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Reversão da Política de Inflação Encerra Ano Difícil para o Fed

Publicado 21.12.2021, 09:14

Grande parte da mídia está descrevendo a mudança anunciada pelo Federal Reserve na semana passada, para um aperto na política monetária, como uma “virada”, palavra elegante que soa melhor do que "avaliação furada".

Críticos questionam se essa mudança é suficiente para solucionar o problema da rápida elevação da inflação nos EUA. Embora o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) tenha decidido acelerar o ritmo do “tapering” extremamente lento em sua última reunião, a redução das compras de ativos ainda é vagarosa, na medida em que o Fed continua adquirindo bilhões de títulos todos os meses, em vista da sua acentuada valorização.

Os editores do Wall Street Journal chegaram até mesmo a sugerir que o presidente do Fed, Jerome Powell, ainda acredita que a inflação seja transitória, muito embora tenha deixado de usar a palavra depois de tanta crítica.

Quem defende a tese da “virada” baseia-se no gráfico de projeções dos membros do Fomc, que preveem agora três elevações de juros no ano que vem, quando não vislumbravam nenhuma até pouquíssimo tempo atrás.

Gráfico de projeções do Fed

Fonte: Bloomberg

Trata-se do chamado “gráfico de pontos” que integra o Resumo de Projeções Econômicas divulgado trimestralmente, ao qual Powell afirma que não deveríamos atribuir tanta importância.

O Fed não tem muito do que se orgulhar em 2021. Mesmo que você esteja disposto a considerar que a mudança anunciada na semana passada, de encerrar as compras de títulos em março, seja uma reversão significativa, é uma dolorosa lembrança da mudança radical realizada em 2019, quando o banco central americano reverteu sua marcha de elevação de juros e gradualmente reduziu a taxa-alvo dos fundos federais diante da Covid-19, levando-a para quase zero, onde se encontra atualmente.

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O então presidente Donald Trump pressionou o Fed a mudar sua direção, o que a instituição acabou fazendo, não sem antes reconhecer que talvez tenha pecado demais pela precaução. Em seguida, o Fed mudou sua política e disse que, no futuro, não elevaria preventivamente as taxas de juros por causa da inflação.

A ideia de que a inflação a 6,8% irá convergir, na média, para um nível tolerável acima da meta de 2% do Fed está se tornando quase ridícula, independente dos supostos ganhos de emprego.

A noção de que o Fed é politicamente independente também está caindo em descrença. Por alguma estranha coincidência, a virada de Powell para um posicionamento mais “hawkish” ocorreu justamente na primeira reunião de política monetária após ele ter garantido sua nomeação para um segundo mandato.

Pode ser que existam boas razões para manter Powell no cargo, mas certamente não é porque ele esteja realizando um trabalho excelente. Kevin Warsh, membro do conselho de governadores do banco central americano de 2006 a 2011, criticou bastante a política do Fed em um artigo de opinião na semana passada, culpando-o pela atual inflação:

“O risco de uma espiral inflacionária cresce quando as autoridades monetárias primeiro se esquivam do problema e depois atribuem a culpa a outros fatores. A inflação passa a se incorporar ao processo de formação de preços quando o banco central age tardiamente ou com convicção insuficiente. Até agora, as ações do Fed têm contribuído para a situação”.

Deliberação correta ou atitude errônea de “esperar para ver”

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Os defensores do Fed afirmam que a autoridade monetária está agindo com a devida deliberação, enquanto recalibra suas expectativas de acordo com os dados econômicos. Exemplo disso é a posição da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, conhecida por defender uma política monetária frouxa mas que, na semana passada, passou a defender elevações de juros no ano que vem, insistindo, no entanto, que o Fed agiu de modo inteligente e está agora “bem posicionado”.

“O mais importante de estar bem posicionado é ter opções. E temos a opção de elevar os juros mais rápido do que as projeções do Fed atualmente indicam ou ainda de forma equivalente ou mais lenta à mediana de projeções”.

Seu argumento é que um aperto “prematuro” da política teria desacelerado a economia, o que, evidentemente, é exatamente o que se pretende fazer. O debate se acende quando essa medida é prematura ou oportuna.

Mickey Levy é um economista americano que trabalha na unidade de mercados de capitais de Nova York do banco alemão Berenberg. Ele afirma que a atitude de “esperar para ver” exposta por Daly e outros membros do Fomc é um erro, porque a inflação não irá se dissipar sozinha e requer uma ação imediata.

“Os gargalos de oferta claramente pressionaram os preços para cima, mas o crescimento robusto na demanda agregada, promovido pelo excessivo estímulo fiscal e monetário, é a causa primária da inflação. As restrições de oferta eventualmente se dissiparão. As autoridades monetárias não podem ficar esperando para reduzir a enorme injeção de estímulo fiscal e monetário”.

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Levy é membro do Shadow Open Market Committee, um grupo independente de economistas que, como sugere seu nome, opõe-se ao órgão oficial de política monetária nos EUA. Levy prossegue pedindo que o Fomc comece a elevar os juros em sua próxima reunião, em janeiro. “O mercado acionário pode cair em resposta a isso, mas retardar a normalização monetária pode afetar a sustentabilidade do crescimento econômico saudável”, afirma.

O índice de preços ao consumidor de novembro atingiu 6,8%, nível mais alto em 39 anos, e o índice de preços ao produtor atingiu 9,6%, maior nível da história. Os dados não indicam um bom desempenho do Fed em 2021 e não oferecem uma perspectiva favorável para 2022.

Últimos comentários

Seria mais lógico acreditar em duendes e fadas do que no FED.
Enquanto as impressoras de dólar do Tio Sam não pararem teremos inflação e falta de produtos , o resto é bla bla bla E vem mais 1 trilhão de dólares por aí Haja papel moeda...
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