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Volatilidade do Mercado Americano em Março Será “Novo Normal” Daqui para Frente

Publicado 04.04.2022, 10:51
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Depois de caírem nos dois primeiros meses de 2022, as ações americanas encerraram março em alta.

Foi um mês caótico, com os papéis se recuperando da liquidação que começou no finalzinho de 2021 para, em seguida, cair até 20% na primeira quinzena. As quedas foram desencadeadas pela decisão do Federal Reserve, sinalizada em novembro, de elevar os juros para controlar a inflação.

E temos ainda a invasão da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro.

O repique desde as mínimas de meados de março foi suficiente para que alguns analistas, no início da semana passada, proclamassem o início de um novo ciclo de alta no mercado.

DJI 300 minutos

Mas o fechamento no final de março, quando o Dow Jones Industrial recuou 550 pontos, colocou em xeque todo esse otimismo.

Avanço no mês não foi suficiente para impulsionar índices americanos no trimestre

Não há dúvidas de que a economia dos EUA está crescendo de forma constante. O relatório mensal do mercado de trabalho ficou estável. E a taxa de desemprego de 3,6% foi a mais baixa para essa métrica desde dezembro de 2019.

O melhor que se pode dizer dos mercados daqui para frente é que são boas as chances de ganhar dinheiro. Mas não sem a volatilidade causada por uma série de ventos contrários capazes de atrapalhar essa boa fase a qualquer momento:

  • A incursão na Ucrânia e seus desdobramentos – facilmente apreensíveis, mas não necessariamente apreciados.
  • O Fed e sua campanha de combate à inflação e as preocupações com uma recessão que se aproxima.
  • Problemas contínuos na cadeia de fornecimento gerados pela Covid-19 ou outras causas.
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No fechamento das negociações do mês, em 31 de março, o S&P 500 registrava alta de 3,6%. O Dow se valorizou 2,3% e o Nasdaq Composite saltou 3,4% no mesmo período. Entre a mínima de 8 de março e até o fechamento do último pregão do mês, o SPX saltou 8,6%, e o Dow, 6,3%. Os ganhos do Nasdaq desde a sua mínima de 14 de março foram de 13%.

O repique do fim de março não foi suficiente para trazer os índices de volta ao azul no primeiro trimestre. O S&P 500 caiu 4,95%, sua primeira queda trimestral desde 2020, quando surgiu a pandemia. O Dow recuou 4,6%, e o Nasdaq, 9,1%. Ambos também tiveram perdas durante o terceiro trimestre de 2021.

Efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia

O impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia não pode ser subestimado, tampouco seus riscos.

O conflito fez com que os preços do petróleo registrassem forte alta.

O barril de West Texas Intermediate saltou 33% no trimestre, com o contrato futuro para maio fechando a US$100,28. O pico do petróleo foi a US$123,70 por barril no início de março. Mas a decisão do governo Biden de vender parte da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA fez com que os preços recuassem para a região de US$100 por barril.

Os preços da gasolina no varejo não param de subir desde o ano passado. O relatório da Associação Automobilística Americana sobre os preços nas bombas registrou uma alta de 17% em março e de 28,6% no trimestre em todo o país. E de 14% em 2021.

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Não é de surpreender que o setor de energia tenha tido o melhor desempenho do S&P 500 no 1º tri, com uma alta de 37,7% no período, valorizando-se 8,9% em março. A Occidental Petroleum (NYSE:OXY) foi a terceira melhor ação do S&P em março, com uma alta de 29,8%.

OXY 300 minutos

De fato, nove das dez melhores ações do S&P 500 no trimestre eram do setor de energia. A Occidental foi a líder, ao subir 95,7%. Outros nomes de destaque foram Halliburton (NYSE:HAL), +65,6%, APA Corporation (NASDAQ:APA), +53,7% e Marathon Oil (NYSE:MRO), +52,9%. A Chevron (NYSE:CVX) subiu 13,1% em março e 38,8% no trimestre, liderando o Dow.

O conflito também elevou os preços dos alimentos em todo o mundo. Juntas, a Rússia e a Ucrânia respondem por cerca de 30% das exportações mundiais de trigo. Custando US$10,06 por bushel na quinta-feira, o trigo saltou 7,7% em março, valorizando-se 30,6% no trimestre.

