A inversão da curva de juros americana, entre os vencimentos de 2021 e 2023 assustou os investidores globais na sessão de ontem, apesar ocorrer desde a segunda-feira.
Para alguns, tal movimento de achatamento da curva de juros preconizou algumas recessões.
Todavia, tal explicação se sustenta em partes num ponto: o aperto monetário.
Todo processo de aumento gradual de juros promove um ajuste nos vértices da curva em direção à meta pretendida pela autoridade monetária.
Com isso, ao se aproximar do esgotamento do ciclo, os juros americanos tendem a se achatar, ou seja, o diferencial de pontos entre os vértices da curva de juros fica pequeno.
Os temores de recessão vêm exatamente dos efeitos inerciais da política monetária, com efeitos de 6 a 9 meses da sua decisão à efetivação na economia real (dependendo do país), que podem levar a um esfriamento da atividade.
Ainda assim, não existe uma correlação mecânica entre as recessões mais recentes e tal achatamento, principalmente pela diferença que o atual cenário impõe às decisões das autoridades monetárias.
Uma das principais diferenças é a inflação baixa, com projeções estáveis e crescimento econômico acelerado, em especial no mercado de trabalho.
Outro ponto é a ausência da sinalização de bolhas nos ativos, com as bolsas americanas mantidas em pontuação média estável por praticamente um ano.
Assim, discussões comerciais podem ser mais improdutivas do que o aperto monetário vigente.
Feriado e agenda fraca disparam a volatilidade hoje.
CENÁRIO POLÍTICO
No xadrez político, Guardia e Guedes já entenderam que tentar reverter uma conversa sobre a partilha da cessão onerosa, quando sequer ainda existem parâmetros para se quantificar os recursos é improdutivo, daí o adiamento da discussão para 2019.
Neste ano, sem estar na “cadeira’, Bolsonaro e parte da equipe ainda disparam declarações sem rumo concreto, como no caso do fatiamento da previdência.
Quando assumir, o discurso deverá parar de achismos e partir para o pragmatismo, pois o Brasil não tem mais tempo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, após a inversão da curva nos EUA e feriado.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, seguindo o ímpeto mais fraco no ocidente.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries não operam, em luto pelo presidente Bush.
Entre as commodities metálicas, a alta é observada no minério de ferro.
O petróleo abre em queda, com temores de recessão.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 26,6%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8493 / 0,13 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,053%
Dólar / Yen : ¥ 113,02 / 0,222%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,134%
Dólar Fut. (1 m) : 3856,63 / 0,78 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 6,57 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 6,99 % aa (0,72%)
DI - Janeiro 21: 8,01 % aa (1,01%)
DI - Janeiro 25: 9,76 % aa (1,88%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,33% / 88.624 pontos
Dow Jones: -3,10% / 25.027 pontos
Nasdaq: -3,80% / 7.158 pontos
Nikkei: -0,53% / 21.919 pontos
Hang Seng: -1,62% / 26.820 pontos
ASX 200: -0,78% / 5.668 pontos
ABERTURA
DAX: -0,805% / 11244,08 pontos
CAC 40: -0,888% / 4968,14 pontos
FTSE: -0,985% / 6953,61 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 88766,00 pontos
S&P Fut.: 0,507% / 2715,40 pontos
Nasdaq Fut.: 0,643% / 6847,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,04% / 83,50 ptos
Petróleo WTI: -0,28% / $53,10
Petróleo Brent:-0,21% / $61,95
Ouro: -0,23% / $1.235,70
Minério de Ferro: 1,92% / $66,83
Soja: 0,30% / $16,62
Milho: -0,20% / $372,50
Café: -0,59% / $101,30
Açúcar: -0,47% / $12,70