Por Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - Os apagões em Cuba voltarão e durarão até maio, disse o ministro cubano de Minas e Energia, Vicente de la O Levy, conforme o país reforma usinas termelétricas antigas com décadas de existência antes da temporada de verão, que consome muita energia.
Eles durarão em média três horas, disse o ministro na quinta-feira.
O trabalho de reparo e manutenção nas usinas continuará ao longo do ano para "continuar incorporando energia e aumentando a reserva para chegar em junho, julho e agosto em melhores condições do que o ano anterior", acrescentou ele.
Durante o verão escaldante de Cuba, os moradores e as empresas costumam fechar as janelas e ligar o ar-condicionado.
Não ficou imediatamente claro como será a distribuição dos apagões pelo país.
Os apagões em Cuba -- um país comunista que já sofre com a grave escassez de alimentos, combustível e remédios -- tocam um ponto crítico e são amplamente vistos como o ponto de inflexão que levou aos protestos antigovernamentais em julho de 2021, os maiores desde a revolução de Fidel Castro em 1959.
O ministro disse que problemas inesperados de geração de energia podem surgir novamente nos próximos meses, causando apagões mais severos, "mas nada como a média de 10 horas de outubro de 2022".
As autoridades cubanas têm culpado a escassez de combustível, a manutenção adiada e as dificuldades no processamento do petróleo bruto cubano, também queimado em suas usinas, por prejudicar a geração de energia.
Essas questões, segundo as autoridades, foram exacerbadas pelo embargo dos Estados Unidos à Cuba, que complica o financiamento e a compra de peças, combustível e investimentos de capital.
(Reportagem de Nelson Acosta)