Os militares russos têm tentado “reconquistar” à força a Ucrânia, que declarou sua independência da antiga União Soviética em 1991. A despeito do consenso mundial e da crença do próprio presidente russo Vladimir Putin, antes da invasão, de que as forças armadas do Kremlin venceriam rapidamente qualquer defesa de Kiev, o fato é que os militares ucranianos, ao lado dos seus cidadãos, têm defendido com vigor seu território, apesar da fuga de milhões de pessoas para a Polônia, Moldávia e outros países.

Mas as incógnitas conhecidas são aterrorizantes. O grande temor é que o conflito descambe para além da Ucrânia e envolva a Polônia, Estônia, Lituânia e Letônia. Putin fez ameaças veladas de uso de armas nucleares. Também há rumores de uso de armas químicas.

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O conflito, por outro lado, também gera oportunidades.

Os investidores gostam de certeza ou previsibilidade. Além disso, não podemos nos esquecer da grande capacidade russa de travar uma guerra cibernética.

Isso fez com que as ações de segurança cibernética e análise de dados fossem as grandes vencedoras em março. Splunk (NASDAQ:SPLK), Verisk Analytics (NASDAQ:VRSK) e CrowdStrike Holdings (NASDAQ:CRWD) saltaram, cada uma, mais de 20% no mês e foram os maiores destaques do índice Nasdaq 100.

A Palo Alto Networks (NASDAQ:PANW), outro importante nome do setor de segurança cibernética, subiu 4,8% em março, após uma valorização de 14,9% em fevereiro. No trimestre, a PANW se valorizou 11,8%.

Desdobramentos de ações de grandes empresas

Outra grande vencedora de março foi a fabricante de veículos elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA), cujas ações dispararam 23,8% no mês, após caírem 7,1% em fevereiro.

TSLA 300 minutos

O repique se deve em parte à alta dos preços dos combustíveis, bem como aos fortes resultados da companhia no 4º tri. Outro fator de impulsão foi o anúncio de que a companhia fará seu segundo desdobramento de ações em dois anos.

O tamanho da divisão não está claro, mas, depois do desdobramento de 5 para 1 em 2020, o papel mais do que dobrou de valor. Além disso, a Tesla disse, no sábado, que entregou 310.000 veículos em todo o mundo no 1º tri, um salto de 68% em relação ao ano anterior, mas estável em relação ao quarto trimestre, devido a problemas na cadeia de fornecimento.

Se o desdobramento ocorrer, a Tesla se juntará a diversas empresas de megacapitalização que dividiram suas ações, como a Amazon e a Alphabet, as quais anunciaram desdobramentos de 20 para 1 em março e fevereiro, respectivamente.

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Desafio do Powell no Fed

O Federal Reserve, liderado pelo presidente Jerome Powell, contribuiu bastante com a volatilidade do mercado neste ano, depois que a pandemia transtornou a rotina de todos. Após o pânico da primavera de 2020 e a reabertura da economia dos EUA, os preços pioraram por conta dos problemas enfrentados pela cadeia de fornecimento.

O índice de preços ao consumidor (IPC) nos EUA foi de quase 8% na comparação ano a ano. O índice PCE de gastos com consumo pessoal, divulgado pelo Departamento de Comércio, subiu 6,4% em fevereiro em relação ao ano anterior, o maior avanço desde janeiro de 1982. O PCE é o indicador de inflação acompanhado mais de perto pelos formuladores da política monetária do Fed.

Essa escalada está forçando o banco central americano a aumentar as taxas de juros, a fim de arrefecer a economia americana. Isso soa bem, salvo para as ações, que geralmente sofrem quando os juros sobem muito rápido.

Em novembro, o Fed disse que elevaria os juros neste ano e nos próximos. A primeira alta ocorreu em 17 de março, e sinais do Fed indicam que pode haver mais seis aumentos neste ano, possivelmente de 25 pontos-base. Isso faria com que a taxa básica de juros no país ficasse perto de 2% no fim do ano, com expectativa de mais elevações em 2023.

O que também subiu em março foi o rendimento da nota de 10 anos do Tesouro americano, que influencia na definição de juros dos financiamentos imobiliários. O rendimento de 10 anos saiu de 1,45%, quando o Fed sinalizou planos de elevar os juros em 5 de novembro para mais de 2,2% durante o mês de março, uma alta de 60%.

