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Você Sabe Qual o Custo do Capital Próprio das Empresas Que Você Investe na Bolsa?

Publicado 18.03.2022, 06:30
Atualizado 11.10.2023, 23:02

Olá, pessoal! O custo de capital próprio é a rentabilidade mínima exigida pelos acionistas de uma empresa. Quanto maior o risco da empresa, maior o seu custo de capital próprio. Uma empresa deve visar ter o seu custo de capital próprio, assim como todos os seus custos, no menor patamar possível. Quanto menor o custo de capital próprio, menor será o desconto a valor presente do fluxo de caixa ao acionista e, portanto, maior será o valor da sua ação.

Para calcular o custo de capital próprio de empresas, há diversos modelos disponíveis na literatura acadêmica. Nenhum deles é absolutamente o melhor de todos, pois a tarefa de transformar risco em taxa não é simples e demandará uma teoria justificativa que, por sua vez, estará baseada em premissas sempre discutíveis. Por outro lado, o modelo para cálculo de custo de capital próprio mais simples de todos é o CAPM – Capital Asset Pricing Model. Ele parte da taxa livre de risco e soma um prêmio de risco proporcional ao prêmio de risco de mercado, no qual a constante de proporcionalidade é conhecida como o beta da ação da empresa em tela. Pode ser demonstrado que esse beta responde pelo risco precificável do papel e, portanto, quantifica o risco importante a ser calculado e que dá origem ao custo de capital próprio referente àquela ação. Para saber mais a respeito do CAPM, leia este meu outro artigo.

Vamos agora para a minha análise, na qual trabalhei com o CAPM. Nela, utilizei como universo todas as ações constituintes do Ibovespa. Por falta de histórico de rentabilidades, algumas ações precisaram ser retiradas da amostra e, ao final, fiquei com 79 papéis. Para o cálculo dos betas, trabalhei devidamente com retornos totais, ou seja, que incorporam proventos, splits, grupamentos etc. Como índice de mercado, utilizei o próprio Ibovespa e, como taxa livre de risco, o CDI. A janela para a análise foi definida em cinco anos até fevereiro passado com dados mensais (isto é, 60 retornos totais mensais), gentilmente cedidos pela plataforma Quantum.

Para o cálculo do custo de capital próprio, o prêmio de risco médio de mercado nesses últimos cinco anos, foi de 8,2% ao ano. Por sua vez, a taxa livre de risco não pode ser a histórica, mas, sim, representar a melhor expectativa do mercado para o futuro. Trabalhei com um horizonte de cinco anos para o qual o CDI médio projetado está por volta de 12% ao ano.

QUAIS OS MENORES CUSTOS DE CAPITAL PRÓPRIO DENTRE OS PAPÉIS DO IBOVESPA?

Os papéis com os menores betas indicam, naturalmente, os menores custos de capital próprio. Segue na tabela, abaixo, os vinte papéis com os menores betas.

Table

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QUAIS OS MAIORES CUSTOS DE CAPITAL PRÓPRIO DENTRE OS PAPÉIS DO IBOVESPA?

Os papéis com os maiores betas indicam, naturalmente, os maiores custos de capital próprio. Segue na tabela, abaixo, os vinte papéis com os maiores betas dentre os 79 analisados.

Table

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Podemos, portanto, concluir que o custo de capital próprio de empresas constituintes do Ibovespa compreende-se em um intervalo de 13,5% a 32,4% ao ano. Claro que nunca é demais ressaltar as premissas para os valores encontrados: esses custos foram baseados no CAPM, segundo retornos mensais em uma janela histórica de cinco anos, utilizando uma taxa livre de risco projetada de 12% ao ano. É possível que, para alguns dos papéis apresentados acima, outros fatores de risco sejam importantes e um modelo multifatorial se ajustasse melhor, mas essa discussão eu deixo para um outro artigo.

Espero que tenham gostado. Procuro fazer análises diferentes, úteis e que não vejo por aí. Escrevo com muito carinho e com o intuito de compartilhar conceitos e temas que construam uma bela base de educação financeira para investimentos. Jamais invista no escuro! Faça suas próprias análises e forme uma opinião própria e consistente antes de investir em uma empresa.

Para quem desejar a planilha completa com todos os custos de capital calculados e com as memórias de cálculo, basta acompanhar meu instagram @carlosheitorcampani.

Forte e respeitoso abraço a todos vocês.

 

* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, Professor do Coppead/UFRJ, Pesquisador da Cátedra Brasilprev em Previdência e da ENS – Escola de Negócios e Seguros. Ele pode ser encontrado em www.carlosheitorcampani.com e nas redes sociais: @carlosheitorcampani. Esta coluna sai a cada duas semanas, sempre na sexta-feira.

Últimos comentários

Muito bom o artigo. O problema é que muitas vezes a taxa livre de risco brasileira é menor que o risco de mercado, o que prejudica o modelo.
Excelente artigo !! 👏🏿👏🏿
Parabéns pelo artigo Carlos e pelo carinho em responder aos comentários feitos abaixo. Pra mim o respeito aos seus leitores é tão ou mais importante do que o texto em si.
Muito obrigado Marcelo. Sim, faço sempre questão de acompanhar os comentários e fomentar o debate. É assim que aprendemos. E eu aprendo também com vários comentários em meus textos. Forte abraço.
Ja conhecia e aplicava o CAPM entre outras metodologias. Sua explicacao foi 10, simples e facil compreensao. Muito bom e obrigado por oferecer esse material
Ótimo artigo! Beta alto, mais volatilidade, risco maior, maior chance de ganho. Beta baixo, menos volatilidade, menor risco, menor chance de ganho. É por aí!
Você tem razão. Costumo dizer que nunca o risco ruim vem sozinho, ele sempre acompanha o risco bom. Maior beta representa mais retorno nos cenários positivos.
Muito bom o artigo Carlos! Como posso correlacionar com a tomada de decisão para fazer uma aquisição de ações, posso completar como mais algum indicador de rentabilidade?
O custo de capiptal próprio é um importante ingrediente na hora de fazer o valuation de um papel. Para construir uma carteira, outras variáveis são importantes, tais como o seu apetite a risco e a forma como os ativos se correlacionam. Mas é sempre bom a gente saber quais ações têm betas maiores e menores.
Muito obrigado pelo esclarecimento!!!
Ótima compilação de dados e análise!
Muito bacana a análise. Achei curioso ver empresas como Carrefour, Raia Drogasil e Pão de açúcar na ponta mais baixa e Banco do Brasil e Petrobras no outro extremo.
Obrigado Lucas. Isso se explica pelo risco Brasil, com forte pitada de risco político. Banco do Brasil e Petrobras sofrem demais com isso. Já na outra ponta, as empresas que você citou passaram a pandemia "muito bem obrigado", demonstrando que são robustas (muito por conta dos setores nos quais atuam).
Muito bom o artigo. E parabéns pela explicação sobre a metodologia de cálculo.
Muito obrigado Ricardo. Para mim, isso é muito importante (a metodologia de cálculo). Precisamos sempre saber exatamente o que está sendo feito, bem como as limitações metodológicas.
Parabéns pela análise e por nos disponibilizar essas informações.
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