SÃO PAULO (Reuters) - A safra total de milho do Brasil 2020/21 foi estimada nesta sexta-feira pela Datagro em 105,76 milhões de toneladas, o que representaria uma queda na comparação com a temporada anterior, que marcou um recorde de 106,8 milhões de toneladas, segundo números da consultoria.
No início do mês, a Datagro divulgou uma previsão de 109,31 milhões de toneladas para o milho. O corte ocorreu devido especialmente a uma expectativa de produtividade menor na colheita de inverno por questões climáticas.
"As maiores incertezas ainda ficam para a safra de inverno, em função da expectativa de chuvas mais escassas em abril e maio e da previsão de inverno mais rigoroso", disse em nota o coordenador de Grãos da Datagro, Flávio França Junior.
"Neste caso, já começamos a ajustar para baixo a produtividade na safrinha de milho, mas ainda trabalhamos com relativa normalidade para o trigo", acrescentou.
A consultoria disse ainda que a colheita da safra de verão de milho registrou um avanço melhor, mas segue com ritmo abaixo da média normal, tendo atingido até 16 de abril o patamar de 83% da área projetada, contra 76% na semana anterior, 96% em 2020 e 88% da média de 5 anos.
Já a produção de soja do Brasil deverá atingir um recorde de 136,14 milhões de toneladas em 2020/21, disse nesta sexta-feira a consultoria, elevando sua estimativa em relação aos 135,47 milhões de toneladas projetados no início de abril.
O volume, de acordo com a Datagro, representa um avanço de 6% frente à safra anterior.
A Datagro vê a área cultivada com a oleaginosa no país na atual safra em 38,90 milhões de hectares, mantendo a projeção realizada no início do mês, o que significaria um aumento de 4% na comparação anual.
A consultoria reportou colheita em 91,3% dessa área até 16 de abril, avanço de 4,1 pontos percentuais ante a semana anterior. Os trabalhos seguem atrasados na comparação com igual período da safra 2019/20 (95,4%) mas superam a média histórica de cinco anos (89,4%).
(Por Gabriel Araujo)