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Seria o Fim do Brasil? 50 Mil Pontos em 5

Publicado 22.06.2018, 11:52
Atualizado 14.05.2017, 07:45

"Você diz "já foi" e eu concordo contigo

Você sai de perto, eu penso em suicídio

Mas no fundo eu nem ligo

Você sempre volta com as mesmas notícias

Cazuza

Eu queria ter uma bomba.

Em alguns minutos, a seleção canarinho entra em campo contra a Costa Rica. Falo sob a minha perspectiva temporal, do momento em que escrevo. Talvez você esteja lendo isso depois de o jogo ter começado ou mesmo terminado.

Isso me coloca em desvantagem informacional. Estou do lado desfavorável da assimetria, mas vamos lá.

Depois de um empate na estreia, um resultado negativo hoje pode representar o fim do Brasil. A julgar pelo histórico desta Copa, estamos mesmo em risco. Vitória do favorito tem sido quase um cisne negro. Algumas pessoas estão realmente preocupadas. Finjo partilhar da apreensão, mas no fundo eu nem ligo. A obsessão histórica com o futebol foi embora junto com os cabelos, dando lugar a neuroses muito mais brabas. Bons eram os tempos em que minha maior angústia vinha dos pênaltis defendidos pelo Marcos.

Estou mesmo preocupado com algo diferente. Há aproximadamente quatro anos, o Fim do Brasil era outro. Esse, sim, com impacto material importante sobre a vida das pessoas.

A nova matriz econômica, a reunião de atrocidades cometidas pela gestão da política econômica da era Dilma, nos fez flertar com o precipício. Inflação galopante, maior recessão da história, destruição da Petrobras (SA:PETR4), desemprego recorde, juros nas alturas e por aí vai.

Isso é história. Todo mundo já sabe. Criticado no começo com as palavras delicadas de sempre, o Fim do Brasil depois virou cult. O grande exagero transformou-se em palavras projeções bastante comedidas. Não sei por que a realidade insiste em seu não comedimento e em apreciar-nos sem qualquer moderação.

Quatro anos depois, o inimigo agora é outro. A situação brasileira é bastante complicada. Temos uma situação fiscal complicada, atuando como uma espécie de espada de Dâmocles sobre nossas cabeças. A economia apresenta uma recuperação muito lenta, com desemprego persistentemente alto e concessão de crédito brochante. E, claro, como maior fonte de risco, temos um cenário eleitoral totalmente incerto, com chance real (não sabemos exatamente com qual probabilidade) de o próximo presidente realmente explodir o país.

Ciro Gomes tem convicção nas besteiras que pensa. Bolsonaro não tem convicção alguma. E não sabemos se as convicções de Marina Silva são aquelas do histórico no PT ou as de Giannetti e Lara Resende – bom, depois daquela entrevista ao “Valor”, o mais triste é que não sei sequer quais são as convicções de Giannetti e Lara Resende. Minha limitação intelectual me impede de entender expressões do tipo “ajuste fundamental das contas públicas sem uma perspectiva excessivamente fiscalista”, “o ajuste muito gradual precisa ser ainda mais gradual”, “precisamos controlar o orçamento, mas não podemos engessá-lo por 20 anos”, “temos de fazer com urgência a reforma da Previdência, mas não esta reforma que está aí”.

Para reforçar o quadro, o exterior emite sinais ambivalentes para mercados emergentes. De um lado, a economia global cresce ao belo ritmo de 4 por cento neste ano, o que é sempre bom para os produtores de commodities. De outro, os juros começam a subir nas economias centrais e isso tira fluxo de capitais da periferia.

Isso sem falar no aumento das tensões políticas, sendo a recente ameaça de guerra comercial entre EUA e China talvez o exemplo mais emblemático e com potencial mais perverso.

Diante disso e do comportamento dos mercados brasileiros desde fevereiro, tenho sido perguntado com alguma frequência: podemos estar diante de um novo Fim do Brasil?

