Estratégia de IA sobe +46,45% e faz Nasdaq comer poeira; veja o segredo
Por Roberto Samora
CAMPINAS (Reuters) - Um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Vietnã deixou o café do produtor asiático menos competitivo que o do Brasil, após acerto anunciado na véspera de tarifa de 20% para produtos vietnamitas importados pelos EUA.
Mas essa vantagem para brasileiros foi vista com cautela pelo diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Marcos Matos.
O Brasil é o maior produtor e exportador global de café, enquanto o Vietnã é o segundo maior, concentrando sua produção nos grãos robusta.
Os produtos do Brasil estão sendo taxados com uma tarifa básica de 10% pelo governo norte-americano, desde que o presidente Donald Trump delineou suas políticas.
Segundo Matos, tarifas podem dar uma vantagem momentânea, mas elevam custos e afetam o consumo.
"Essas tarifas chegam no bolso do consumidor, a gente entende que isso é restrição do consumo, e nós queremos ampliar o consumo", afirmou Matos, à Reuters, durante o Coffee Dinner & Summit.
Ademais, o executivo lembrou que o setor defende que o café seja incluído em uma lista de exceções isenta de tarifas nos EUA, mesmo porque o país da América do Norte não produz o grão.
"Sabemos que a competitividade se faz pela organização da cadeia produtiva, pelos investimentos, pelos produtores competentes", disse Matos.
Ele disse ainda que políticas tarifárias podem mudar, o que gera imprevisibilidade, algo que o mercado não gosta.
Matos lembrou que o Cecafé apoia o trabalho da associação nacional do café dos EUA, a NCA, que tenta mostrar para a alta cúpula do governo Trump que o café movimenta a economia e deve ser incluído numa lista de exceção tarifária.
"A cada US$1 de café importado, geram-se US$43 para a economia, 2,2 milhões de empregos, 1,2% do PIB dos EUA", destacou o diretor-geral.
Em período de menor oferta no Vietnã, no ano passado, exportadores brasileiros de café ganharam mercado do país asiático.
(Por Roberto Samora)