Por Karl Plume
CHICAGO (Reuters) - Comerciantes globais de grãos Archer-Daniels-Midland Co (NYSE:ADM) e Bunge (NYSE:BG) Ltda provavelmente continuaram sua recente série de lucros trimestrais sólidos, reforçados por uma oferta global de grãos apertada e forte demanda por alimentos e combustível, disseram analistas antes dos resultados trimestrais de ambas empresas, que serão divulgados nesta semana.
As margens saudáveis de esmagamento de soja nos Estados Unidos também devem sustentar os resultados, disseram eles.
Mas os investidores de Wall Street estão atentos a sinais de problemas de margens de processamento de oleaginosas mais estreitas em outros lugares durante o terceiro trimestre, após paralisações por Covid na China, uma colheita menor de soja na América do Sul e altos custos de energia na Europa, disseram analistas. Tais pressões já prejudicaram os resultados da Bunge, já que possui uma presença operacional significativa na América do Sul.
Ainda assim, os lucros da ADM superaram as expectativas dos analistas por 12 trimestres consecutivos e, antes de não bater as previsões no segundo trimestre deste ano, os resultados da Bunge superaram as perspectivas por oito trimestres.
A ADM deve divulgar lucro de 1,44 dólar por ação quando divulgar os resultados do terceiro trimestre na terça-feira, acima de 0,97 dólar no mesmo período do ano anterior, de acordo com a estimativa de consenso dos analistas.
A Bunge deve divulgar um lucro de 2,50 dólares por ação, abaixo do lucro excepcionalmente forte de 3,72 dólar por ação no ano passado.
Grandes companhias do agronegócio, incluindo ADM e Bunge, resistiram às mudanças na demanda desencadeadas pela Covid e pelas interrupções nas exportações de grãos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Mas os emaranhados persistentes da cadeia de suprimentos, o aumento dos custos de matéria-prima e energia e a desaceleração do crescimento econômico global criaram ventos contrários para os comerciantes de grãos, disseram analistas.
"A saúde da economia global deteriorou-se materialmente" desde o início deste ano, disseram analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) em nota a clientes, citando os riscos do aumento das taxas de juros e da guerra contínua na Ucrânia.
E a desaceleração dos embarques de safras dos EUA durante o período de pico de exportação do quarto trimestre devido aos níveis dos rios reduzidos pela seca pode prejudicar os lucros daqui para frente, disseram analistas.