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O risco, como muitos analistas financeiros sugerem, é que o Fed exagere na dose, provocando uma recessão. O mercado de títulos já demonstra preocupação com a inversão da curva a termo do spread das treasuries de 2 a 10 anos.

Normalmente, o rendimento de dez anos é maior que o de dois, refletindo os riscos de deter um título com prazo mais longo de vencimento. Mas, em 31 de março, o rendimento de 2 anos era de cerca de 2,4%, enquanto o de 10 anos era de aproximadamente 2,33%. Isso é o que se chama de inversão de juros ou rendimento.

Críticos do Fed dizem que se trata de um sinal de uma recessão pela frente. Houve uma inversão dos rendimentos em 2000, antes do estouro da bolha “ponto.com”, e novamente em 2006-2007, antes da Grande Recessão. E, historicamente, é raro que o Fed consiga fazer o que chama de “pouso suave”: reduzir os preços sem causar uma recessão.

Cabe lembrar que uma inversão dos rendimentos não indica quando ocorrerá uma recessão. Pode levar anos. Tampouco dá indicações da sua profundidade ou do seu tempo de duração. Enquanto isso, todos precisamos lidar com preços mais altos. Essa é uma das razões para que os corretores implorem que os clientes façam o refinanciamento das suas hipotecas. Eles temem que as taxas mais altas sufoquem a boa atividade recente do mercado imobiliário e quebrem sua fervorosa tendência de alta nos preços.

Isso explica por que as ações de incorporadoras e construtoras estão em baixa neste ano. O fundo iShares US Home Construction (NYSE:ITB) investe principalmente em construtoras.

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ITB 300 minutos

O ETF recuou 28,5% no primeiro trimestre e 11,3% em março. Sua alta em 2021 foi de 48,6%.

“Big Techs” menos caras

Os setores de energia e utilidade pública foram os únicos a ter retornos positivos no S&P 500 no 1º tri. O setor financeiro enfrentou dificuldades, mesmo com os juros maiores sendo benéficos para seus resultados.

O baixo desempenho das “Big Techs”, que foram as queridinhas do mercado na pandemia, pesou sobre diversos índices e o mercado de maneira geral. Somente o setor de tecnologia representa 28% do S&P 500. Apple (NASDAQ:AAPL) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) representam, cada uma, cerca de 9% de toda a capitalização do índice.

A Apple subiu 5,8% em março, mas caiu 1,7% no trimestre. Sua capitalização de mercado quase voltou a superar a marca de US$3 trilhões (onde estava em janeiro) antes de recuar na quinta-feira. A Microsoft subiu 3,2% em março, mas caiu 8,3% no trimestre.

A Alphabet (NASDAQ:GOOGL), empresa controladora do Google, subiu apenas 3% em março e 4% no trimestre. A Amazon (NASDAQ:AMZN) avançou 6,1%, graças ao anúncio de um desdobramento de ações, mas recuou 2,2% no trimestre.

Veremos um rompimento de alta em breve?

Resposta rápida: se e quando se encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia e houver um progresso na inflação. Ninguém consegue prever o primeiro ponto. Quanto à inflação, isso depende de quanto o Fed elevará os juros para conter a inflação. Talvez no final de 2023.

Três riscos adicionais estão pairando no ar: um ambiente político polarizado com as aproximações das eleições de meio de mandato, em novembro, e das eleições presidenciais, em 2024; além da gravidade ou não das próximas variantes da Covid-19. E, por fim, fique de olho nas relações entre EUA e China.

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Tirando essas questões da mesa, os fundamentos econômicos dos EUA ainda sinalizam para uma economia estável e em crescimento. E as empresas seguem procurando colaboradores. Elas estão aumentando os salários para atraí-los.

A estabilidade dos EUA ainda é um ponto de atração em um mundo incerto. É possível constatar isso através do Índice Dólar, que subiu 3% contra uma cesta de outras grandes divisas.

Para quem gosta de analisar gráficos, a expectativa é de um cenário limitado para os mercados este ano e no próximo, com o S&P 500 sendo negociado entre 4.300 e 4.800. Uma coisa é certa, não se pode lutar contra o Fed quando o banco central está aumentando os juros. Só se pode observar cuidadosamente os aspectos econômicos internos e esperar que eles estejam fazendo o mesmo.

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