- As ações do Twitter podem ficar bastante voláteis
- Aumenta pressão para que o Twitter se mexa rápido para desenvolver novos produtos
- Musk pretende realizar melhoras significativas no site nos próximos meses
As ações do Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) registraram uma forte corrida de alta no início desta semana, após saírem notícias de que Elon Musk, homem mais rico do mundo, havia adquirido uma participação de 9,2% na empresa de microblog. O movimento faz com que o fundador da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) seja o maior acionista do Twitter.
A gigante das mídias sociais sediada em São Francisco, Califórnia, disparou 27% na segunda-feira – o melhor dia da sua história – e manteve o ímpeto altista na terça-feira, valorizando-se mais 2% com o anúncio de que Musk se juntará ao Conselho de Administração do Twitter. No entanto, o papel devolveu parte de toda essa euforia nos dias seguintes, recuando 5,7%. O TWTR fechou o pregão de quinta-feira a US$48,03.
O rali de dois dias que se seguiu à aquisição de Musk atraiu US$348 milhões de entrada de fluxo de investidores de varejo, maior volume de compras em dois pregões em toda a história da companhia, de acordo com dados da VandaTrack. Muitos dos investidores provavelmente são do fã clube de Musk.
Apesar de ser positiva no curto prazo, essa atividade sugere que a ação do Twitter provavelmente ficará bastante volátil daqui para frente, principalmente porque agora as ações da empresa estão vulneráveis aos tuítes de Musk e ao seu estilo abrupto de comunicação.
Os analistas da VandaTrack disseram o seguinte em nota:
“Como ele [Musk] é uma personalidade bastante conhecida, principalmente entre os pequenos investidores (e investidores de criptos), podemos facilmente imaginar que o TWTR estará fortemente suscetível a operações de compra/venda no futuro com base nas comunicações de Elon (tal como com as ações da Tesla)”.
Melhorias significativas
Musk, cofundador de empresas como SpaceX e The Boring Company, tuitou na terça-feira para seus mais de 80 milhões de seguidores que pretende trabalhar com o CEO do Twitter, Parag Agrawal, e o conselho da empresa para fazer melhorias significativas no site nos próximos meses.
É difícil prever como a participação ativa de Musk nos negócios do Twitter beneficiará a empresa de mídia social, que está lutando para convencer os investidores céticos de que leva a sério a expansão dos seus negócios após a saída abrupta do então CEO e cofundador, Jack Dorsey, em novembro.
Além disso, a pressão está aumentando para que o Twitter avance rapidamente na criação de novos produtos, no momento em que fica mais desafiador atrair novos usuários, após o aumento do uso provocado pela pandemia. As empresas de mídia social enfrentam um rígido escrutínio regulatório como parte de um esforço global para coibir a desinformação e o uso indevido dos dados dos usuários.
Em fevereiro, Agrawal e o diretor-geral financeiro, Ned Segal, disseram aos investidores que a empresa estava perseguindo os objetivos definidos no ano passado, como o aumento da receita anual para US$7,5 bilhões e a conquista de 315 milhões de usuários diários até o fim de 2023.
Mas esse objetivo parece ser ambicioso demais, de modo que alguns analistas acreditam que, mesmo com o envolvimento de Musk, essas metas serão bem difíceis de atingir.
A MKM Partners rebaixou o Twitter nesta semana, dizendo que as metas de aumento do número de usuários da plataforma eram “exageradas” para justificar os valuations atuais, após a alta desta semana.
A nota disse ainda:
"Apesar de estarmos animados com a perspectiva de que Elon Musk assuma um papel possivelmente ativo no crescimento do Twitter, acreditamos que o risco/retorno no curto prazo está bastante equilibrado nos níveis atuais.
Continuamos acreditando que a meta de usuários médios diários monetizáveis de 315 milhões para 2023 é exagerada (nossos modelos indicam ~290 milhões), sem falar que a Europa/Rússia podem pesar na perspectiva de curto prazo”.
Da mesma forma, de acordo com modelos financeiros, como os que avaliam empresas com base em múltiplos P/L ou P/V ou valores terminais, o valor justo médio para o Twitter no InvestingPro indica um risco de queda de 5,2%.
Fonte: InvestingPro