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Balanço das Empresas do S&P 500 Dá o Tom nos Negócios Nessa Semana em Wall Street

Publicado 26.07.2021, 13:11
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Escrevi semana passada sobre inflação passageira, medo no mercado e hora de comprar, o que talvez tenha ajudado alguns investidores a aproveitar as quedas da segunda-feira da semana passada no mercado americano para realizar alguns compras. Nele, comentei sobre alguns setores que tínhamos ações negociando bem longe das médias (abaixo) e chamei atenção para o Fear and Greed Index, que se encontrava no modo “medo”, tradicionalmente um bom momento para compras.

Como diz a música do Capital Inicial:

“Tudo que vai … Deixa o gosto, deixa as fotos…Deixa memória

Mercado foi rápido e a pequena queda, acentuada na segunda, se desfez rapidamente com o mercado novamente vindo testar novas máximas. Tem sido assim nos últimos 15 meses de recuperação pós-pandemia no mercado – abaixo o gráfico do S&P e as realizações percebidas até aqui nesse período.

Gráfico do S&P 500

Na esteira de bons números apresentados pelas empresas, as bolsas americanas se recuperaram rápido, encerrando a semana com altas de aproximadamente 2% no S&P 500, 1% no Dow Jones e 3% no Nasdaq , lembrando que a inflexão foi bem maior quando consideramos o fechamento de segunda.

FALANDO EM RESULTADOS

Até agora números fortes que substanciam essa recuperação da bolsa. Na última atualização (22/07) do Earnings Scout, das 104 empresas que reportaram seus números até agora, 90% delas bateram as estimativas de lucros e 84% apresentaram receitas maiores que o esperado pelo mercado. Na média essas empresas reportaram lucros 117% superiores há um ano atrás – vale a ressalva que estamos comparando com o auge da pandemia, ou seja, quando a economia estava mais fechada e as empresas sofrendo, portanto a base é fraca. Além disso, em termos de surpresas, os lucros reportados vieram 17,8% superiores as expectativas do mercado e as receitas 4,2% acima. A tabela abaixo compila essas informações.

Desempenho do balanço das empresas do S&P500 em relação ao consenso

Destaque para o setor de “Financeiro”, o qual até aqui foi o que apresentou a maior surpresa nos lucros com lucro por ação (LPA), indo 24% acima do esperado na média. Outro destaque para o setor de “Material” e “Energia”, os quais englobam essencialmente o desempenho das empresas mais ligadas a commodities, sendo os que apresentaram maior inflexão de lucros.

Olhando geograficamente, as empresas mais globais são as que tem apresentado maior crescimento de receitas e lucros – vide gráficos abaixo.

Crescimento dos lucros das empresas do S&P500 (2T21)
Crescimento da receita das empresas do S&P 500

Parte relevante da explicação reside no fato de que empresas do setor de Utilidades Públicas e Imobiliário, intrinsicamente mais relacionados a atuação interna nos EUA – vide gráfico abaixo. Esses foram setores que sofreram menos durante a pandemia, logo a inflexão de lucros e receitas acaba sendo menor. Portanto, isso não quer dizer que seja ruim ter sido focado nos EUA.

S&P 500: Exposição de receita por região geográfica

Mas ainda temos muitos resultados pela frente, afinal apenas pouco mais de 20% das empresas do S&P reportaram resultados até agora. Para essa semana que se inicia temos nomes bem conhecidos como: Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Visa (NYSE:V) (SA:VISA34), 3M (NYSE:MMM) (SA:MMMC34), Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34), Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34), Pinterest (NYSE:PINS), Chevron (NYSE:CVX) (SA:CHVX34), P&G (NYSE:PG) (SA:PGCO34), Caterpillar (NYSE:CAT) (SA:CATP34), entre outras. Aqui você encontra o calendário completo.

TUDO QUE VAI E TUDO QUE VEM…

Tão importante quanto a atuação dos bons resultados para essa sustentação dos preços, temos as perspectivas que as empresas vêm dando para seus próximos resultados: o famoso “guidance”. A Bespoke Research fez um levantamento mostrando que até o dia 13 de julho, 15,63% das empresas que haviam reportados resultados, revisaram seus guidances para cima, número esse bem expressivo comparativamente ao histórico.

Guidance das empresas que já divulgaram balanço

Em especial, para as empresas small caps, as expectativas de crescimento seguem maiores para esse ano e 2022 comparativamente as maiores empresas. Uma forma de ver isso é através do gráfico abaixo do Bank of America Research, o qual compara o crescimento de lucros para o Russell 2000 (que é composto de 2000 small caps) com o Russell 1000 o qual representa as 1000 maiores empresas da bolsa americana.

Balanço das Small-Caps dos EUA

O foco da semana continua sendo nos balanços. Dado o peso no S&P das empresas que divulgam resultados, entendo que o desempenho do mercado como um todo pode sim ser fortemente influenciado pelos números a serem divulgados. Vamos ficar de olho.


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