O Brasil é sempre surpreendente. Sabemos de todos os fatos estilizados. “Aqui, até o passado é incerto.” “O país não é para amadores.” “O Brasil é o país do futuro que nunca chega”. A lista é grande. Mas algumas coisas precisam ser ponderadas e colocadas em perspectiva.

Quando de meu primeiro alerta sobre os riscos pronunciadas à economia e aos mercados brasileiros há quatro anos, a taxa de câmbio estava 1,90 real por dólar e o Ibovespa marcava cerca de 60 mil pontos. Segundo minhas contas à época, o dólar poderia ir a 4 reais e a Bolsa cair para algo perto de 40 mil pontos (está tudo documentado, de modo que não precisamos recorrer ao benefício da retrospectiva para eleger-nos engenheiros de obras feitas).

Falo isso com dois objetivos claros: i) mostrar que, naquele momento, o espaço para realmente perder muito dinheiro era grande – não se tratava de prognóstico de pequena perda em seus investimentos, mas de uma brutal destruição patrimonial no caso de inação; e ii) apontar como a situação atual, embora complicada, é bem diferente daquela mostrada em 2014.

Se voltarmos ao momento da crise do governo Dilma, quando sofríamos as mazelas da nova matriz, o panorama era o seguinte: perspectiva de queda de 3 por cento do PIB em 2016, Selic de 14,25 por cento e projetada para 15,25, inflação esperada de 7 por cento, dólar a 3,99, CDS de 473 pontos, déficit em conta corrente de 4 por cento do PIB, alavancagem das empresas do Ibovespa de 4,5x dívida líquida sobre ebitda, petróleo a 35 dólares por barril e minério de ferro a 40 dólares por tonelada.

Agora, o PIB deve crescer mais de 1 por cento, a Selic marca 6,5 por cento e não há aumento previsto no horizonte tangível, inflação de 4 por cento, dólar a 3,80, CDS de 270 pontos, contas externas ajustas, alavancagem do Ibovespa de 2,5x, petróleo em 75 dólares por barril e minério de ferro perto de 65 dólares por tonelada.

Em resumo, a situação é bem diferente da anterior.

Elas podem piorar ou mesmo serem percebidas como semelhantes às da era Dilma. Ok, tem razão. Então, vamos supor que seja mesmo o caso. Voltaríamos para o nível de preços daquela época.

Se aplicarmos a mesma relação de Preço sobre Lucro para o Ibovespa, chegaríamos a alguma coisa perto de 57 mil pontos. Se refizéssemos o exercício aplicando Preço sobre Valor Patrimonial, caminharíamos para alguma coisa em torno de 53 mil pontos.

Qual meu cenário de estresse? 50 mil pontos para o Ibovespa, com dólar a 5 reais. São os famosos 10 mil pontos em dólar da época da excelentíssima presidente Dilma Rousseff.

E quanto seria um cenário positivo, de Alckmin eleito e exterior voltando a ficar favorável? 120 mil pontos para o Ibovespa (note que esse era o número que muita gente projetada como cenário-base há poucos meses).

Você tem 70 por cento para subir e uns 30 para cair, sendo que o primeiro cenário me parece mais provável do que o segundo.

Como diria Warren Buffett, se você não está preparado para uma queda de 50 por cento de suas ações, melhor ficar de fora da Bolsa.

Mercados iniciam a sexta-feira mostrando otimismo. Exterior sobe com perspectiva de diálogo entre EUA e China, enquanto PMI Composto na Zona do Euro voltando a crescer afasta preocupação recente de fraqueza da atividade na região. Petróleo sobe com expectativa por controle da produção da Opep.

Agenda traz indicadores de serviços e manufatura nos EUA. No Japão, inflação ao consumidor veio em linha com projeções, enquanto PMI surpreendeu positivamente.

No Brasil, todas as atenções voltadas à Copa. Entre os paralelos com 2014, não se esqueça: à época, o técnico era o Felipão.

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