Twitter: Ações podem estar em queda profunda após a saída de Musk

Parece não haver um bom resultado para os investidores no Twitter (BVMF:TWTR34) (NYSE:TWTR) depois que o bilionário Elon Musk anunciou a retirada de seu acordo de US$ 44 bilhões para comprar a gigante das mídias sociais e torná-la privada.

Musk, o homem mais rico do mundo e CEO da Tesla (BVMF:TSLA34)(NASDAQ:TSLA), disse ao conselho do Twitter em um documento regulatório na sexta-feira que está desistindo do acordo que assinou há seis meses, alegando que a empresa deturpou o usuário dados e cometeu uma violação material do acordo.

Sua saída marca uma virada dramática em sua busca por reestruturar o Twitter e transformar a plataforma em um lugar onde a liberdade de expressão prosperará. Ao elaborar um plano de financiamento abrangente, Musk continuou a acusar a empresa de enganar o público sobre o número de contas automatizadas conhecidas como bots de spam em sua plataforma.

O presidente do Twitter, Bret Taylor, disse que a empresa entrará com uma ação legal para fechar a transação “no preço e nos termos acordados por Musk”. A empresa negou as alegações de Musk, dizendo que os bots são menos de 5% do total de usuários, com executivos insistindo na última quinta-feira que suas estimativas são precisas.

Embora seja difícil prever o resultado de uma complicada batalha judicial, está claro que as ações do Twitter provavelmente permanecerão em profunda queda no futuro próximo, atingidas pela incerteza e pela piora das condições de negócios.

As ações do Twitter estavam sendo negociadas mais de 9% mais baixas na tarde desta segunda-feira e quase 38% abaixo da oferta de US$ 54,20 por ação que Musk fez em abril. Suas ações também estão sendo negociadas abaixo de onde estavam no início de abril, antes de Musk assumir uma participação surpresa de 9% na empresa, que iniciou oficialmente sua tentativa de aquisição.

Metas inatingíveis

Apesar de seu status de plataforma de comunicação global, o Twitter não conseguiu desvendar seu verdadeiro valor. Embora a empresa de microblogs com sede em São Francisco tenha registrado seu primeiro lucro anual real em 2018, suas ações continuaram a ter um desempenho inferior à medida que a empresa lutava para criar um caminho claro para aproveitar seu enorme alcance global.

Pressionado pelo investidor ativista Elliott Management Corp., o Twitter tem como objetivo dobrar sua receita para US$ 7,5 bilhões até o final de 2023 e atingir pelo menos 315 milhões de usuários ativos diários monetizáveis ​​nessa época.

Essas metas estão se tornando inatingíveis à medida que as empresas reduzem seus gastos com anúncios digitais em antecipação a uma recessão. O Twitter obtém 90% de sua receita com anúncios digitais. Devido a esses desafios, a maioria dos analistas de Wall Street em uma pesquisa do Investing.com atribui uma classificação neutra às ações do Twitter, pois não veem um caminho claro para a empresa daqui para frente.

De acordo com Debra Aho Williamson, analista principal da Insider Intelligence em um relatório da Bloomberg:

“Se Musk for capaz de rescindir o acordo, o Twitter ainda terá os mesmos problemas que tinha antes dele entrar em cena. Seu crescimento de usuários está diminuindo. E enquanto a receita publicitária ainda está crescendo marginalmente, o Twitter agora está lidando com uma economia em desaceleração que pode espremer os gastos com anúncios em todas as plataformas sociais.”

A intenção de Musk de comprar a empresa e depois se arrastar também desmoralizou os funcionários do Twitter, que, segundo relatos da mídia, estão levantando questões sobre o que vem a seguir para a empresa. O Twitter está em um congelamento de contratações desde maio e demitiu 30% de sua equipe de aquisição de talentos na semana passada.

Resultado final

O anúncio de Musk de cancelar seu acordo de compra do Twitter deixa o site de microblogs em território desconhecido, complicando ainda mais seus planos de recuperação. Essa incerteza continuará a manter sua ação sob pressão.

Disclosure: O autor não possui ações do Twitter.