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Valorização do Níquel Depende da Demanda de Veículos Eelétricos

Publicado 05.02.2019, 06:13
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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A restrição na oferta global e o intenso foco em baterias de veículos elétricos fizeram com que o níquel tivesse um dos melhores desempenhos entre as commodities. Os analistas veem poucos obstáculos no futuro desse metal brilhante usado em ligas, que já foi bastante conhecido por ser empregado na cunhagem de moedas e no revestimento de aço inoxidável.

Níquel Gráfico diário

Depois de uma desvalorização de 16% em 2018 e um desempenho similar ao da maioria dos metais de base, o níquel disparou 23% neste ano. Com isso, o metal garantiu a segunda posição entre as commodities, somente atrás da madeira serrada, que teve uma valorização de 28% (para ver os retornos relativos de todas as commodities, clique aqui e confira as performances).

Os futuros de níquel com vencimento em três meses na Bolsa de Metais de Londres estão na região das máximas de cinco meses, após o pico intradiário de US$ 13.255,00 por tonelada. Tanto a análise técnica quanto a fundamentalista apontam para uma ação maior no gráfico e grande potencial industrial.

Um rali “totalmente justificado”

Os analistas do Bank of America Merrill Lynch (BAML) afirmaram que o repique nos preços do níquel desde as mínimas de 14 meses em dezembro, a US$10.632,50, era “totalmente justificado”. Em uma publicação na semana passada, eles disseram:

“Os fundamentos se mantiveram válidos, mas os papéis na LME, por exemplo, caíram todos os meses do último ano. Da mesma forma, os prêmios no mercado físico sugerem que a cotação do níquel a US$ 12.500/oz (US$ 5,67/lb) representa um valor justo.”

“Ao contrário dos riscos estruturais e macroeconômicos do petróleo, a demanda gerada pela proliferação dos veículos elétricos parece tender para a alta. As baterias dos veículos elétricos empregam muitos metais, como o níquel, o lítio e o cobalto.”

“Em nossa visão, a recente desconexão entre os preços e os fundamentos foi motivada por uma confluência de fatores. Mas vemos apenas um risco positivo para a demanda do petróleo diante da oferta de bateria.”

Uma “compra” que pode gerar ganhos de mais 4%

O Investing.com tem uma recomendação de “Compra” para o níquel, com a resistência de nível de 3 de Fibonacci a US$ 13.702,50. No fechamento do pregão de segunda-feira, a US$ 13.222,50, isso permitiria que o níquel ganhasse mais US$ 480, ou cerca de 4%.

O BAML tem uma previsão de US$ 15.695/tonelada para o níquel no próximo ano. Mas, para isso acontecer, o banco de Wall Street afirma que a demanda por veículos elétricos precisa aumentar, e a produção do metal na Indonésia deve ser controlada.

Os participantes do mercado de níquel têm estado apreensivos ultimamente com a iniciativa do Tsingshan Holding Group, gigante do aço na China, de produzir 50.000 toneladas por ano de cobalto e níquel de bateria na Indonésia.

A Tsingshan, que abrange os pesos pesados das baterias de lítio Contemporary Amperex Technology e GEM, já é uma grande mineradora e processadora de minério de níquel, convertendo-o em ferro-gusa de níquel (NPI, na sigla em inglês) para alimentar sua fábrica de laminação de aço inoxidável no parque industrial de Morowali, na ilha de Sulawesi.

Mas, para a iniciativa na Indonésia, a Tsingshan está usando uma rota de processamento diferente, fornecendo o níquel e operando o processamento em primeiro estágio de intermediários de hidróxido de níquel, que podem, então, ser convertidos em sulfato de níquel, forma do metal preferida pelos fabricantes de baterias de íons de lítio.

Produção enfrenta problemas na Indonésia

A chamada tecnologia de lixiviação ácida de alta pressão (HPAL, na sigla em inglês) tem um histórico problemático de falhas operacionais e crescimento lento. A brasileira Vale (NYSE:VALE) ainda enfrenta dificuldades com sua planta em Goro depois de seis anos de operação.

Especulações de que as instalações da Tsingshan não resultarão em uma grande disparada na oferta de níquel de bateria têm sido uma das razões para o rali do metal.

O BAML afirma o seguinte em relação às instalações da Tsingshan:

“Embora uma carta de intenções tenha sido assinada para a matéria-prima, a dinâmica recente sugere que o local não tem capacidade de entregar suas primeiras unidades de níquel ao mercado em 2019/20. As instalações podem iniciar as operações em 2019, com uma intensidade de dispêndio de capital de apenas US$ 14.000/t, uma fração de projetos similares.”

Embora a planta de Tsingshan continue sob uma nuvem de incerteza, a demanda por níquel de bateria, principalmente de fabricantes de veículos elétricos, continuará, embora o consumo do metal para a fabricação de aço inoxidável tenha sido irregular no ano passado, segundo o BAML. O banco afirmou ainda:

“Em resumo, o crescimento da oferta é muito fraco para fazer com que haja um excedente no mercado de níquel. Ao mesmo tempo, a persistente incerteza com a Tsingshan pode segurar os preços em US$15.000/t (US$6,80/lb).”

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