📖 Guia da Temporada de Balanços: Saiba as melhores ações escolhidas por IA e lucre no pós-balançoLeia mais

Reforma Tributária no Radar

Publicado 18.07.2021, 08:18
EMBR3
-

A reforma tributária está na Câmara, mas é ainda insuficiente para melhor organizar a estrutura tributária do País. Nos parece mais cheia de "remendos" para retirar recursos do setor financeiro, e de parte do setor produtivos na coleta de recursos, em cima dos grandes patrimônios/fortunas do País, para viabilizar os projetos políticos do presidente.

No cerne desta segunda etapa, a alteração da alíquota do IRPF, elevando a isenção para R$ 2,5 mil, contra R$ 1,9 mil como era antes, e no IRPJ, taxação reduzida de 25% para 12,5% até 2023 (REDUÇÃO ESTA CONSIDERADA EXCESSIVA). Deve ser mantida também a alíquota adicional de 10% para as empresas com lucro acima de R$ 20 mil. A compensar a redução da alíquota do IRPJ, o corte, na outra ponta, dos subsídios, calculados em torno de R$ 23 a 30 bilhões. Será possível? Reformas parecidas indicam ser muito difícil o corte destes subsídios, como para indústria química, quando se tem uma base de apoio no Congresso muito “porosa”. Mesmo assim o governo federal segue "costurando acordos" para tentar levar adiante estas medidas.

Outro desafio será enfrentar as críticas dos "entes subnacionais", insatisfeitos com a versão do parecer do relator Celso Sabino. Os estados da Federação calculam perdas entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões para os governadores e prefeitos, entre 77% e 90% de impacto da redução total da carga tributária com a queda do IRPJ. Ou seja, a perda do PIS/COFINS e com o IRPJ não deve ser compartilhada pela União entre os “entes subnacionais”.

Na leitura da União, o objetivo é cortar até R$ 30 bilhões em subsídios e torcer para a recuperação da economia e o aumento da arrecadação federal, o que pode compensar esta perda com o IRPJ. Segundo Guedes, a recuperação da arrecadação no primeiro semestre ficou R$ 100 bilhões acima do esperado. Ou seja, esta cobertura pela perda da redução pela metade do IRPJ deve vir pelo lado da retomada da economia.

Muitos alertam que a redução agressiva do IRPJ pode acabar levando ao aumento da CBS, proposta do novo tributo para a fusão do PIS e Cofins, listada na primeira fase (lembremos que esta proposta da primeira fase foi jogada para ser votada depois do recesso, em agosto. O mesmo acontece com esta segunda etapa).

Uma preocupação a mais é de que esta reforma fatiada (em três etapas) não permite avaliar o impacto das mudanças no todo.

Estudos preliminares sobre a segunda fase indesticam perda de arrecadação em torno de R$ 115 bilhões, compensada com mais R$ 85 bilhões com os cortes dos subsídios , taxação de dividendos (20%) e fim da isenção do JCP.

A retirada dos benefícios tributários em 20 mil empresas dos setores de cosméticos, perfumaria, medicamentos, aeronaves, devem impactar as empresas de setores (fármacos, Embraer (SA:EMBR3), laboratórios, redes de hospital) listados em bolsa de valores. Por outro lado, o retorno da isenção para os fundos imobiliários, devem turbinar os papéis do setor de shopping e construção.

O governo também pretende usar a taxação de 20% para os lucros e dividendos no financiamento do bolsa família, em reformulação e orçado para receber um “reforço” de R$ 25 bilhões no ano que vem.

Em resumo, sobre as principais mudanças no parecer preliminar:

(1) Fundo Exclusivo: Fica mantido o come-cotas em novembro, com alíquota de 15%, incluindo a previsão da tributação sobre o estoque, que deverá ser pago até maio de 2022, com possibilidade de pagamento antecipado em fevereiro de 2022 com alíquota de 10%.

(2) Dividendos: Alíquota de 20%. Este ganho não possuía tributação alguma antes. 

(3) Empresas: Redução do IR passou de 5 pontos percentuais para 12,5 p.p.. Hoje é de 25%, assim a previsão de IR final para 2022 é de 5% (15%) e para 2023 de 2,5% (12,5%).

(4) IR para Investimentos: O projeto inicial pretendia ter uma única alíquota de 15%. No novo texto, volta para a tabela regressiva, entre 22,5% a 15%, assim como é hoje.

(5) Offshore: As previsões do texto original foram excluídas. Fica mantida a regra atual e o diferimento da tributação dos resultados auferidos por sociedades localizadas em países considerados “paraíso fiscal”.

(6) FII: Na primeira proposta, seriam tributados em 15%. agora continuam isentos.

7) Holding Patrimonial: Foi retirada a obrigatoriedade do Lucro Real.

Vamos conversando.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.