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Sem o Benefício da Dúvida, Governo Precisa Resultados Imediatos

Publicado 07.01.2015, 07:00

O Ministro Levy agrega confiança aos seus propósitos, o que já não ocorria com o seu antecessor, mas a reconquista da credibilidade do país perante seus nacionais e ao mercado internacional depende de resultados positivos no enfrentamento direto e objetivo pelo governo do quadro macroeconômico extremamente deteriorado do país causado por erros continuados de gestão, que agora precisam ser revertidos.

Fazer diferente e focando resultados imediatos já que o governo não conta e nem deve esperar contar com o benefício da dúvida, portanto não havendo como esperar tolerância para que mature a percepção de que de forma incondicional todas as medidas, ainda que contrariando dogmas ideológicos políticos, serão adotadas sem condicionantes.

Por isso, embora bem recebido o conteúdo do discurso de posse do Ministro Levy, há certo ceticismo sobre a liberdade que terá para transformar bons propósitos em realidade, já que grande parte das medidas tendem a ser amargas e contestadas pela base política do governo, que é bastante fragmentada.

O Ministro Levy precisa do apoio aberto e incondicional da Presidenta Dilma, como que validando a postura e propósitos do mesmo. Parece que ficou faltando esta atitude mais incisiva.


O Brasil de hoje tem um “status quo” pior do que o de fevereiro de 2014 quando o FED americano o classificou entre os países mais vulneráveis à normalização da política monetária americana, causando a ira do então Ministro Mantega não levada muito a sério dada a evidência dos números e dos fatos.

Armando Castelar Pinheiro, coordenador de Economia Aplicada do IBRE/FGV e professor do IE/UFRJ, em matéria recente no jornal “Valor Econômico” intitulada “Os cinco frágeis, um ano depois”, fundamentou com análise e números o porquê o país continua mal preparado para enfrentar a normalização da política monetária americana. Sugerimos leitura.

Tivemos ao longo de 2014 a deterioração da política econômica e fiscal que conduziu o país a um quadro de crescimento em torno de zero e superávit primário negativo se considerarmos todos os exercícios de “matemágicas” praticadas pela dupla Mantega/Augustin.

No rankeamento permanecemos como parceiros da Turquia e ambos se destacam por estar em situação bem pior que os demais. E, pioramos sem que tenha ocorrido a normalização da política monetária americana, o Brasil foi afetado principalmente pela desaceleração do crescimento chinês e a fraca economia europeia.

Este ano de 2015 não sugere mudança no comportamento das economias chinesa e europeia, esta agora com problemas mais intensos em torno da Grécia que poderá deixar o grupo, mas encontrará uma economia americana mais pujante e com enorme propensão a qualquer momento normalizar as politica monetária, que sugere grande impacto nos países emergentes e mais acentuadamente nos mais frágeis como o Brasil.

Os preços das commodities agrícolas e metálicas estão derretendo e isto atinge o Brasil diretamente, fragilizando a capacidade de melhora de performance da balança comercial, que fechou 2014 com saldo negativo.

A indústria pode ter algum ganho com o preço do dólar mais elevado, aumentando sua competitividade, porém sua produtividade enseja maiores investimentos, e não há sinais de que esta seja uma reação que possa ocorrer de imediato.

O fato de o país ter perspectiva de crescimento de 0,5% e o mercado internacional revelar quadro desfavorável, exceto Estados Unidos, e ainda que os maiores parceiros comerciais na América do Sul estão em crise com viés de forte agravamento, num ambiente de juros elevados e crescimento baixo, pode estar sendo desestimulante aos investimentos por parte do empresariado.

As mesmas razões nos leva a acreditar na baixa propensão à recepção de IED´s, investimentos na conta de capital, por parte do Brasil.

O Brasil, a despeito do juro alto que terá que praticar, poderá perder a preferência dos investidores em renda fixa e variável, pois o risco conceitualmente foi agravado e, embora não tenha sido tão comentado, o risco de perda do grau de investimentos ainda está presente.

Inegável que os acontecimentos degradantes em torno de empresas governamentais contribuem para a formação de conceito menos favorável para o país, em especial pelos investidores externos.

Vemos o setor externo como um fator com enorme poder complicador para a politica monetária governo, já que a reconquista de fluxos de recursos para o país deverá ocorrer tardiamente, como consequência dos resultados concretos positivos que forem obtidos com as novas diretrizes de gestão que forem adotadas pelo governo.


O preço da moeda americana tende a ser fortemente elevada neste ano, pois tudo leva a crer que liquidamente os fluxos de recursos externos serão negativos de forma mais acentuada do que em 2014. Como consequência impactará nos preços relativos, até com alguma desordem dado o sentimento em relação à inflação, exigindo maior taxa de juro SELIC, podendo até levar o BC a assumir a geração de liquidez no mercado à vista, o que atualmente já é realizado mas com a estratégia de conceder linhas de financiamentos em dólares aos bancos e estes operarem com “posições vendidas” (a descoberto) lastreadas por estas linhas gerando a liquidez.


Mas a questão é: até quanto e até quando será possível manter esta estratégia.

A mesma linha de raciocínio se aplica as ofertas e estoque “em ser” dos swaps cambiais, que estão em torno de US$ 110,0 Bi, e tem sua aceitabilidade ancorada no fato do país ter US$ 374,0 Bi de reservas cambiais.

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