Por Enrico Dela Cruz
(Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram para uma mínima de mais de quatro meses nesta terça-feira, uma vez que a fraca demanda por aço na China levou as usinas a reduzirem a produção, aumentando a possibilidade de um excesso de oferta da matéria-prima siderúrgica.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 1,9%, a 711 iuanes (102,85 dólares) a tonelada, tendo atingido anteriormente 710,50 iuanes, o menor nível desde 20 de dezembro.
O contrato de referência do minério de ferro para maio na Bolsa de Cingapura caiu 0,8%, para 103,05 dólares a tonelada. Mais cedo, chegou a atingir 102,35 dólares, a menor cotação desde o início de dezembro.
Algumas usinas na China, maior produtora mundial de aço, agora prejudicadas pela fraca demanda por aço e uma queda nos preços "começaram a limitar ativamente a produção", disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.
De acordo com a consultoria da indústria e provedora de dados Mysteel, cerca de 52 dos 126 altos-fornos em Tangshan, a principal cidade siderúrgica da China, entraram em manutenção.
O minério de ferro spot com teor de 62% para entrega na China caiu para 107 dólares a tonelada nesta terça-feira, 3 dólares abaixo do registrado na véspera, que por sua vez representava a menor cotação desde o início de dezembro, de acordo com a consultoria SteelHome.
O investimento em infraestrutura na China aumentou 8,8% ano a ano no primeiro trimestre, ao passo que o investimento no setor imobiliário caiu 5,8%.
O setor de infraestrutura da China pode continuar se beneficiando este ano dos projetos iniciados no final de 2022, embora o crescimento possa enfraquecer em 2024 se nenhum projeto de grande escala começar este ano, disse a Associação Mundial do Aço em um relatório trimestral na semana passada.
Espera-se que o setor manufatureiro do país mostre apenas uma recuperação moderada em 2023-2024, com desaceleração das exportações, disse o grupo com sede em Bruxelas.
(Por Enrico Dela Cruz em Manila)