Há uma série de indicadores que ajudam a decifrar os rumos da política monetária, cada um com vantagens e limitações próprias. Entre eles, vale atenção especial à taxa de desemprego.
O histórico mostra, como seria de se esperar, que níveis mais altos de desemprego estão associados a taxas de juros mais baixas — e vice-versa. Essa relação se torna especialmente interessante no cenário atual, em que os dois indicadores estão muito próximos: uma situação incomum do ponto de vista estatístico, que pode sinalizar uma inflexão no curto prazo.
Atualmente, a taxa mediana dos Fed funds é de 4,33%, enquanto o desemprego está em 4,2% — uma convergência que historicamente antecede mudanças. A expectativa é de que essa simetria ceda lugar a uma divergência mais alinhada com padrões históricos. A dúvida central recai sobre a direção desse afastamento.
Dado o contexto atual, é plausível esperar uma queda nos Fed funds e uma elevação gradual do desemprego. A guerra tarifária tem desacelerado a atividade econômica, e há indícios de arrefecimento no mercado de trabalho — embora esse processo ocorra de maneira lenta e irregular.
Os pedidos de seguro-desemprego subiram para o maior patamar em sete meses, sugerindo desaceleração na criação de vagas. A geração de empregos formais ainda mantém um ritmo moderado, mas a média móvel trimestral caiu, aproximando-se dos menores níveis desde a retomada pós-pandemia.
Caso a taxa de desemprego avance nos próximos meses, esse movimento daria continuidade a uma tendência ascendente lenta, porém evidente, observada nos últimos dois anos. Isso, por sua vez, reforçaria a expectativa de queda nos juros básicos.
O que se mostra decisivo é a trajetória da inflação em comparação com o comportamento do desemprego. Para os economistas, o cenário continua indefinido, sem sinalizações claras para o Federal Reserve.
Segundo uma nova pesquisa da Reuters, a maioria dos analistas acredita que o banco central manterá a taxa básica inalterada pelos próximos meses — percepção alinhada aos preços futuros dos Fed funds.
“Enquanto o mercado de trabalho seguir razoavelmente estável, esperamos que o FOMC mantenha a postura atual e use sua comunicação para reforçar a credibilidade no combate à inflação. Sem um custo imediato, por que mudar o discurso?”, afirmou Jonathan Pingle, economista-chefe do UBS nos EUA. “Neste momento, a ‘zona cinzenta’ parece mais próxima do carvão — o Comitê enfrenta um grau considerável de incerteza.”
***
PARE DE INVESTIR NO ESCURO! No InvestingPro, você tem acesso a ferramentas treinadas de IA em 25 anos de métricas financeiras para escolher as melhores ações e ainda tem acesso a:
- Preço-justo: saiba se uma ação está cara ou barata com base em seus fundamentos.
- ProTips: dicas rápidas e diretas para descomplicar informações financeiras.
- ProPicks: estratégias que usam IA para selecionar ações explosivas.
- WarrenAI: assistente pessoal de IA treinado com dados do Investing.com para tirar suas dúvidas sobre investimentos.
- Filtro avançado: encontre as melhores ações com base em centenas de métricas.
- Ideias: descubra como os maiores gestores do mundo estão posicionados e copie suas estratégias.
- Dados de nível institucional: monte suas próprias estratégias com ações de todo o mundo.
- ProNews: acesse notícias com insights dos melhores analistas de Wall Street.
- Navegação turbo: as páginas do Investing.com carregam mais rápido, sem anúncios.
AVISO: Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo. Não constitui oferta, recomendação ou solicitação para compra de ativos. Lembramos que todos os investimentos envolvem riscos relevantes e devem ser avaliados sob múltiplas perspectivas. O InvestingPro não oferece consultoria de investimentos. As decisões e riscos assumidos são de inteira responsabilidade do investidor.