O mercado financeiro está preocupado com uma potencial recessão americana hoje mais do que qualquer outro tópico, segundo pesquisa do Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) junto a gestores.
O levantamento deste mês mostrou que os bancos centrais hawkish são vistos como o maior risco, seguidos por uma recessão global.
Medo de uma recessão superou os riscos da inflação, segundo relatório do BofA Fonte: Bank of America
O relatório do BofA também mostrou que os níveis de caixa entre investidores atingiram o nível mais alto desde setembro de 2001.
O clima baixista também permeia entre os líderes empresariais em Davos. Os presentes no Fórum Econômico Mundial dizem estar sendo cautelosos no que se refere a novos investimentos relevantes e que examinam de perto a necessidade de qualquer contratação a mais, segundo reportagem do jornal Valor Econômico.
Teremos uma recessão à frente?
A inflação americana é preocupante, uma vez que se encontra no maior patamar dos últimos 40 anos. Com isso, o Fed (Banco Central dos EUA) se viu na necessidade de subir o juro na tentativa de controlar esse cenário. No entanto, um dos grandes problemas foi a demora do Fed em admitir que a inflação nos EUA era preocupante e persistente. Agora, diante do cenário desafiador, o custo para controlar essa inflação pode ser maior.
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Para ele, há chances de o Fed ter que elevar o juro para patamares acima do que está planejando atualmente e até mesmo de que o próprio mercado esteja precificando. Se isso de fato acontecer, os efeitos negativos sobre a atividade serão maiores e, portanto, aumentam a chance de recessão.
S&P 500 cai com aversão ao risco
Enquanto isso, os temores de uma economia global mais fraca continuam preocupando. Ontem, dia 24, o S&P 500 não conseguiu superar a onda de choque desencadeada pelas ações da Snap (NYSE:SNAP) (SA:S1NA34)e cedeu -0,79 por cento.
Seguindo os cortes de custos por empresas como Uber (NYSE:UBER) (SA:U1BE34) e Meta (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), o Snap disse em um memorando visto pela Reuters que a empresa diminuirá as contratações para este ano e apresentou uma ampla lista de problemas alegando, entre outros motivos, que a inflação e taxas de juros crescentes estão afetando os negócios.
O sentimento de aversão ao risco contaminou todas as ações de mídia social. Os papéis da Meta caíram mais de -9 por cento; os do Twitter, mais de -5 por cento; enquanto o Pinterest (NYSE:PINS) cedeu mais de -23 por cento.
Oportunidade de compra após queda de preços?
Olhando para o histórico dos últimos anos, o S&P 500 recuou em torno de -24 por cento e demorou, em média, 13 meses para isso. Com base nisso, se estamos em quase -20 por cento de queda, pode ser que estejamos no fim de todo o processo de revisão.
Existe uma compressão de múltiplo por aumento de juros. Entretanto, as piores quedas são aquelas acompanhadas também por revisão de lucro das empresas.
Isso, por ora, ainda não vimos. Um aumento de probabilidade de recessão poderia ser um gatilho.
Acreditamos que a cautela ainda se mostra necessária. Afinal, não tem como saber qual será o fundo. No entanto, não há motivos para ser herói e apostar todas as suas fichas.
Olhando em um horizonte de 1, 3, 5 anos à frente, as chances são de termos um bom retorno, mas será um caminho duro até lá.
Por fim, há espaço para quedas, uma vez que o S&P 500 ainda negocia a 19x Lucro (contra uma média de 15x). Em contrapartida, deve haver retornos a serem explorados para aqueles que tiverem a paciência de olhar a longo prazo.
O sucesso está em ter paciência e ter o tamanho adequado de posição. Não é hora de “panicar” e querer vender tudo.
Sabemos que o mercado está bem difícil e também temos ativos lá fora. Mas calma.