- Resultados do 3T2021 serão divulgados na quarta-feira, 17 de novembro, antes da abertura.
- Expectativa de receita: US$24,55 B.
- Expectativa de lucro por ação: US$2,82.
A julgar pelo desempenho das ações da Target (NYSE:TGT) (SA:TGTB34) neste ano, está claro que a varejista de desconto tem uma sólida liderança em relação aos concorrentes no ambiente pós-pandemia, graças à força dos seus resultados.
As ações da megavarejista de Minneapolis subiram cerca de 50% neste ano, superando em muito as dos seu rival mais próximo, o Walmart (NYSE:WMT) (SA:WALM34). Os papéis da TGT fecharam na segunda-feira cotados a US$264,33.
A maior varejista dos EUA se beneficiou enormemente das ondas de compras de produtos básicos para estoque durante a pandemia. Esse gerou uma grande disparada nas vendas de algumas categorias, como papel higiênico, snacks e produtos de limpeza. A disparada da demanda foi tão forte no último ano fiscal que a Target aumentou sua receita em um volume maior do que nos últimos 11 anos juntos.
À medida que a economia americana se reabre, muitos analistas acreditam que os melhores dias dessas grandes varejistas ficaram para trás. A Target informou, em agosto, que houve uma desaceleração no crescimento das suas vendas no 2º tri, quando as vendas nas mesmas lojas, medida-chave de desempenho no varejo, subiram 8,9%, somente um pouco acima das estimativas consensuais de 8,2%.
Essa desaceleração já era bastante aguardada, devido à difícil base de comparação com o boom da pandemia, no ano passado, mas as mudanças nas preferências de compras dos consumidores podem impulsionar suas margens neste ano.
A Target pode testemunhar um salto na lucratividade de categorias centrais durante o ano de 2021, graças à venda de itens com margem mais elevada, como vestuário. No 2º tri, por exemplo, o segmento de roupas teve o melhor desempenho entre suas cinco categorias centrais. De acordo com a previsão da Target, a margem de receita operacional para todo o ano será de pelo menos 8%.
Ganhos de participação de mercado
A Target também está bem posicionada para ganhar participação de mercado de concorrentes enfraquecidos pela pandemia, graças ao seu serviço superior online, como entrega e retirada de pedidos no mesmo dia.
De fato, nos últimos anos, a Target reforçou seus investimentos em serviços online. Em vez de gastar uma fortuna para estabelecer uma grande rede de armazéns de abastecimento, a empresa usou suas lojas físicas como centros de entrega de pedidos online, além de permitir que os clientes retirassem as compras nos estacionamentos das lojas.
Diversos analistas acreditam que a Target será capaz de manter esses ganhos de market share mesmo após a contenção da pandemia. Em nota emitida na semana passada, o JPMorgan manteve sua classificação de “acima da média” para as ações da Target, dizendo que a companhia seria uma “clara vencedora” no período de festas de fim de ano.
Os investidores ficarão atentos ao balanço de amanhã da Target, a fim de saber se a empresa será prejudicada pelos transtornos à cadeia global de fornecimento no 4º tri, que é responsável pela maior parte do lucro da varejista.
Em uma reportagem na CNN, Louis Navellier, presidente da Navellier & Associates, disse o seguinte:
“A expectativa é que as vendas de varejo disparem neste período de festas de fim de ano, devido à maior confiança dos consumidores, bem como ao aumento da sua renda pessoal. A escassez de alguns itens-chave não deve prejudicar os gastos durante as festividades, já que os investidores que estão com dinheiro no bolso irão gastá-lo”.
Conclusão
A Target continua mantendo sua posição de maior varejista dos EUA, mesmo com a desaceleração das vendas após o boom da pandemia. O balanço de amanhã deve dar ainda mais suporte à nossa visão.