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Tombini Fala e o Mercado de Câmbio Aponta Dúvidas que Não Existem

Publicado 10.12.2014, 07:00

Tombini, na Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Câmara dos Deputados, afirmou:

“Nós no BC temos dito que esse realinhamento de preços relativos vem ocorrendo e se intensificou a partir de setembro”.

Se houve a intenção direta da autoridade monetária ou foi devido a um quadro da economia brasileira que tornou inevitável esta é outra questão, mas o fato é que esse realinhamento de preços relativos ocorre e um dos propulsores básicos é a alta do preço da moeda americana.

Disse-o também:

“que o importante para a competitividade é o comportamento do câmbio real” e mais,

“não estamos brigando contra isso”;

“não buscamos reverter o preço do dólar”;

“e nós controlamos a inflação, caso tenha um ganho de câmbio nominal, ele seja um ganho real na taxa de câmbio”; e

Depois de repetir a avaliação de que quanto mais apertada a política fiscal, mais fácil é o trabalho da autoridade monetária, enfatizando: “Tenho falado isso faz quatro anos”.

No que diz respeito aos swaps cambiais falou o que é possível ao Presidente do BC falar, que o câmbio é flutuante a despeito de o BC fornecer proteção cambial para a economia como um todo por meio dos contratos de swaps cambiais.

Evidente que não cabe ao Presidente do BC maior detalhamento como a efetiva necessidade surgida para “comprar credibilidade” para a moeda nacional com a finalidade de evitar uma depreciação mais intensa naquele momento, e que não vai desmontá-la prontamente porque o país ainda não recompôs a credibilidade da sua moeda e precisa ficar ancorada neste porto seguro, que contudo já não é tão eficaz a ponto de neutralizar que o preço da moeda americana tenha ampliado a sua apreciação e provocado o realinhamento de preços relativos da economia, que na nova visão da equipe que comandará a economia é fundamental para resgatar a retomada da atividade econômica na indústria em especial e de imediato, e permitir movimento lógico e contumaz quando os preços das commodities caem no exterior por ser o Brasil fundamentalmente um produtor de commodities.

Tombini também não deixou dúvidas de que o estoque de swaps cambiais não será expandido ao final do ano, o que elimina as conjecturas de que pudesse manter a oferta que realiza atualmente de 4.000 contratos diários.

Evidentemente, deve ser entendido por todos que o encerramento da intervenção programática, não habitual e conveniente para mercados como o de câmbio na forma, não exclui a ação da autoridade monetária que poderá em momentos pontuais, sem pré-aviso, intervir no mercado de câmbio a vista ou a prazo sempre que entender necessário.

Na acepção da análise podemos considerar que a oferta de linhas de financiamento aos bancos com o intuito de permitir-lhes aumentar suas posições vendidas para gerar liquidez no mercado de câmbio à vista é um tipo de intervenção indireta, pois seria direta se o BC fizesse objetivamente leilão de venda ao mercado à vista, o que busca evitar para manter o estoque das reservas cambiais e manter expectativa de que os fluxos cambiais líquidos melhorem e permitam aos bancos cobertura à mercado ou para não sinalizar que os mencionados fluxos estão insuficientes o que poderia fragilizar mais a moeda nacional.

É bastante perceptível que embora o trio comandante da economia no novo mandato da Presidenta Dilma ainda não tenha oficialmente sido empossado, Tombini como membro remanescente da equipe do primeiro mandato que vai continuar já está desenvolvendo a sua parte na estratégia que será adotada pela equipe que irá assumir.

No nosso entendimento já reiterado inúmeras vezes desde a reeleição da Presidenta Dilma, o dólar será a peça imediata e fundamental para o realinhamento dos preços relativos prover com competitividade a indústria nacional absolutamente desconstruída pela irrealidade do preço do dólar praticado sob forte monitoramento desde 2005.

Incentivará a retomada da atividade industrial no país e a competitividade no mercado externo e interno, neutralizando parte do crescente volume de importações.

Adicionalmente, se prestará a contribuir com os produtores de commodities para mitigar as perdas com a queda acentuada dos preços internacionais que deverá predominar no próximo ano, em especial devido a menor atividade econômica da China.

Agindo rápido e de forma bem focada e com objetivos claros, o Brasil buscará evitar a perda do grau de investimento, que seria trágico para o país que tem um setor externo bastante desfavorável em perspectiva.

A queda dos preços das commodities atingirá fortemente o Brasil em suas receitas em dólares, ficando bastante evidente o erro cometido de focá-las a partir do “boom” em detrimento da atividade industrial, e adicionalmente não se pode esperar investimentos substantivos na conta de capital, que também tende a ter desempenho cadente.

A queda brusca do preço do petróleo, com preço médio estimado para 2015 a US$ 78,00 o barril pelo Banco Mundial, impactará fortemente nos projetos brasileiros focando o pré-sal de forma desestimulante.

A recuperação da performance externa do país deverá demandar uns dois anos, mas é possível que com a nova política cambial que conduz o preço da moeda americana à quase realidade o país possa passar a emitir sinais de retomada da atividade econômica que quebrem o negativismo ainda presente.

No nosso entender não há dúvidas sobre o que tem sido dito pelo Presidente do BC.

Preços relativos ajustados a partir do dólar com preço real, manutenção do estoque de swaps cambiais (até que seja possível reduzi-los gradualmente com a recuperação da credibilidade por parte do país), nenhuma ação programática contra a tendência do preço do dólar (em termos, porque podem ocorrer de forma pontual); política monetária focando a contenção da inflação combinada com política fiscal contracionista.

O preço do dólar, no nosso entender, tende a fechar o ano em R$ 2,60, sem volta, e as perspectivas para o ano de 2015 dependerão muito das sinalizações de gestão que forem emitidas pela nova equipe econômica e da maturação das mesmas em termos de conversão a credibilidade.

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