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Uma Semana Difícil

Publicado 30.09.2019, 16:06
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IBOV
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Alvaro Bandeira é economista-chefe e sócio do Banco Digital modalmais

A semana que está apenas começando se mostra complicada para estimação de tendência dos mercados de risco aqui e no exterior. Para começo de conversa, a maior preocupação segue sendo a percepção de desaceleração econômica global, que, como sempre, acaba atingindo mais as economias emergentes e países e empresas desequilibrados e endividados.

Esse é o pano de fundo, mas os mercados de risco têm sobrevivido por conta da elevação da propensão dos investidores para assumirem riscos, na tentativa de obterem melhores retornos para suas aplicações, já que o mundo convive com taxas de juros nominalmente negativas, ou taxas reais também negativas que não mantêm o poder de compra das moedas. Só para lembrar, são cerca de US$ 17 trilhões em títulos com taxas negativas. Tudo isso acaba beneficiando aplicações em empresas e países de maior risco, caso a aversão não tome conta dos investidores em função de clima ruim para investimentos.

É nesse contexto de volatilidade e estresse que a primeira semana de outubro se insere. Dentre as possíveis notícias favoráveis, teríamos a melhor das relações comerciais entre EUA e China, com novo encontro dos negociadores marcado em Washington para o dia 10/10. Dele participará o vice-primeiro-ministro chinês Liu He e Mnuchin, o secretário do Tesouro americano e Robert Lighthizer. Portanto, com o primeiro time em campo, algo de mais concreto pode sair. Ocorre que teremos uma semana inteira de feriado na China, por conta das comemorações 70º aniversário da República Popular e com os EUA cogitando limitar investimentos americanos no país asiático. Do lado chinês, maior flexibilização, principalmente depois de anunciarem compras de 257 mil toneladas de soja e carne suína de produtores americanos. Notem que não falamos de questões mais cruciais, como acusação de roubo de patente intelectual ou hegemonia tecnológica, certamente um “calcanhar de Aquiles” nas relações dos dois países.

Falando do Oriente Médio e seu “equilíbrio instável” quase milenar, a situação também não é das melhores. Os EUA têm sistematicamente elevado o tom em relação ao Irã, na razão direta do aumento das sanções. O episódico terrorista de ataque às instalações da Aramco, na Arábia Saudita, retirou um pouco desse “equilíbrio” existente. França, Alemanha e Reino Unido responsabilizaram o Irã pelo atentado e Emirados Árabes e Bahrein pediram na ONU que líderes tomem posição firme contra o Irã. A Síria também exige que os EUA e a Turquia retirem tropas de seu território ao norte. Há ainda os problemas relacionados com o governo de Israel depois de eleição complicada e escolha do primeiro-ministro pelo presidente, e eleições tumultuadas também no Afeganistão com muitos incidentes. Em Hong Kong, megamanifestação popular na véspera das comemorações na China.

Poderíamos citar outras tantas complicações no mundo que acabam interferindo mais ou menos no desempenho dos mercados. Na semana, por exemplo, teremos a divulgação do payroll americano (neste momento crucial para o Fed definir políticas), com vagas criadas em setembro nos setores público e privados (nesse momento crucial para o Fed definir políticas), quantidade enorme de discursos de dirigentes regionais do Fed e indicadores de atividade industrial e de serviços em diferentes países, que podem seguir sinalizando desacelerações.

Aqui também teremos indicadores de conjuntura sendo anunciados, como a produção industrial de agosto em 1º/10, a votação em primeiro turno no senado da reforma da Previdência, teoricamente marcada para a quarta-feira (2/10), ou ainda como o STF lidará com a decisão já majoritária que pode anular processos da operação Lava Jato. Sem contar com o problema do déficit fiscal brasileiro que não tem solução nem de médio prazo e a absoluta necessidade de perseverarem reformas estruturante de largo impacto e que precisam ser aprovadas com celeridade.

Pois bem, mesmo considerando tudo isso e outras tantas coisas, nossa percepção é que os mercados de risco seguirão com tendência primária positiva se nada de mais diferente e ruim acontecer, assim como a Bovespa conseguiu manter tendência de alta semanal por cinco períodos seguidos. Porém, a volatilidade dos mercados decorrente das idiossincrasias acaba sugerindo maior prudência no curto prazo e uso de derivativos para maior proteção.

Nossos profissionais estão aptos para sugerir investimentos de acordo com a propensão ao risco de cada um dos clientes. Vale a pena conferir!

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