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Tirando a Política do Centro Ressurgirá o Brasil Inviável do Momento

Publicado 13.08.2015, 13:03

E de repente se desviou todas as atenções para a tensão política existente entre o Congresso Nacional e o Poder Executivo, agora em ritmo de distensão, e, oportunisticamente se atribuiu ao fato todas as mazelas do Brasil com sua economia e política fiscal deteriorada, colocado na iminência de perda do grau de investimento e todas as repercussões naturais do momento de elevada fragilização do país no contexto geral.

Quando não, surge com eloquência o argumento de que tudo aconteceu como decorrência da crise mundial iniciada nos Estados Unidos, já passado neste país que está ressurgindo com todo seu potencial, sempre com a conotação incabível de vitimização do Brasil, quando o mesmo é o responsável direto pelo seu lamentável “status quo” atual, que não permite que se visualize saída antes de 2018, isto se superar toda a depuração de erros e consequências que ainda hão de vir na forma de forte recessão até 2017.

Descerrando a cortina politica que vem encobrindo o Brasil real , fortemente desconstruído por política econômica antecedente sob a mesma linha de gestão, poder-se-á retomar o convívio com a realidade do país.

A despeito de toda “pompa e circunstância” que vem sendo atribuída à distensão em andamento entre o Congresso, com ênfase ao Senado, e o Poder Executivo, e a proliferação de ideias restauradoras do quadro decrépito atual, o que se constata é que há muitas propostas, intenções, com baixa probabilidade de sucesso na prática, tendo em vista que a economia e seu setor privado já exauriram a capacidade contributiva e as respostas esperadas pelas propostas tendem a ser opostas às expectativas.

A economia brasileira não tem mais capacidade contributiva e por isso a toda medida que clama por sua participação reage recuando, fazendo-se menor, desinvestindo, desempregando, enfim fazendo o Brasil menor, que se reflete no retrocesso do seu PIB.

Enquanto o Poder Executivo não adotar medidas de contenção no seu próprio ambiente, reduzindo o número de seus ministérios e os seus gastos, que continuam evoluindo e elevando a Divida Publica Bruta a níveis preocupantes, e não reagir propondo as reformas estruturais imprescindíveis, como previdenciária, tributária e tributária, pelo menos, tudo o mais serão boas intenções.

Falta ao Poder Executivo um “mea culpa” e a decisão de, a partir dai, buscar novo realinhamento da dinâmica da economia, tendo o realismo presente de que o Ministro da Fazenda de forma isolada, por melhor que seja, não conseguirá o sucesso, sendo imperativo, até para dar credibilidade aos seus propósitos, que “corte na própria carne”.

O ambiente interno não tem condições de reverter às expectativas de forma consistente no curto/médio prazos, a despeito de todas as iniciativas do governo central e mesmo das proposituras políticas.

A recessão é algo com forte evidência de agravamento e aprofundamento, e desta forma causando todas as suas repercussões. A sensibilidade desta realidade está presente em todas as classes sociais e a retração no consumo deve se aprofundar com a queda da renda por desemprego e corrosão pela inflação.

E o ambiente externo tem observado o Brasil com pouco otimismo. As agencias de rating estão redefinindo seus conceitos, já manifestados pela S&P e Moody´s e aguardando a Fitch, colocando o país sob risco efetivo de perda do grau de investimento. O mercado de CDS (credit default swap) já vê o risco brasileiro acima dos 300 pontos, nível de países sem grau de investimento e bem distante da mediana dos países emergentes que é entorno de 200 pontos.

O país desperta baixíssimo ou quase nenhum animo dos empresários brasileiros em realizar investimentos, enquanto, ao mesmo tempo, não atrai investidores estrangeiros.

Os fluxos cambiais favoráveis tendem ao decréscimo e tem grande probabilidade de se tornarem negativos.

Na 1ª semana de agosto houve discreta melhora com saldo positivo de US$ 927,0 M, dos quais US$ 799,0 M de natureza financeira e US$ 128,0 M de natureza comercial. Mas nada leva a crer que esta seja a tendência. O país perdeu liquidamente de maio a julho o total de US$ 21,5 Bi de natureza financeira e está negativo no ano em US$ 6,288 Bi. Os dados do BC indicam saldo positivo na natureza comercial de US$ 14,380 Bi no ano, mas há algo um pouco acima de US$ 17,0 Bi de importações a serem pagas, enquanto já foram contabilizados US$ 13,0 Bi de exportações a serem realizadas.

