Teremos Mais Circuit-breakers? Perspectivas da Semana 16-20 de março

Uma imagem vale mais que mil palavras. O gráfico abaixo confirma que, na última semana, os mercados continuaram estressados e apresentaram perdas significativas. Para quem nunca tinha vivenciado a experiência dos "circuit-breaks", tivemos vários durante a semana!

A grande pergunta que fica é: até onde podemos ir?

No #SP500 atingimos um objetivo importante, que inclusive foi comentado na nossa análise matinal diária. Assista aqui.


Do meio para o final da semana observou-se uma reação natural dos mercados, como se estivéssemos produzindo um efeito elástico. Mercado esticou demais e aparentemente tende a recuperar-se parcialmente na próxima semana.

No Brasil observamos um comportamento parecido. O mercado futuro visitou a região de 72.000 pontos, após uma sequência grande de circuit-breaks e fechou a semana próximo dos 83.000 pontos. O gráfico semanal mostra que houve forte rejeição na região de 72.000 pontos, com uma sombra inferior grande no candle da última semana.


Ressaltamos que no índice futuro, os 69.300 pontos representariam 61,8% de toda a amplitude de alta que observamos entre Janeiro de 2016 e Janeiro de 2020. Essa é uma retração muito importante de #Fibonacci e seria natural o mercado respeitar (no mínimo temporariamente) esse ponto de suporte, após uma queda tão forte que foi produzida num curtíssimo espaço de tempo.

De todos os índices, o que nos chamou mais atenção foi o índice Alemão, #DAX. No gráfico mensal, temos até o momento a perda de um suporte muito importante, na região de 10.200 pontos. Se o mercado fechar o mês de março abaixo deste ponto, provavelmente iremos testar a região de 8.000 pontos rapidamente. Se os 8.000 pontos forem perdidos rumaremos ao objetivo inicial de 6.000 pontos, nos próximos meses. O assunto do #Coronavírus parece ser sério. Os impactos econômicos decorrentes do pânico instalado mundo afora ainda não foram mensurados, mas deverão ser relevantes. Neste sábado, a #Apple #AAPL anunciou o fechamento de todas as suas lojas até o próximo dia 27 para evitar a propagação da onda de contágios.


Imaginem o impacto no resultado das empresas. Naturalmente, se isto se confirmar, podemos estar presenciando o início de um mercado de baixa.

Menos atividade econômica resulta em menores rentabilidades que levam a menores resultados que por sua vez derrubam o valor das empresas. O valor das empresas (valuation) representa o valor presente da perspectiva futura de resultados das empresas. Se a perspectiva de resultados é ruim, o valuation é depreciado e o preço das ações cai. Simples assim!

Nesse contexto, observa-se os Bancos Centrais agindo para evitar uma desaceleração econômica global. O problema é que reduções das taxas de juros já foram implementadas ao longo dos últimos 12 anos, desde a crise de 2008.


Será que a ação dos Bancos Centrais fará as pessoas saírem de casa para consumir? Parece que temos um problema bastante complexo na mesa, desta vez.

Um fator que pode contribuir positivamente para a recuperação econômica seria a queda do Petróleo, desencadeada pelas disputas entre a Rússia e Arábia Saudita. Mas obviamente, essa crise do petróleo também pode tornar inviáveis economicamente muitas empresas produtoras da commodity.

Na última semana, o Petróleo WTI teve forte desvalorização, conforme podemos notar no gráfico a seguir. Estamos numa região de suporte fortíssimo no gráfico mensal. Em Janeiro de 2016, quando os preços visitaram essa região, houve forte reação de compradores e o óleo valorizou-se fortemente nos meses seguintes.
Por último gostaríamos de comentar sobre o índice do medo, o #VIX e também sobre o comportamento da moeda americana.

O #VIX mede a volatilidade dos mercados. Com as quedas abruptas das últimas semanas, tivemos esse índice apresentando uma movimentação fortíssima. O gráfico abaixo mostra o comportamento da volatilidade histórica desde 1994. As últimas semanas tiveram volatilidades comparáveis àquelas observadas no auge da crise de 2008.Neste contexto, o DXY voltou a valorizar-se fortemente nos últimos dias. Neste vídeo comentamos sobre a composição do US Dollar Index e suas influências.
Essa toada de valorização do dólar globalmente levou a moeda americana a ser cotada acima de R$ 5, por algumas horas da semana passada, no Brasil.

Nas nossas análises matinais em vídeo alertamos para essa possibilidade. Assista aqui.
Finalizamos comentando que acreditamos que podemos estar num momento decisivo nos mercados de maneira geral. Ótimas oportunidades surgem justamente nos momentos de pânico.


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Forte abraço, e....
Bora pra cima !!!
Sobre o autor: fundador do blog Metanoia Trading, começou a estudar sobre o mercado financeiro em 2004, quando participou da 2a. turma do Curso Intensivo de Análise Técnica da LS (Leandro e Stormer). Foi Diretor de Corporate Finance na PwC (PricewaterhouseCooopers) até 2016. Atualmente, além de atuar como trader autônomo, tem sua própria empresa de consultoria, onde dedica-se à assessorar processos de fusões e aquisições (M&A).