SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de café no Brasil tem avançado graças ao tempo seco neste mês, mas ainda não conseguiu tirar o atraso em relação ao ano passado em virtude da produção maior, de problemas climáticos anteriormente e dos protestos de caminhoneiros, disse nesta terça-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
As atividades envolvendo café arábica, por exemplo, alcançavam 35 por cento do total na Zona da Mata, ante 55 por cento em igual momento de 2017. No caso do robusta, 65 por cento da produção já havia sido colhida no país, ao passo que um ano atrás os trabalhos estavam praticamente encerrados, destacou o Cepea em relatório.
Maior produtor e exportador mundial de café, o Brasil deve colher um recorde de cerca de 58 milhões de sacas neste ano, segundo dados do governo.
Mas nos últimos meses, chuvas em excesso em áreas como Zona da Mata, Espírito Santo e Rondônia, além das manifestações de caminhoneiros, retardaram o avanço das atividades.
Mais cedo nesta terça-feira, a Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo, já havia relatado que a colheita de seus cooperados está no menor ritmo desde 2015.
"Se, por um lado, as atividades de campo na safra 2018/19 estão mais tardias, a qualidade, por outro, tem sido superior à temporada 2017/18. Além da menor incidência de broca, os grãos têm apresentado boa peneira e bebida", ponderou o Cepea no relatório.
Para as próximas duas semanas, a expectativa é de que o tempo seco perdure nas principais áreas produtoras de café do Brasil, segundo o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard.
(Por José Roberto Gomes)