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É Necessário Colocar o Setor Externo Sob Foco Mais Acentuado

Publicado 28.01.2015, 11:20

Muito se tem falado das medidas sinalizadas pela nova equipe econômica do governo, porém focando as correções das linhas de gestão erráticas adotadas nos últimos anos sem menção de preocupações maiores com o setor externo.

O ponto de observação contínua recai sobre a exequibilidade das medidas propagadas pela nova equipe econômica que vão frontalmente contra os “dogmas” do partido no poder, e que dependerão do apoio perseverante da Presidenta, de forma convicta e sem constrangimentos, e ainda do Congresso Nacional, onde a base de apoio do governo é extremamente fragmentada.

Por enquanto os objetivos colocados seguem até por inevitável para tirar o país do “fundo do poço” ao qual foi conduzido, mas a possibilidade de retrocesso em medida já efetivada como as regras do seguro-desemprego “deixa aberta” a possibilidade de novas revisões.

Analistas de contas públicas entendem que a meta de superávit de 1,2% não será atingível, devendo ficar em torno de 0,7% do PIB neste ano e as análises mais detalhadas sobre probabilidade de crescimento do PIB já o projetam negativo.

Não se aborda ainda com ênfase a questão consequente de um programa de recuperação da economia do país, qual seja, o desemprego e a queda da renda, que poderão ser fatores de pressão ao arrefecimento das medidas corretivas implantadas na gestão da política econômica.

Portanto, este é um momento de se ter confiança nos novos gestores, mas a recuperação da credibilidade do país dependerá de resultados e estes estão sujeitos a inúmeros condicionantes que precisarão ser superados.

Mas, embora o país tenha projeções de inflação alta, juros altos, PIB negativo, superávit primário baixo, etc. etc., deve continuar com expressivo déficit em transações correntes (2014 fechou em US$ 91,0 Bi), grande propensão a saldo negativo na balança comercial (2014 fechou negativo em US$ 3,93 Bi) e queda de IED´s pela baixa atratividade atual, as considerações acerca do comportamento do câmbio tem se limitado a correlacionar o fato aos movimentos da moeda americana no exterior e após alguns sinais de retomada do alinhamento do seu preço à realidade, acabou retroagindo e está mantendo o real sobrevalorizado.

O Brasil tem fatores relevantes em perspectiva que podem comprometer o setor externo, com relevantes impactos, razão pela qual precisa ter foco imediato para que não surjam adiante de forma perturbadora.

Os preços das commodities estão com acentuado viés de baixa, afora a queda da demanda. A China em 2014 eliminou com foco na melhora de qualidade do ar 31,1 M de toneladas em capacidade de produção de aço. Para se ter ideia da dimensão o Brasil produziu 33,9 M de toneladas em 2014. Na mesma linha as commodities agrícolas também estão com viés de baixa no mercado internacional. A lógica sugere que o dólar se valorize quando os preços das commodities caem.

As manufaturas poderiam ampliar sua participação no mercado interno confrontando os produtos importados e buscando aumentar as exportações, mas a incerteza e volatilidade do câmbio desestimulam os investimentos necessários para que implementem maior produtividade e as tornem competitivas.

O Brasil tem uma enorme janela de oportunidades de investimentos na sua infraestrutura que é carente de modernização e seria um ponto de atratividade para investimentos estrangeiros no momento em que no geral o país não desperta atratividade, mas o governo precisaria ser ágil para atrair estes recursos.

Tudo sugere que continuaremos sendo mais importadores do que exportadores, ainda que as importações possam ter seus volumes reduzidos pelo baixo ou nulo crescimento do país.

Os IED´s, investimentos em conta capital no setor produtivo, tendem a retroceder em seus volumes habituais, pois estando o país saindo de um crescimento nulo em 2014, e projetando o mesmo comportamento em 2015, não desperta interesse aos investidores estrangeiros, havendo neste momento economias emergentes mais atraentes.

Então surge como fator de otimismo em relação a fluxos mais intensos o capital especulativo, portando de má qualidade, que possa vir para o Brasil oriundo do QE do BCE e forjado em operações de “carry trade” para buscar oportunisticamente rentabilidade proporcionada pelo juro proporcionado pelo Brasil.

Este é um pressuposto que pode decepcionar as expectativas. O Brasil atual é conceitualmente um risco maior do que foi outrora, e isto pode levar os investidores especulativos a priorizar o risco ao invés da rentabilidade, principalmente pelo fato do país estar com a sua moeda sobrevalorizada.

O Brasil tem reservas cambiais de US$ 373,0 Bi, mas tem os bancos sendo provedores da liquidez no mercado à vista com posições a descoberto (vendidas) de US$ 28,0 Bi e o BC está ancorando a credibilidade da moeda nacional com a oferta de hedge atualmente representada por estoque “em ser” no mercado da ordem de US$ 110,0 Bi na forma de instrumentos financeiros denominados “swaps cambiais”, que tem sua aceitabilidade no mercado considerando o fato do país ter reservas cambiais.

Mas, até onde poderão ir estes números e esta estratégia do BC num ambiente que agrave a carência de fluxos líquidos de recursos estrangeiros para o país.

Por isso, o país neste momento não tem como agir contendo a alta do preço da moeda americana, pois ficará como risco efetivo a possibilidade de uma correção brusca, num momento em que a oferta adicional de “swaps cambiais” poderá perder eficácia na contenção da alta e o BC terá que realizar oferta direta de dólares ao mercado, diferentemente da pratica atual de utilizar os bancos com posições a descoberto, e isto naturalmente poderá impactar na inflação e exercer pressão impondo alta maior na SELIC.

A manutenção da moeda nacional sobrevalorizada pode determinar consequências posteriores que poderiam ser mitigadas a partir do momento atual, pois ainda que seja de má qualidade algum capital especulativo poderia ingressar e as exportações poderiam ser potencializadas enquanto as importações inibidas.

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