Congo e Ruanda apresentam proposta de paz, diz assessor de Trump

Publicado 05.05.2025, 15:01
Atualizado 05.05.2025, 15:05
© Reuters. Conselheiro sênior do presidente dos EUA, Donald Trump, para a África, Massad Boulosn08/04/2025nREUTERS/Jean Bizimana

KINSHASA (Reuters) - Congo e Ruanda apresentaram um esboço de proposta de paz como parte de um processo para encerrar os combates no leste do Congo e atrair bilhões de dólares de investimentos ocidentais, disse nesta segunda-feira o conselheiro sênior para a África do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Essa é a última etapa de uma ambiciosa proposta do governo Trump para pôr fim a um conflito que já dura décadas em uma região rica em minerais, incluindo tântalo, ouro, cobalto, cobre e lítio.

Os ministros das Relações Exteriores dos dois países concordaram no mês passado, em uma cerimônia em Washington ao lado do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em apresentar a proposta preliminar até 2 de maio.

Mas nem Kinshasa nem Kigali confirmaram publicamente a apresentação, e o ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, disse no sábado no X que as contribuições dos dois lados ainda não haviam sido consolidadas.

Massad Boulos, conselheiro sênior de Trump para a África e o Oriente Médio, disse no X nesta segunda-feira que saudou "o texto preliminar de uma proposta de paz recebido da RDC e de Ruanda", descrevendo-o como "um passo importante" em direção à paz.

Washington quer agir rapidamente. Em uma entrevista à Reuters na semana passada, Boulos disse que o plano era que Rubio se reunisse em meados de maio em Washington com seus colegas ruandeses e congoleses, em um esforço para chegar a um acordo sobre a minuta final do acordo de paz.

Antes que esse acordo possa ser assinado, disse Boulos, Ruanda e Congo devem finalizar acordos econômicos bilaterais com Washington, que farão com que empresas americanas e ocidentais invistam bilhões de dólares em minas congolesas e projetos de infraestrutura para apoiar a mineração em ambos os países, incluindo o processamento de minerais em Ruanda.

A esperança é que todos os três acordos possam ser assinados em cerca de dois meses e no mesmo dia, em uma cerimônia com a presença de Trump, disse Boulos.

A diplomacia ocorre em meio a um avanço dos rebeldes M23, apoiados por Ruanda, no leste do Congo, que já matou milhares de pessoas e deslocou centenas de milhares de outras.

As Nações Unidas e os governos ocidentais afirmam que Ruanda forneceu armas e tropas ao M23. Ruanda nega o apoio ao M23 e alega que seus militares agiram em legítima defesa contra o Exército do Congo e uma milícia fundada por autores do genocídio de 1994.

O governo do presidente congolês Felix Tshisekedi está envolvido em conversações separadas com o M23, facilitadas pelo Qatar.

No mês passado, o Congo e os rebeldes concordaram em trabalhar pela paz, mas fontes das duas delegações expressaram frustração com o ritmo das negociações.

O M23 não está envolvido nas conversações em Washington, embora Lawrence Kanyuka, porta-voz da aliança rebelde que inclui o M23, tenha dito à Reuters na semana passada que "encorajamos qualquer iniciativa de paz".

Enquanto isso, os combates no leste do Congo continuam.

(Reportagem da redação do Congo, Ange Adihe Kasongo em Kinshasa e Sonia Rolley em Paris)

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