Chega esta época do ano e todos os grandes bancos enviam para seus clientes as previsões para os próximos doze meses. Estamos falando de grandes times dos melhores bancos do mundo tentando adivinhar o que vai acontecer no decorrer do ano.
Apesar de necessário – será que é mesmo? –, esse exercício por muitas vezes se mostra pouco útil e é incapaz de efetivamente ajudar o pequeno investidor a tomar uma decisão, pois tudo muda a todo segundo.
Vou mostrar aqui, na tabela abaixo, qual era a previsão, segundo esses bancos, para o índice S&P500 no final de 2021, com as projeções para o encerramento do S&P500 ao final de 2022.
Bom, nem preciso dizer que todos os bancos erraram, pois o índice terminou o ano aos 3.839,50 pontos, muito abaixo até mesmo da previsão mais pessimista disponível na tabela acima.
Em um artigo publicado pelo jornal The New York Times em 2020, o jornalista Jeff Sommer fez um levantamento sobre a previsão dos bancos, para o índice S&P500, e o que efetivamente aconteceu no último dia do ano, entre 2000 e 2020. A descoberta dele foi que o agregado dos analistas errou, na média, por quase 13% a previsão para o índice ao final de cada ano.
Segundo um artigo recente do mesmo jornalista, a média da previsão do mercado para o S&P500 ao final de 2021 era de 3.800 pontos, mas na verdade o fechamento foi de 4.766 pontos, ou seja, um erro de 25%. Já para 2022, lá no começo do ano passado, o mercado esperava que o índice terminasse o ano aos 4.825 pontos, mas na verdade ele encerrou em 3,839.50 pontos, um erro de 20%.
Para 2023, não me parece que a história será muito diferente, ou seja, acreditar veementemente que algum desses bancos vai acertar o movimento do mercado ao longo do ano parece ser uma decisão fadada ao erro. Mesmo assim, para os curiosos de plantão, deixo abaixo as projeções dos maiores bancos para este ano.
A maioria dos bancos acredita que o índice deve terminar 2023 entre 3,900 a 4,200 pontos, que é praticamente o mesmo patamar em que o S&P500 se encontra hoje, ou um pouco acima.
A ser verificado na minha primeira newsletter de 2024.
O que fazer?
Acreditar que tal banco falou que o mercado vai cair, ou que outro disse que o ouro vai subir, e tomar uma decisão apenas baseado nessa informação é ter falta de amor ao seu patrimônio.
Muitas coisas vão acontecer nos próximos meses, pode ter certeza disso. Alguns eventos até que são previsíveis, pois eles serão desfechos de decisões já tomadas pelas maiores economias do mundo, mas por outro lado teremos choques, ou surpresas, que nem sequer foram imaginadas por esse pessoal. Todo ano é assim, acontece algo fora do previsto.
Por isso, é praticamente impossível prever qual o comportamento do mercado no curto prazo. Antes que você me pergunte, sim, um ano é curto prazo!
Mesmo que durante alguns anos o mercado fique em queda, ou de lado, trazendo angústia para a maior parte dos investidores, no longo prazo, os ganhos acontecem. Não sou eu que estou dizendo isso, são os números!
Olhe o gráfico abaixo, que destaca os grandes ciclos – positivos e negativos – ao longo das últimas décadas.
Você enxerga mais azul ou mais vermelho? Os mercados de alta são predominantes, isso fica muito claro no gráfico acima. Por isso temos que ver os momentos difíceis como verdadeiras oportunidades de um bom posicionamento para o próximo grande ciclo de alta.
Isso significa que você deve investir em qualquer coisa, pois o mercado no longo prazo tende a valorizar? De maneira alguma! O próprio índice S&P500 passa por reformulações ao longo do tempo, tendo sua composição atualizada!
É justamente isso que você tem que fazer com a sua carteira de investimentos! Manter o foco no longo prazo, mas ao mesmo tempo acompanhar o que está acontecendo com as empresas em que você investe e se preparar para tomar decisões.
Aquela história de comprar e esquecer pode dar muito errado! O mundo se reinventa e as empresas mais lucrativas, daqui a algumas décadas, não necessariamente serão aquelas que estão bem hoje!
Até a próxima semana!