Ao longo do ano passado os índices econômicos brasileiros apresentaram resultados desanimadores, cenário que se estende por este ano.
Desemprego, Selic e inflação crescentes, ao mesmo tempo em que a expectativa de geração de riqueza do país recua.
O fraco desempenho econômico influencia no poder de compra da população, e consequentemente no consumo de carne bovina.
Perfil econômico atual
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central no dia 18/5, a expectativa é de que a inflação termine o ano em 8,31%, frente à expectativa de 8,23% prevista quatro semanas antes.
O resultado está bem acima do teto da meta definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), cujo índice é de 6,50%.
Foi a quinta alta consecutiva e não está descartado que haja revisões para cima daqui para frente.
Os preços administrados, que se referem a itens insensíveis às condições de oferta e demanda, como energia elétrica, combustível e tarifas de transporte, devem fechar o ano com alta de 13,20%, impactando diretamente na inflação.
A taxa básica de juros (Selic) subiu e deverá ficar em 13,50% no fim desde ano. Há estimativa era de 13,00% há um mês.
A taxa Selic é uma das ferramentas do Banco Central para conter o processo inflacionário.
O aumento dos juros diminui a demanda por crédito e reduz o consumo, o que automaticamente puxaria os preços para baixo, controlado estrategicamente a inflação.
A produção industrial em queda também reforça o cenário de economia fragilizada. A previsão dos economistas é que este índice recue 2,80% em 2015.
A retração da indústria colabora com o aumento do desemprego, que fechou o primeiro trimestre de 2015 em 7,90%, frente a 6,50% no trimestre anterior.
É a maior taxa dos dois últimos anos.
A expectativa de oscilação do Produto Interno Bruto (PIB) aponta para retração de 1,20%, frente a 1,03% previsto há um mês.
O país não apresentava queda do PIB desde 2009, quando caiu 0,30%.
Relação do cenário econômico com o consumo
As sucessivas confirmações de que 2015 não deverá encerrar com resultados positivos piora a percepção do brasileiro sobre a situação econômica.
A consequência disso é a retração do consumo de carne, que não vêm atendendo as expectativas dos varejistas nem em inícios de mês, quando o pagamento dos salários estimula a compras.
As margens dos frigoríficos estão abaladas, menores, o que revela a dificuldade nas vendas.
Em períodos de oferta menor é comum que a indústria trabalhe com margens reduzidas, mas uma situação econômica mais favorável certamente traria um consumo maior, com preços mais firmes.
Enquanto isso, as cotações da arroba não parecem sentir o reflexo das vendas e resistem em recuar ou caem pouco.
A fase de alta do ciclo pecuário tende a permanecer ao longo deste ano e perdurar pelo menos por parte de 2016.
Para o ano que vem, as expectativas apontam para recuperação gradativa da conjuntura econômica brasileira, o que deverá colaborar para a melhor adaptação da população aos novos patamares de preços das carnes.