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Superlativo na Alta e na Queda o Real Confronta os Fundamentos

Publicado 15.01.2015, 07:14
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A moeda brasileira, o real, uma das moedas consideradas mais frágeis dentre as dos países emergentes, a despeito do contexto do país sugerir sua depreciação frente à moeda americana, continua alternando picos de alta com picos de baixa contrariando a tendência que seria de manutenção sustentável da alta, considerando a nefasta situação do setor externo brasileiro em perspectiva para 2015.

O fluxo cambial que foi negativo em US$ 9,287 Bi em 2014, tendo fechado o mês de dezembro com o magnânimo fluxo negativo de US$ 14,050 Bi. A despeito de ter registrado fluxo de ingressos de recursos financeiros ao longo de 2014 de US$ 513,2 Bi, fechou negativo no segmento financeiro em US$ 14,5 Bi, confirmando a continuidade desta tendência ao registrar nos 6 primeiros dias úteis de 2015 – 2 a 9 – fluxo liquido negativo de US$ 2,4 Bi, dos quais US$ 2,3 Bi no segmento financeiro.
Os números evidenciam que está ocorrendo saída de recursos financeiros do país e que a tendência aparenta sustentabilidade neste movimento.

Os bancos, com base nos dados do BC, estão “vendidos” em US$ 30,666 Bi que representam mais de 8% das reservas cambiais brasileiras de US$ 373,0 Bi e o BC tem posição “em ser” no mercado futuro instrumentos financeiros denominados “swaps cambiais” da ordem de US$ 110,0 Bi ancorando a compra de credibilidade para a moeda nacional junto àqueles que têm exposição em moeda estrangeira.

Estes movimentos de saída de recursos estrangeiros financeiros no país provocam impactos no mercado à vista, por onde transitam as divisas efetivas, mas concomitantemente no mercado futuro onde estavam protegidos por “hedge” e cujo novo tomador passam a serem os bancos para proteger a expansão de suas posições vendidas. Este efeito “gangorra” no preço da moeda americana no nosso mercado deve estar amplamente correlacionado com estes movimentos, que sugerem possa estar contaminado, também, por especulação oportuna, já que a intensidade das variações não faz o menor sentido.

Os problemas mais centrados na vulnerabilidade e fragilidade da moeda são internos que acabam por refletir e determinar baixa perspectiva de atratividade perante investidores estrangeiros tornando cadentes os ingressos de recursos externos e até estimulando a saída dos montantes atualmente internados no país, além do mesmo ter baixíssima competitividade no campo das exportações da indústria, agora também tendo afetadas as exportações de commodities agrícolas e metálicas pela conjunção de dois fatores negativos, queda de preço e queda de demanda.

O quadro externo ao qual ao tempo do Ministro Mantega era atribuído de forma escapatória as culpas pela decadência do país, a rigor, não cabe a responsabilidade intensa. Devemos considerar que de todos os males preconizados relacionados com o exterior, o principal era a normalização da política monetária americana, que afinal ainda não ocorreu até o momento.

Ocorre que o país desenvolveu uma política econômica equivocada e expansionista, artificializando o preço da moeda americana para conter pressões inflacionárias com o que desajustou os preços relativos da economia e acabou por dar continuidade à desindustrialização já iniciada no governo Lula.

Agora, com novos gestores na política econômica, mas subordinados à mesma comandante, almeja-se a recomposição do país retirando-o do estado nanico a que foi conduzido, com inflação alta, política fiscal deteriorada colocando o país a risco de perder o “grau de investimento”, baixa atratividade para os investidores internos e externos, etc.... Mas esta guinada terá seu preço e que poderá ser a recessão em 2015 e serão inevitáveis os seus efeitos colaterais conspirando contra os propósitos do governo.

Os novos gestores estão com propósitos extremamente focados para conseguir os primeiros resultados em 2016, com decisões em pauta extremamente ortodoxas, que têm sido anunciadas como “pano de fundo” para a indicação de elevadíssimos aumentos tarifários que naturalmente não passarão incólumes nos indicadores inflacionários.

O Brasil de longa data considerado um “país caro” por grande parte dos investidores internacionais, certamente, com um aumento da ordem de 30% a 40% na conta de energia, além de outros tributos em estudo para elevação e o seu “status quo” atual, estará se distanciando mais ainda do interesse dos investidores.

A volatilidade é o pior dos males para quem tem seus negócios atrelados à moeda estrangeira, e, é mais preocupante quando ocorre num ambiente que sugere viés sustentável de apreciação para a moeda estrangeira.

A queda dos indicadores de consumo nos Estados Unidos, a despeito de tantos outros favoráveis, tem peso devido ao fato do PIB americano ser construído em quase 70% por seu consumo interno, e, pode criar perspectivas em torno de um prolongamento maior para a normalização da política monetária americana, mas não o bastante para tornar este fato maior e mais importante do que os próprios problemas que o Brasil tem internamente e que são extremamente desafiadores e que não permitem que se tenha expectativa de solução no curto prazo. Por isso, não nos parece razoável utilizar este argumento para justificar a depreciação da moeda americana com tamanha intensidade no nosso mercado de câmbio.

É absolutamente desprovida de quaisquer fundamentos a apreciação do real conduzindo-a a R$ 2,60 frente ao dólar americano. Minimamente deveria estar em torno de R$ 2,70 para mais, não havendo dúvida que será levado pelas atuais circunstâncias a este preço de R$ 2,70 e o ultrapassará ainda neste 1º trimestre.

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