A colheita da soja avança, ao passo que as exportações apresentam menor ritmo. Ainda assim, pesquisas do Cepea apontam que os valores domésticos do grão e dos derivados registram pequenas altas. A sustentação vem do elevado patamar do dólar, que aumenta a paridade de exportação (em Reais), apesar da pressão sobre os preços FOB portos. No mercado internacional, as primeiras estimativas sobre a safra 2020/21 apontam recuperação da área com soja. No campo, o clima no Sul e no Centro-Oeste brasileiro permite que a colheita de soja e o semeio de milho ocorram de forma acelerada. Em algumas regiões de Mato Grosso e de Goiás, contudo, chuvas mais intensas preocupam produtores consultados pelo Cepea que estão com as lavouras prontas para colheita. Entre 14 e 21 de fevereiro, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná subiram 0,25% e 1,4%, respectivamente, fechando a R$ 88,80/sc de 60 kg e a R$ 81,64/sc.
MILHO: COTAÇÕES CONTINUAM EM ALTA EM PRATICAMENTE TODAS AS REGIÕES ACOMPANHADAS
Os preços de milho no mercado interno continuam em alta em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Vendedores seguem retraídos, ao passo que a demanda está ativa no físico nacional. Assim, mesmo com a trégua das chuvas no início da semana passada no Sudeste e o avanço da colheita da safra verão no Sul do País, o interesse comprador supera o do vendedor. Especificamente no dia 19 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa atingiu o maior valor nominal desde junho de 2016, fechando a quarta-feira a R$ 52,42/saca de 60 kg. Na sexta-feira, 21, o Indicador recuou um pouco, fechando a R$ 52,32/sc, mas acumulou alta de 0,36% frente ao dia 14.
MANDIOCA: OFERTA CAI E INTERROMPE QUEDA NOS PREÇOS
A diminuição no ritmo de colheita e comercialização, que já vinha ocorrendo nas duas últimas semanas de fevereiro, se intensificou entre 17 e 21 de fevereiro em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Como resultado, os preços, que estavam em queda desde a primeira quinzena de dezembro/19, registraram altas no período. Esse cenário se deve à retração de parte dos agricultores consultados pelo Cepea, que não considera viável comercializar nos atuais patamares. Ao mesmo tempo, há produtores que priorizaram outras atividades, como a colheita da soja. A demanda industrial, por outro lado, tem se fortalecido, de acordo com pesquisas do Cepea, principalmente por conta da expectativa de uma retomada na comercialização dos derivados após o carnaval.
OVOS: COTAÇÕES MENSAIS ATINGEM RECORDE NOMINAL
Com os preços diários dos ovos estabilizados, pesquisas do Cepea apontam que as cotações médias de todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, até o dia 20 de fevereiro, atingiram recorde nominal da série histórica, iniciada em 2013. Em termos reais, as médias são as maiores desde agosto de 2017. A baixa oferta de ovos e a demanda aquecida, devido aos altos preços das carnes, têm impulsionado os valores desde meados de janeiro. Colaboradores do Cepea ainda apontam que as condições para os preços altos permanecem, com pouca oferta de ovos no mercado. As altas temperaturas reforçam esse cenário, visto que aumentam a mortalidade das poedeiras. A expectativa é mais reajustes durante a Quaresma, período em que as cotações tradicionalmente se elevam.