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Reflexões Tardias Alteram Perspectivas para os Juros

Publicado 20.01.2016, 15:02

Temos, a longa data, afirmado que as perspectivas para 2016 indicavam que poderia ser um ano pior do que 2015, já que não alcançaria soluções para os problemas presentes na economia, porém com uma intensificação consequente dos níveis de desemprego disseminados pela economia, com impactos relevantes na renda e no consumo.

Da mesma forma temos sido incessantes nas críticas às projeções extremamente serenas, embora mantendo o negativismo em algumas, que vem sendo colocadas por parte dos analistas e economistas, grande parte das quais se consolida em evidência através o Boletim Focus.

E, finalmente, temos manifestado nossa posição contrária a elevações da taxa de juro SELIC pelo governo, de vez que inexistindo demanda aquecida no consumo e por crédito, a medida só serviria para atender os reclamos do mercado financeiro, que é rentista do governo, em detrimento da política fiscal, já caótica, do governo.

O BC dava a entender ao mercado financeiro que, mais uma vez, atenderia suas pressões e elevaria a taxa de juro SELIC na reunião que se finda hoje.

O setor produtivo que convive com a forte recessão/retração e deixa evidente o seu estado de desanimo em investir, mantendo-se firme na falta de credibilidade ao governo, que sempre insinua o objetivo de elevar tributos enquanto o BC aponta para a prática contumaz de repetir “velhas promessas ancoradas em velhas premissas” de elevar o juro e de se comprometer com a convergência da inflação à meta, acentua a sua paralisação gradativa mais contínua conduzindo as perspectivas de nova queda no PIB neste ano de 2016.

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Porém, ontem quando o FMI tornou pública a sua revisão do crescimento global, salientando que o Brasil deverá ter queda do PIB em 2016 de 3,5% e que não crescerá em 2017, parece ter dado um “tranco” nos gestores governamentais, com ênfase imediata no BC, obrigando-os a uma reflexão menos cômoda, que, contudo, se faz tardia, tendo em vista que criou expectativas e, por inevitável, modifica-as afetando o mercado de juro, ações e da formação do preço da moeda americana, o dólar.

O FMI enfaticamente ainda afirmou que a recessão no Brasil puxa para baixo o crescimento mundial, ficando bem abaixo da queda de outros emergentes, como os países da América Latina e Caribe, da Rússia que enfrenta o problema da dependência do petróleo que tem forte queda nos preços internacionais, e, mesmo da China, que tem perspectiva de desaceleração crescendo, como consequência, menos.

A rigor, o Brasil passou a ser o “patinho feio” da economia mundial.

O quadro interno, aliviado pelas férias congressistas no acirramento político, tem oportunidade de eliminar todas as dúvidas reforçando a percepção de que o país enfrenta uma expressiva crise econômica e que não consegue avançar e nem induzir o setor produtivo a mudar de atitude.

E, o pior, o governo não consegue avançar na solução dos problemas em torno da política fiscal e da inflação que continua aquecida, porém sendo preponderantemente inercial, e, tabula os primeiros resultados mais drásticos do desemprego, que contribuirá para perda maior da atividade econômica, na medida em que afeta a renda e o consumo, aumentando as perspectivas de crescimento rápido da inadimplência das famílias, em especial.

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Hoje se especula se o COPOM decidirá então manter a taxa de juro SELIC inalterada ou elevá-la discretos 0,25%, e isto afeta o mercado de câmbio que abriu cotando a moeda americana a R$. 4.0982 e agora recuou para algo em torno de R$ 4.085.

O BC deveria, isto sim, mudar de postura radicalmente e ao invés de discutir a elevação do juro, face à absoluta ineficácia da medida na contenção das pressões inflacionárias, reduzi-lo , focando com isto o estimulo ao setor produtivo e mudanças das expectativas. Da mesma forma, deveria conter com redução gradual a rolagem dos contratos de “swaps cambiais” permitindo que o preço da moeda americana ganhe um pouco mais de realismo e compatibilidade com o “status quo” da economia, aliviando o peso deste custo na política fiscal.

O IIF (Instituto de Finanças Internacionais) estima que os mercados emergentes devem ter fuga de capital da ordem de US$ 448,0 Bi este ano. O Brasil, Turquia e África do Sul são considerados os mais vulneráveis neste contexto.

A situação da economia brasileira não enseja otimismo quanto a fluxos de investimentos em conta capital, e, a despeito do juro atraente, já evidencia riscos que devem afastar investidores em renda fixa e/ou variável, mesmo os considerados especuladores. Com isto, o Brasil deve ter presente de que o fluxo cambial financeiro tende a se acentuar negativo ao longo do ano. Por outro lado, entendemos que a estimativa do superávit de balança comercial que vem sendo projetado, US$ 35,0 Bi, está exacerbado, se não contar com mudança de atitude do setor produtivo industrial de manufaturados.

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Na realidade as projeções que vem sendo enunciadas nos parecem distantes das perspectivas reais da economia brasileira, pois atenuam muito seus autorreflexos internamente e procuram, ao melhor estilo Mantega, atribuir a fatores externos como preço do petróleo e China, como fatores primordiais.

Então, quando surge uma observação de peso, como a expressada pelo FMI, ocorre a reflexão e a quebra do marasmo repetitivo, então, perguntamos: Por que não aproveitar este momento e redirecionar as expectativas viciadas para um novo contexto mais realista e compatível com a situação atual do país.

É preciso que vejamos as perspectivas inflacionárias com maior rigor, sabendo-a inercial e forte não ser possível imaginá-la contida com elevação inócua de juro e tendo consciência da situação drástica da nossa economia, não se pode ser otimista quanto a fluxos cambiais positivos.

O governo também precisa ser menos enfático com expectativas em torno da reativação da CPMF para salvar sua incompetência praticada na gestão da política fiscal e ser mais focado no corte de seus gastos, que seriam altamente contributivos para a queda da inflação. Temos desde muito projetado o preço da moeda americana em R$ 5,00 para o final do ano, e cada vez mais a entendermos consistente, da mesma forma que a despeito das pressões redutoras da recessão, não conseguimos vislumbrar a inflação abaixo de 9,0%. Acreditamos que a partir dos números iniciais da economia brasileira no seu todo findo o 1º trimestre, o preço da moeda americana tenderá a elevação consistente e gradual, pois ficarão mais evidentes os dados do Brasil.

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Esperamos que o BC, o governo em última análise, tenha o discernimento de alterar, radicalmente, as expectativas em torno de suas ações diante do “status quo” do país, pois se continuar repetindo mais do mesmo o quadro só se agravará, cada vez mais sem perspectivas de reversão e com o mundo vendo o Brasil entre as piores alternativas.

Se o COPOM não proceder à elevação do juro ao final da reunião de hoje, é bastante factível que o preço da moeda americana galgue de forma sustentável o patamar de R$ 4,10.

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