Brasil eleva safra de milho e vê maior consumo para etanol reduzindo exportação

Publicado 15.05.2025, 09:08
Atualizado 15.05.2025, 11:45
© Reuters. Soja sendo carregada em caminhãon17/02/2020nREUTERS/Jorge Adorno

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A produção total de milho do Brasil em 2024/25 foi estimada nesta quinta-feira em 126,9 milhões de toneladas, aumento de 1,7% em relação à previsão do mês anterior, principalmente com uma revisão na expectativa para a segunda safra, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

"As boas condições climáticas nas principais regiões produtoras vêm favorecendo as lavouras, predominando os estágios de floração e enchimento de grãos", afirmou a Conab em relatório em referência à segunda safra, cuja colheita não começou.

Apesar da melhora na expectativa, os estoques finais de milho na safra foram reduzidos no comparativo mensal, com a Conab elevando a previsão de consumo com diante da crescente demanda da indústria brasileira de etanol.

O país, terceiro produtor global e também o segundo exportador de milho, atrás dos EUA, deverá aumentar sua safra total do cereal em 9,9% em relação ao ciclo do ano passado, segundo a Conab. Mas ainda ficará abaixo do recorde de 2022/23 (131,9 milhões de toneladas).

Apesar da expectativa de maior produção anual, a Conab não alterou o volume exportado, previsto em 34 milhões de toneladas em 2024/25, mas elevou a projeção de consumo em mais de 2 milhões de toneladas para 89,3 milhões de toneladas ante a projeção de abril, em meio a uma crescente demanda da indústria de etanol de milho.

Em 2023/24, o Brasil exportou 38,5 milhões de toneladas do cereal, contra um recorde de 54,6 milhões em 2022/23, quando o Brasil superou os EUA como o maior exportador.

"Para a safra 2024/25, a perspectiva é de uma nova leve redução nas exportações em razão do aumento consistente da demanda interna por milho e da consequente diminuição da oferta disponível para o mercado internacional", afirmou a Conab.

Na véspera, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Paulo Bertolini, afirmou que consumo do cereal pela indústria brasileira de etanol, atualmente em cerca de 20 milhões de toneladas, pode mais que dobrar em breve.

O ajuste positivo na safra de milho pela Conab veio principalmente da segunda safra, agora vista em 99,8 milhões de toneladas, contra 97,89 milhões anteriormente. Em 2022/23, houve um recorde de 102,36 milhões de toneladas na chamada "safrinha".

Os estoques finais de milho brasileiro em 2024/25 foram estimados em 7,1 milhões de toneladas, com leve queda no comparativo mensal, mas bem acima do projetado na safra passada (1,85 milhão de toneladas), quando a colheita sofreu com intempéries.

OUTROS PRODUTOS

A safra de soja 2024/25 do Brasil foi estimada em recorde de 168,34 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira, um aumento de cerca de 470 mil toneladas em relação à previsão do mês passado.

Com o ajuste positivo na produção da oleaginosa, impulsionada por uma produtividade média também recorde (3.536 kg/ha), a estatal elevou a estimativa para os embarques no ano comercial de 2025 para históricas 105,96 milhões de toneladas de soja.

Isso se compara com 98,8 milhões no ciclo passado, segundo números da Conab. A safra de soja de 2025 já está colhida.

A safra de algodão do Brasil 2024/25 foi estimada em recorde de 3,90 milhões de toneladas (pluma), ante 3,89 mi t na previsão anterior, com aumento anual de 5,5%.

Já a exportação da pluma foi vista em um recorde de quase 3 milhões de toneladas, permitindo ao país passar a safra com estoques de 2,5 milhões de toneladas.

A safra de trigo do Brasil em 2025, que está sendo plantada, foi estimada em 8,26 milhões de toneladas, ante 8,47 milhões na previsão anterior, mas um aumento de 4,6% na comparação anual.

A Conab ainda manteve a projeção de safra para o arroz em 12,1 milhões de toneladas, incremento de 14,8% em relação ao ciclo anterior, com maior área semeada e melhores produtividades.

A produção total de grãos e oleaginosas no país em 2024/25 tende a registrar um aumento 11,9% sobre o ciclo anterior, para 332,9 milhões de toneladas, um novo recorde, com melhores produtividades, já que a área cultivada crescerá 2,2%, para 81,7 milhões de hectares.

(Por Roberto Samora; com reportagem adicional de Letícia Fucuchima)

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