As ações da fabricante de veículos elétricos Rivian Automotive (NASDAQ:RIVN) estão caindo de forma tão rápida que até mesmo seus investidores mais fiéis começam a duvidar do seu sucesso no futuro.
A startup sediada em Irving, Texas, perdeu mais de US$120 bilhões em valor de mercado nos últimos quatro meses desde que abriu seu capital, em 10 de novembro, em um dos maiores e mais aguardados IPOs de 2021. A ação foi precificada em US$78 antes do seu IPO, mas disparou para US$106,75 na estreia. Negociada atualmente a US$38,05, o que vemos é um chocante contraste em relação à euforia de compras após a oferta inicial de ações, que foi uma das seis maiores de toda a história do mercado americano.
Em novembro, os investidores estavam confiantes de que Rivian se tornaria uma das startups mais promissoras a desafiar o predomínio da Tesla (NASDAQ:TSLA) no mercado de veículos elétricos. Isso porque a empresa conta com o apoio de megaempresas, como a Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) e a Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34), que têm uma participação de 20% e 12%, respectivamente, na companhia.
Mas, após quase quatro meses, o valuation da Rivian é de cerca de US$34 bilhões, em meio ao pessimismo do mercado em relação às ações de crescimento, por causa dos obstáculos na cadeia de fornecimento e da alta da inflação nos EUA.
As ações da Rivian fecharam o pregão de sexta-feira a US$38,05, uma queda de 79% ante a máxima recorde de US$179,47 tocada em 16 de novembro.
Na semana passada, a última evidência dos desafios enfrentados pela Rivian para aumentar sua produção ocorreram quando a companhia divulgou seu balanço do 4º tri e de todo o ano de 2021. A empresa não só ficou aquém das expectativas de Wall Street, como também projetou um aumento bastante modesto da produção de veículos em 2022.
A Rivian agora espera produzir 25.000 picapes e SUVs elétricos neste ano, apenas metade do previsto no ano passado durante suas apresentações corporativas para o IPO. Em uma carta aos acionistas, a Rivian disse o seguinte:
“No curto prazo, não estamos imunes aos problemas enfrentados pelas cadeias de fornecimento que vêm desafiando toda a indústria. Esses problemas, que devem persistir ao menos durante 2022, adicionaram uma camada de complexidade ao nosso aumento de produção”.
Rebaixamento
Além dos desafios pelo lado da oferta enfrentados por toda a indústria automotiva, a Rivian parece enfrentar dificuldades para aumentar os preços dos seus veículos a fim de proteger as margens. No início deste mês, a companhia foi forçada a recuar em relação às elevações de preços dos seus carros de estreia, a picape R1T e o SUV R1S movidos à bateria, após os clientes começarem a cancelar seus pedidos.
Desde essa embaraçosa mudança de postura, diversos analistas cortaram seus preços-alvo para a ação. Pelo menos quatro deles rebaixaram em 40%, em média, seus preços-alvo neste mês, de acordo com dados da Bloomberg. Em nota emitida aos seus clientes em 8 de março, os analistas do Barclays (LON:BARC) cortaram o preço-alvo do papel, dizendo o seguinte:
“Com os investidores cada vez mais preocupados com o aumento da produção da Rivian, além da sua incapacidade de combater a inflação com elevações de preços, cortamos nosso preço-alvo de US$115 para US$47.”
Mesmo assim, o preço-alvo médio dos analistas para a Rivian em 12 meses continua bastante elevado. Em uma pesquisa do Investing.com com 15 analistas, ele era de US$92.
Gráfico: Investing.com
De fato, dez analistas classificavam a ação como “acima da média”, com cinco deles permanecendo neutros.
Uma possível razão para esses otimismo, apesar dos atuais problemas, é que a Rivian ainda é considerada a startup mais bem posicionada para competir com a Tesla no mercado de veículos elétricos em rápida expansão. A demanda por veículos elétricos deve continuar forte, graças aos subsídios governamentais para promover tecnologias limpas e enfrentar a alta do petróleo.
Essa mudança, de acordo com muitos observadores, terá ainda mais prioridade em vista da escalada do conflito geopolítico, responsável por fazer os preços do gás natural atingirem a máxima recorde.
Conclusão
Apesar dos últimos reveses, continuamos acreditando que a Rivian ainda pode ser um player bem-sucedido no mercado de veículos elétricos, graças à sua significativa liderança no segmento de picapes movidas à bateria e ao apoio do grande orçamento disponível da Amazon.
Mas os investidores não podem perder de vista que será longa a jornada da empresa até conseguir fechar a lacuna existente entre as expectativas e seus fundamentos. A escalada de produção é historicamente a parte mais arriscada do ciclo de vida de uma companhia, e a Rivian levará vários anos até conseguir atingir suas metas projetadas. Para fins de comparação, a Tesla levou uma década para aumentar sua escala e registrar seu primeiro ano de lucro.
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