O fluxo cambial tende a se tornar insuficiente.

Há riscos de que possa se acentuar se os fundos estrangeiros com fundos alocados no Brasil e sujeitos a existência de grau de investimento resolverem antecipar a retirada destes fundos de forma preventiva, podendo induzir também a saída de recursos estrangeiros também presentes, mas sem a exigência de grau de investimento. Isto é claramente factível já que as perspectivas não sugerem reversão efetiva das expectativas e o CDS, medida de risco, poderá ser um indutor adicional à motivação de saída.

Por outro lado, a probabilidade de elevação do juro americano vem evoluindo, pois a economia americana vem gerando dados positivos de forma mais intensa. Particularmente, acreditamos que este não seja o interesse imediato do governo americano, compartilhado de forma discreta pelo FED, pois impactaria valorizando o dólar e na dinâmica da sua recuperação de atividade econômica, ao afetar a competitividade no comércio exterior. E, o fato novo, colocado em prática pela China para formação do preço do yuan é mais um fator para cautela por parte dos Estados Unidos quanto à valorização da sua moeda.

A despeito de inúmeros fatores indutores a efetivação da alta de juro americano, ainda havia o fato de a inflação estar baixa. Contudo, como o custo da mão de obra subiu a tendência é que o núcleo da inflação repercuta este fato, então seria recomendável a elevação do juro.

Se o juro americano for elevado será mais um fator relevante de pressão de saída de recursos do país, pois observando o CDS brasileiro, a inflação, etc.... os investidores poderão optar por deslocar seus investimentos em renda fixa e variável para os Estados Unidos ou mesmo para outros países emergentes.

E, por fim, temos agora as questões em torno da China. A mudança na formulação da taxa do yuan visou afastar a tutela do governo que vinha sustentando o seu preço com queima de divisas, portanto artificializando-a e procurar colocar a China num contexto junto ao FMI mais compatível com a sua importância econômica. Na margem, corrigindo está má formação de preço provocaria um ajuste, estimado no primeiro momento entre 1,9% a 2,0% de desvalorização, que potencializaria a capacidade competitiva do produto chinês no mercado externo, já que as exportações haviam retroagido 8%.

Não nos pareceu atitude visando guerra cambial, mas o que chama a atenção é que o mercado com sua nova participação na formação do preço impôs forte e continua desvalorização à moeda chinesa, tornando necessária a intervenção das autoridades monetárias chinesas no mercado comprando moeda para evitar forte deterioração da cotação.

Este cenário enseja que possa ser considerado que a China tem problemas atuais na sua economia bem mais severos e preocupantes do que tem deixado transparecer, sancionando, mais uma vez, as objeções contumazes que são feitas em relação aos números divulgados pelo governo chinês.

Este é um fator novo a ser observado. Se a mudança visasse efetivamente a retomada da atividade econômica chinesa não teria tanta relevância para o Brasil, visto que sendo as commodities cotadas em bolsa e com o suposto aumento da demanda pela retomada da atividade da China haveria repercussão correspondente.

Contudo, tudo indica que a China tem problemas maiores e isto pode ter repercussões maiores na pauta de exportações brasileiras que tem naquele país o seu grande aliado comercial, o que levou o governo brasileiro a partir do “boom das commodities” ter praticamente exterminado a capacidade exportadora da indústria brasileira e motivado a invasão de produtos importados, já que aproveitou para artificializar o preço do dólar para contenção das pressões inflacionárias decorrentes dos gastos governamentais excessivos.

O Brasil poderá ter reflexos na demanda de suas commodities se realmente a economia chinesa estiver fragilizando-se, mas está bem defendido das importações pois o real já foi desvalorizado 33% e tende a ir além.

Então, no nosso ponto de vista, é importantíssimo que ocorra o realinhamento político, que então revelará que boas intenções não são exequíveis numa economia com seu potencial exaurido e tendente a forte recessão, deixando no centro do foco o Brasil real, que terá impactos no preço da moeda americana elevando o seu preço, a partir do mercado à vista, portanto não responsivo a ofertas de swaps cambiais e sim de divisas efetivas.

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