Por Jake Spring
BRASÍLIA (Reuters) - A Agência Nacional de Mineração (ANM) pretende banir barragens de rejeitos a montante usadas para armazenar resíduos de mineração, disse um diretor nesta quinta-feira, após uma dessas estruturas se romper no mês passado, provavelmente matando ao menos 300 pessoas.
Eduardo Leão declarou que a agência pretende lançar uma determinação na sexta-feira requerendo que essas barragens sejam desmontadas ou convertidas em outros tipos de barragens.
Uma barragem de rejeitos da Vale (SA:VALE3), de uma mina de minério de ferro em Brumadinho (MG), rompeu-se em 25 de janeiro, liberando uma avalanche de lama que enterrou comunidades.
Ao menos 150 pessoas foram mortas e 182 seguem desaparecidas e presumidamente mortas após o desastre.
O Brasil tem 88 barragens de rejeitos a montante, segundo Leão. Não ficou imediatamente claro qual tipo de prazo os operadores teriam de encarar para desmontar ou converter as barragens.
A causa do desastre segue desconhecida. Uma autoridade de Minas Gerais declarou à Reuters na última semana que evidências sugeriam que a barragem se rompeu por conta de liquefação, um processo no qual materiais sólidos, como areia, perdem força e rigidez e se comportam como líquido.
Uma auditoria no ano passado encontrou rachaduras nos canais de drenagem e recomendou melhorias no monitoramento, de acordo com o relatório da auditoria revisado pela Reuters no início da semana.