principalmente sobre a Zona da Mata de Minas e o Espírito Santo. Mesmo assim, devido à grave situação de estiagem no Estado capixaba registrada nos últimos meses, a produção de conilon deverá registrar retração, contribuindo para o encolhimento da oferta brasileira em 2015, já que as principais origens de arábica enfrentaram dificuldades decorrentes do déficit de chuvas e das altas temperaturas desde janeiro de 2014.
No entanto, o principal fator de depreciação das cotações internacionais continua sendo o dólar fortalecido ante o real. O cenário econômico e político no Brasil levou a divisa norte-americana, na quarta-feira, a ultrapassar a barreira dos R$ 3,00, nível não atingido desde agosto de 2004. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,0115, acumulando expressiva alta de 5,3% na semana.
Com isso, na Bolsa de Nova York, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,3505 por libra-peso, acumulando queda de 545 pontos em relação ao final da semana passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também apresentaram tendência de baixa. Ontem, o vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 1.875 por tonelada, com perdas de US$ 32 desde o final da semana anterior.
Seguindo o cenário externo, os preços do café se desvalorizaram no mercado físico brasileiro, que continuou retraído. Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 428,64/saca e a R$ 296,04/saca, respectivamente, com variação de -0,8% e 1,8% no acumulado da semana.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo