Os preços do farelo de soja seguem em alta no mercado brasileiro, impulsionados pela firme demanda e por perspectivas de aumento também na procura externa pelo derivado nacional. Neste caso, segundo pesquisadores do Cepea, agentes estão fundamentados em notícias indicando possível aumento na tarifa de exportação de farelo e de óleo por parte da Argentina, principal abastecedora global desses produtos. Se isso de fato ocorrer, importadores podem redirecionar a demanda ao Brasil. Por enquanto, já se observa restrição nas negociações argentinas dos produtos para exportação. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores do farelo de soja subiram 0,4% entre 11 e 18 de março. De fevereiro para março (até o dia 18), as médias de 20 das 31 regiões acompanhadas pelo Cepea atingiram patamares recordes, em termos nominais. Para o grão, a firme demanda por farelo e a retração vendedora limitaram a queda nos preços, que seguem pressionados pela proximidade da finalização da colheita nas principais regiões do Brasil e pela desvalorização externa. Além disso, o aumento do frete rodoviário também reduziu o valor recebido pelos produtores no interior do País.
MILHO: COTAÇÕES SOBEM QUASE 18% NOS PORTOS EM MARÇO
As cotações do milho no porto de Paranaguá (PR) vêm avançando com expressividade neste mês, impulsionadas pela maior demanda internacional e pelos aumentos nos preços externos, que vêm sendo repassados parcialmente ao mercado interno. No acumulado da parcial deste mês (entre 25 de fevereiro e 18 de março), o milho negociado em Paranaguá se valorizou fortes 17,4%. Segundo pesquisadores do Cepea, a maior demanda externa se deve ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que estão entre os cinco maiores exportadores mundiais do cereal. Além disso, o governo argentino sinaliza diminuir o volume exportado, visando preservar a oferta interna. No entanto, nos primeiros 10 dias de março, as exportações brasileiras de milho estiveram lentas, mas na semana iniciada no dia 14, compradores se mostraram mais ativos no porto de Paranaguá, com negócios sendo realizados a preços acima dos praticados no interior do País.
MANDIOCA: COM 8ª ALTA CONSECUTIVA, MÉDIA FICA ACIMA DOS R$ 760,00/T
Diante da menor disponibilidade de lavouras para colheita, do baixo interesse dos mandiocultores pela comercialização e do clima desfavorável, a oferta de raízes para a indústria continuou baixa na última semana. Já a demanda dela matéria-prima e pelos derivados segue firme, com empresas interessadas em formar estoques de derivados. Assim, os preços da mandioca subiram pela oitava semana consecutiva, renovando o patamar nominal recorde da série histórica do Cepea. Entre 14 e 18 de março, a média a prazo da tonelada posta fecularia foi para R$ 764,22 (R$ 1,3291 por grama de amido), aumento semanal de 1,8%. Atualizado (deflacionamento pelo IGP-DI), esse valor é 62,6% maior que o de igual período de 2021.
OVOS: PREÇOS SEGUEM EM ALTA NA MAIOR PARTE DAS REGIÕES
As cotações dos ovos subiram novamente nos últimos dias na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea, operando em patamares recordes reais. Apesar da pressão exercida por alguns compradores, os valores pagos ao avicultor, principalmente no Sudeste do País, têm sido sustentados pela baixa oferta, firme demanda e custos de produção elevados. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, as valorizações dos ovos tipo extra só não foram mais altas por conta da sobra de ovos menores em parte das praças no Sudeste do Brasil, o que limitou elevações mais expressivas das cotações dos maiores.